capítulo quatro: aquele sangue não era seu

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Dia do assassinato 

Mark encarava o seu reflexo no espelho, acabara de vestir sua camisa do Metallica e a calça jeans. Ele respirou fundo, de olhos fechados e punhos fechados. Ele não se sentia bem, na realidade, estava de mal a pior, com a ansiedade atacada e milhares de pensamentos rondando a mente. No visor do celular mostrava a última mensagem que ele havia trocado com alguém. "Eu já estou indo". E ele foi.

Depois do assassinato.

Doyoung foi a faculdade pela primeira vez depois de um mês da morte de Mark. Teve que lidar com os olhares, o caso do amigo havia ganhado repercussão desde que ele desapareceu e não seria diferente depois que foi achado seu corpo. O Kim sentia estranheza, Mark e ele viviam indo juntos para a faculdade por mais que fossem de cursos distintos. Doyoung sentia falta da presença do mais novo.

Tentou prestar atenção na aula de Desenvolvimento Humano, mas não conseguia pensar em mais nada que não fosse a mensagem que havia recebido no dia do enterro do Lee. Mordeu a tampa da caneta, apreensivo, sentindo os ombros pesados denunciando as noites mal dormidas e o nervosismo. Encarava a porta da sala de vez em quando ignorando os seus pensamentos, o mandando correr daquela sala de aula. Ele mal percebeu quando o horário do intervalo, foi quando decidiu pegar suas coisas e ir para casa antes que tivesse alguma crise. Passou no banheiro para lavar o rosto e relaxar mais no corpo. Só não esperava receber outra mensagem do número de Mark. Tentou controlar sua respiração e ignorou as mãos tremendo enquanto digitava a senha do celular.

"Doyoung, já faz um tempo que nós não conversamos. Pensou sobre a minha proposta? Se a resposta for sim, me encontre no local onde o corpo do Mark foi encontrado."

Rapidamente saiu correndo da universidade, tropeçando em seus próprios pés e quase deixando a bolsa cair no meio do caminho. Jogou suas coisas no banco de trás do carro, dando partida e dirigindo o mais rápido possível sem se importar se iria receber multas. Doyoung estava impaciente, olhos inquietos na estrada e suor gelado descendo pela testa. Há cada segundo que se aproximava do local marcado sentia o coração bater mais forte. Não tinha mais tempo para chorar enquanto o assassino de seu amigo estava solto por aí.

Antes do assassinato.

Doyoung estranhou quando recebeu um telefonema de Mark às oito da noite, com voz estranha e palavras um pouco desconexas. Mas ele entendeu que ele pedia para ir buscá-lo na estrada. A luz do farol mostrou a imagem do garoto parado ao lado da rua, apertou a buzina e Mark aproximou-se do carro, abrindo a porta e sentando no banco do passageiro. Antes que Doyoung falasse algo, o mais velho reparou que havia sangue na roupa do canadense. Se espantou um pouco e perguntou:

— O que aconteceu!?

— Nada. – Respondeu.

— Como assim nada? Tem sangue na sua camisa! – Doyoung exaltou- se. – Me fala o que aconteceu, Mark!

Lágrimas saíram dos olhos do mais novo, ele apoiou a cabeça entre as mãos e se permitiu chorar em uma altura considera alta. Doyoung sentiu os olhos marejar. Era a primeira vez que ele via Mark daquele jeito tão frágil e pequeno. O abraçou em um sinal de empatia, o deixando chorar o quanto quisesse.

— Eu não quero falar sobre isso. Nunca mais. – Ele disse baixinho, agarrando o braço do mais velho.

O coreano sentia algo ruim, um sentimento estranho de medo, se soltou do abraço de Mark e acelerou o carro dando meia volta. O Lee ficou encostado o caminho inteiro na janela do carro sem dizer uma palavra sequer. Doyoung o deixou na frente de sua casa, não recebeu boa noite ou um agradecimento. Mark saiu do carro parecendo perturbado. Doyoung o respeito e não questionou mais aquele acontecimento.

Quem Matou Mark Lee?Where stories live. Discover now