capítulo cinco: cuidado com quem você confia

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Depois de um mês, o caso de Mark foi arquivado por falta de provas. Por dois longos meses a polícia investigativa passou dias investigando as provas do crime e os possíveis suspeitos, mas nada era tão completo. Boa estava inconformada, nunca havia pego um caso tão complexo e cheio de mistérios como aquele, e não encontrar o assassino foi a maior frustração de sua carreira. A mãe de Mark nunca saberia quem matou e porquê matou o seu filho. E aquilo doía.

Boa não sabia explicar o motivo talvez fosse mania de policial, mas ninguém tirava de sua cabeça que algum daqueles meninos estavam envolvidos no assassinato de Mark Lee.

[...]

Antes do assassinato.

— Você. Quer. Ser. Amigo? – Mark não tinha tanta afinidade com o coreano, mas com certeza aquela foi a pior pronúncia de coreano que ele havia escutado em todos os seus 15 anos de vida.

O garoto que falava com ele pausadamente era bem mais alto, tinha o sorriso infantil e risada boba. Mark não tinha tantos amigos no Canadá e estar tão longe de seu país natal era aterrorizante, ainda mais quando ele pensava que poderia ficar sozinho. Já era difícil demais ele ter ansiedade básica, o medo de ficar sozinho, e depois que seu pai o deixou. Problemas demais para pouca idade. O canadense sorriu pequeno de volta, assentiu e disse:

— Sim.

[...]

Depois do assassinato. 10:30 AM.

Lucas não se importava pelo fato de Mark ter escondido tanta coisa dele, sempre o considerou muito reservado e nunca quis invadir o seu espaço pessoal. Por isso que ele e seus amigos eram uma válvula de escape um para o outro. Se questionava se Mark o considerava o melhor amigo dele também, não iria mentir que sentiu-se chateado quando se deu conta que Mark era mais Mark com os dois outros garotos do que com ele. Queria saber o motivo dele não confiar tanto em si, mesmo tendo reforçado por tanto tempo que ele poderia ser sincero sempre. Não havia um dia que ele não pensasse em Mark e no que poderia ter mudado.

No momento, ele e os outros garotos se encontravam na casa de Hendery para passar um tempo juntos. Para Lucas era extremamente difícil fazer esse tipo de coisa. Frequentar os lugares que costumava frequentar com Mark e por mais que algumas vezes ele não estivesse presente, Lucas sabia que o amigo ainda estava respirando.

— Lucas, eu estou falando com você. – Jungwoo o despertou dos seus pensamentos.

— O que foi?

— Eu estava perguntando se você gostaria de ir para o teatro comigo.

— Ah sim... – Falou desanimado. – Não sei.

— Lucas, o que foi? – Kun perguntou. – Você está estranho.

— O Mark... – Sentiu as lágrimas se formarem em seus olhos. – Ele não está mais conosco.

Xiaojun, que estava ao seu lado, o abraçou e disse que Mark não gostaria de o ver triste daquela forma. Lucas se permitiu liberar as lágrimas presas, se encolhendo e agarrando a cintura do Xiao. Foi então que lembrou-se do que estava acontecendo nesse último mês, sobre as mensagens, os amigos de Mark e sua verdadeira face. Lembrou também que Donghyuck havia dito que ele deveria falar sobre isso para quem ele confiava e decidiu que era a hora de contar aos amigos.

— Eu preciso falar algo. – Soltou-se do abraço do mais baixo, arrumando a postura no sofá e limpando a garganta. Podia sentir toda a ansiedade percorrendo seu corpo.

E ele contou. Sobre o esconde-esconde com o assassino, as mensagens duvidosas, os amigos desconhecidos do canadense e sobre um Mark Lee que eles não conheciam. Os garotos ficaram sem reação, Lucas estava nervoso, observando o rosto de cada um de seus amigos e esperando uma resposta sobre aquilo. Winwin foi o primeiro a se posicionar, fechando a cara e levantando do chão.

Quem Matou Mark Lee?Donde viven las historias. Descúbrelo ahora