Eu sinto muito.

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Jimin:

Os dias iam passando e eu já me sentia completamente perdido por entre as nuvens. Tudo tinha voltado para seu devido lugar. Só faltava uma coisa para tudo ficar completo, cortar pro meu bebê que íamos voltar a morar com Jeon.

E estava me preparando para fazer isso nesse exato momento. Eu tinha acabado de contar uma historinha para que YeYê conseguisse dormir tranquilo.

— Bebê, o papai precisa te contar uma coisa. — falo num tom carinhoso.

— O que foi papai? Fala logo que eu tô com soninho. — ele fala com a voz manhosa de sono.

— O que você acha da gente se mudar para um bairro mais tranquilo, pra uma casa cercado por um jardim e um quintal cheio de plantas e com uma casinha na árvore?

— Seria divertido papai, eu ia poder jogar bola e brincar de carrinho. A gente vai se mudar? Não quero morar longe do papai Kookie.— ele fala abrindo os olhos quase que assustado.

Ele é realmente uma verdadeira cópia de Jeon Jungkook.

— Na verdade, seu papai Kookie que sugeriu isso, de morarmos numa casa mais segura e bem grande pra você brincar. — falo tranquilamente, esperando sua reação.

Yejun parece pensar com calma no que falei, e percebo que ele entendeu o que eu quis dizer no momento em que ele sai debaixo do coberto quentinho e começa a pular animado no colchão.

— Vamos voltar a morar com o papai Kookie?

— Sim meu amor...

— Vamos ser uma família de novo?

E antes que eu possa responder, Jeon abre a porta do quarto e entrar fazendo YeYê soltar um grito animado, o que me faz rir cheio de felicidade.

— Papai, você voltou! Eu não acredito!

Sentia meu peito cheio de um sentimento que eu conhecia bem, sentimento esse que aprendir a sentir com Jungkook.

Euphoria...

— Sim, garotão do pai. — Jeon responde o pegando no braço. — Está feliz?

— Muito, eu pedia ao papai do céu todos os dias para que isso acontecesse, para que voltássemos a ser uma família.

— Parece que ele realizou seu sonho. — falo me juntando aos dois naquele abraço.

— Eu amo vocês, papai Kookie e papai Minnie.

— E nós te amamos, meu bebê.

Depois de toda aquele euforia dentro do quarto do nosso pequeno, YeYê finalmente dormiu. Acompanhei Jungkook até o nosso quarto e tomamos um bom banho juntos. Naquele momento tão íntimo, voltamos a declarar nosso amor em forma de olhares, carinho e de muita admiração. Saímos do banheiro aos risos, falando coisas banais, e ali eu vi o quanto eu teria me arrependido se não tivesse voltado para seus braços. Para os braços do meu Jeon.

Já na cama, aconchegados no cobertor macio e cheiroso, Jungkook fazia um cafuné gostoso em minha cabeça.

— Eu vou precisar fazer uma viagem amanhã. — Jeon fala baixinho.

— Pra onde?

— Eu tenho que ir até Busan, preciso fechar negócios com uma pessoa.

— Kookie, isso deve ser perigoso.

— E é, mas eu preciso exportar uma carga preciosa, e só vou conseguir isso através do porto de Busan.

— Tudo bem, só toma bastante cuidado. — peço todo manhoso.

Escondo meu rosto na curva de seu pescoço, arrastando meu nariz de leve em sua pele quentinha e muito cheirosa.

— Eu gosto de te ver assim. — Jeon sussurra com a voz rouquinha. — Você fica tão manhosinho, nem parece que ontem estava implorando pra ser fodido.

— Jungkook!— o repreendo arrancando uma risada gostosa dele. A risada que só ele tem.

Ele me surpreende quando sobe em cima de mim e afunda o rosto da curva do meu pescoço.

— Hum... A gente não vai fazer coisinhas, Jeon Jungkook. — aviso.

Enfio meus dedos em seu cabelo sedoso, que últimamente estava grande demais, as vezes ele até tem que prender uma parte.

— Eu só quero ficar sentindo seu cheiro, amor, não sou tão pervertido.— ele responde com a voz abafada.

Deixo aquele assunto de lado e apenas foco no carinho que estava recebendo em minha cintura. É tão gosto ficar assim com quem amamos. Por um tempo na minha vida eu não obtive carinho, estava sempre ocupado com minha faculdade e com as responsabilidades a minha volta, e hoje em dia eu consigo sentir o que amor de verdade, e o que é ter uma boa família.

A respiração fraca e ritimada de Jeon chama a minha atenção, e noto que ele havia dormido. Com muito cuidado, empurro o peso de seu corpo pro lado e me aconchego em seu peito, sendo abraçado logo em seguida.

— Te amo, Kookie-ah...

....

Jungkook tinha viajado há três para Busan na companhia de Jin e Namjoon. Os três foram fechar negócios com alguém que eu não faço questão de saber quem é, sei que são coisas erradas. Apenas quero que eles voltem pra casa bem.

Enquanto isso eu estava organizando a nossa nova casa com a ajuda de Minju. Nos mudamos há dois dias e até que a bagunça não foi tão grande, isso tudo porque contratamos uma presença especializada em mudanças.

— Papai, não estou achando minha bola. — Yejun fala todo manhoso enquanto se joga na poltrona do meu quarto.

— Meu amor, está numa das caixas que está no seu quarto. Sobe lá e procura direitinho. O papai estão tão ocupado.

Penduro mais um terno de Jungkook no nosso novo closet e solto um suspiro. Não sei pra quê tanta roupa, pelo amor de Deus, é tão desnecessário.

Ouço quando Yejun deixa o quarto resmungando e aquilo me faz rir, ele está parecido com Jungkook a cada dia que passa.

Meu celular começa a tocar sobre a penteadeira e corro pra atender.

E por falar em Jeon...

— Amor, a gente tem que fazer umas doações, você tem tanta roupa....

Escuto uma respiração pesada do outro lado da ligação e entro em alerta no mesmo instante.

— Jungkook?

Uns soluços como se alguém estivesse chorando é a única coisa que escuto.

— Amor, você está me assustando.

— Jimin... Eu sinto muito, mas acho que vou ter que quebrar aquela promessa.— a voz de Jungkook soa fraca.

— Do que você está falando? Jungkook!

— Sofremos uma emboscada e eu tomei uns tiros...— ele para de falar quando começa a tossir. — Tem tanto sangue, eu me sinto fraco.

— Não faz isso comigo, pelo amor de Deus... Não me deixa sozinho. Jeon...

— Jiminie... Eu te...

— JUNGKOOK?

Escuto o som de algo caindo e começo a gritar desesperado. Sentia meu coração bater forte em meu peito, me fazendo ficar tonto e sentir tudo girar ao meu redor.

— Jungkook, por favor, fala comigo. — peço entre lágrimas, porém não recebo uma resposta, a ligação cai e meu mundo cai junto.

Desabo no chão me sentindo totalmente sem forças.

Ele não pode ter morrido!!
Eu não vou aceitar isso!!

...

Tava tudo tão bem né?.... E agora?

Dívida Criminal // KookminOnde histórias criam vida. Descubra agora