Capítulo 44

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mattoslaraa: it sure is my shine

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- Gabriel Narrando -

Acordei com a cabeça cheia e nem fui treinar porque a minha mente estava viajando, trabalhei na minha e nem parei para almoçar. Cheguei em casa 18:00 e fui atrás do Lucas mas ele dormia, parei para conversar com os meus pais sobre os exames que eles fez hoje e fui tomar um banho. Tentei falar com a Lara e como a mesma não atendeu eu resolvi arriscar indo para a praia e felizmente achei a mesma.

- Lindt - me sentei ao lado dela e estiquei a mão com a sacola - E tem milka também

- Como me achou? - perguntou e pegou a sacola

- Nas nossas primeiras conversas você disse que vem pra praia pensar - falei simples - E você é preguiçosa pra ir para praia longe - dei uma pausa - Mesmo que vá de carro

- Isso foi ofensivo - falou me olhando e eu ri baixo

- Te mandei mensagem e te liguei - falei olhando pra ela

- Eu vi - falou simples

- E não atendeu - falei e ela arqueou a sobrancelha

- Você também não me respondeu - retrucou

- Touché - falei e ela me olhou

- Não foi por isso que não te respondi eu não estava com cabeça por outros motivos - falou explicando

- Desculpa não ter respondido - falei e ela assentiu

- O que aconteceu, Gabriel? - perguntou baixo - Olha eu fiquei muito preocupada com você e nem o Lucas me respondia

- Eu descobri que o Lucas estava fumando vap - falei e ela pareceu confusa

- Cigarro eletrônico? - perguntou e eu assenti

- E esses são piores que o cigarro normal - falei e ela balançou a cabeça

- Vocês brigaram? - perguntou e eu neguei

- O Lucas tem 13 anos e na cabeça dele não era nada demais - dei uma pausa - Não via perigo e comprou a ideia que é legal usar sendo que a única finalidade de qualquer cigarro é fuder com a saúde da pessoa

- Vícios são complicados - comentou - Na primeira vez é uma escolha mas depois não é

- E é isso que fode tudo - falei olhando pra ela

- Eu sei que você se preocupa com o seu irmão e quer o melhor pra ele - colocou o cabelo atrás da orelha e me olhou pensativa - Mas é só isso mesmo? Você me parece muito abatido e algo me diz que tem coisa por trás disso

- Eu quase morri, Lara - falei direito e ela arregalou os olhos - Quando eu tinha 15 anos estava morando na Califórnia com a minha família e caí na besteira de experimentar maconha e depois md, no início eu achava ter controle, sabe? Era só em festinha ou pra relaxar mas eu perdi o controle

- E o que aconteceu? - perguntou e eu senti a minha mão tremer, eu odiava relembrar aquelas coisas - Ei, não precisa falar - segurou a minha mão e eu respirei fundo

- Tô de boa - sorri fraco - O meu comportamento foi de um excelente filho e aluno para um merda, faltava aula e vivia arrumando confusão em casa e isso deu uma merda do caralho no casamento dos meus pais - senti os meus olhos arderem e olhei para cima com a intenção de impedir as lágrimas de escorrerem - Por que a minha mãe achou que eu estava daquele jeito pela mudança de país e o meu pai se culpava porque era o trabalho dele, a cada briga eu me odiava mais e usava mais droga até que cheguei na cocaína

- Com a intenção de fugir do que acontecia - concluiu e eu assenti

- O meu pai começou a desconfiar e foi procurar algo suspeito no meu quarto - ri sem humor - E ele achou o que não queria, né? Seda, papelote e bala; e foi aí que a ficha deles caiu e juntaram as peças

- E levaram você pra se tratar? - perguntou baixo

- Conversaram comigo e buscaram ajuda mas todas as noites ouvia a minha mãe chorando sem parar por medo de me perder - limpei a lágrima que escorreu e funguei - Eu não sei o que me deu, Lara, mas chegou uma hora que aquilo bateu diferente e eu saí de casa escondido e me enchi de porcaria e o que aconteceu? - neguei com a cabeça - Os meus pais na madrugada receberam uma ligação de um policial dizendo que o drogado do filho deles teve uma overdose e era bom eles irem no hospital senão teriam que ir até algum necrotério depois

- Gabriel - sussurrou e limpou o meu rosto - Calma, se acalma, por favor - pediu e só então percebi que a minha respiração estava acelerada

- Eu estou bem - respirei fundo - Olha, eu cheguei no hospital quase morto, tive inúmeras paradas só que por algum motivo eu ganhei uma outra chance e não morri - dei de ombros - Quando finalmente acordei e vi os meus pais eles choravam desesperados, e cara eu nunca tinha visto o meu pai chorar daquele jeito e saber que foi culpa minha é foda, o medo estava no rosto deles e ali eu me dei conta que levei as pessoas que eu mais amava ao fundo do poço

- Mas agora você está bem e dando orgulho - falou sorrindo e percebi que o rosto dela estava um pouco vermelho pelo choro

- É, eu me tratei e não foi nada fácil, mas consegui e nunca mais usei nada - balancei a cabeça - Só que as imagens dele sofrendo não sairá da minha cabeça

- Não dá para apagar o passado - falou simples - Mas eu tenho certeza que a única coisa que tem na mente dos seus pais é você todo empolgado falando de um caso ou surtando com o Flamengo

- Será? - perguntei baixo

- Lógico - falou óbvio - Você é muito inteligente e eu aposto que eles só se lembram do que aconteceu pra agradecer pela sua vida

- Pode ser - passei a mão no rosto - Eu não deixar o Lucas cometer o mesmo erro que eu

- Ele não vai - beijou o meu rosto - Foi no início e ele não vai procurar coisas mais pesadas

- Tomara - cocei a cabeça - Você não merece um cara que se afundou nas drogas como namorado

- É o seu passado e eu fico feliz que tenha conseguido sair daquela barra - afastou as minhas pernas e logo se sentou no meio delas de frente pra mim e com as pernas por cima das minhas - O que me interessa é o homem que você se tornou e eu amo o fato de poder falar que estou namorando com um cara tão gato e tão inteligente - me deu um selinho demorado - Sem sacanagem tem umas barrenses com inveja de mim

- Boba - ri baixo - Não tem nojo de mim?

- Nojo? Por que? - perguntou confusa

- As pessoas normalmente sentem isso em relação a drogados ou ex's - falei explicando

- Eu sinto tudo por você - olhou nos meus olhos - E eu posso te afirmar que nojo não é dessas coisas

- Bailarina, bailarina - neguei com a cabeça - Você é a minha perdição

- É só desligar o seu celular pra eu te fazer vibrar - cantarolei e ele riu ao entender

- Você me tem na mão, cuidado ao jogar comigo - cantou baixinho

- Tenho é? - ri e abracei ele, ouvi a risada baixinha dele e deixei um beijo no pescoço dele

- Descubra - sussurrou olhando nos meus olhos e iniciou um beijo lento

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