O amor se apresenta em nossas vidas de forma diferente e também de maneira distinta enfrentamos esse sentimento. Gabriel é um rapaz de espírito livre, ama estar com os amigos, se divertir e nem pensa em se relacionar sério com alguém tão cedo, mas e...
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mattoslaraa: último registro antes de entrar na vida adulta, ao menos no rg, né?
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- Gabriel Narrando -
O dia no escritório hoje foi agitado e nem parei para almoçar, resolvi tudo que tinha para resolver e ainda participei de uma reunião mensal que só servia para perturbar a cabeça de todo mundo. Assim que deu o meu horário desliguei as coisas e saí, quando entrei no estacionamento mandei mensagem para a minha mãe avisando que estava saindo do serviço e que ela podia ir para o shopping.
- Eu não consigo, Hartmann, eu tentei mas eu não posso e não consigo - escutei uma voz e quando me virei vi o Guimarães
- Não pode o quê? - perguntei e apertei o alarme do carro
- O caso que você me deu - falou e eu abri a porta do carro, coloquei a minha mochila no banco - Eu tentei só que não dá
- Não conseguiu montar a defesa? - perguntei e ele negou rápido com a cabeça
- Não é tão complicado - deu uma pausa - Só que na hora que eu estou montando me lembro que quando chego em casa tem uma garota na mesma idade e se algo acontece com ela eu iria querer matar qualquer um que ousasse defender o crápula - falou irritado e eu sabia que ele se referia a Lara - E como defendo o cara assim?
- Você não está defendendo o crime - falei entediado
- Eu sei, no fundo eu sei, mas nesse não consigo e eu não consigo nem imaginar lutando pela liberdade do cliente - falou e eu me encostei no carro
- Eu não vou dar o discurso que todos têm direito a defesa porque você está quase terminando o curso e já entendeu isso, né? É o básico do direito - falei e ele balançou a cabeça em confirmação - Você começou a estagiar aqui há pouco mais de um ano e como todo mundo rodou todas as áreas até que nos últimos seis meses veio pra criminal porque segundo você essa é a área que quer seguir
- É a área sim - falou rápido - O que eu mais quero é isso
- Tem certeza? - perguntei sério - Por que aqui estou vendo uma pessoa que não tem a mínima condição de lutar pelo cliente
- Eu tenho sim - falou e notei quando respirou fundo para controlar a irritação - Eu sou muito capaz
- E vai negar um cliente só porque o caso te lembra a sua namorada? - arqueei a sobrancelha - A violência contra a mulher te lembra a sua mãe? Ou então uma criança morta pela família te lembra alguém? - falei sério e ele engoliu a seco
- E-eu - gaguejou e eu abri a minha mochila, peguei a pasta de um caso que eu estava estudando e estendi pra ele - O que é isso?
- Um garoto de 6 anos chegou morto no hospital e o pai está sendo suspeito de matá-lo, ele estava com os órgãos lesionados e fraturas antigas nossos ossos, e o MP vai apresentar a denúncia - mal terminei de falar e ele arregalou os olhos - Estuda o caso e me prova que sabe separar as coisas
