☕︎ Volta

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24 de Janeiro de 2026
Zaya An Silver Miller


Entramos no carro luxuoso dele depois de acomodar a bebê no banco de trás que continuava a dormir graciosamente. Finalmente me sentia livre, respirar o ar que não era de álcool, de dentro daquele hospital me dava uma sensação de imensa felicidade. Ainda mais depois do momento repentino que tivemos. Agora ele parecia tímido, evitava olhar em meus olhos e suas orelhas continuavam vermelhas. Ele partiu acelerando, mas sabia que eu ia reclamar da velocidade então a diminuiu antes disso.

Nem parecia que já passou o ano novo, as festas aqui são diferentes porém muito bonitas, geralmente feitas em comunidades por serem algo bem família. Na verdade sempre gostei do Natal e do Ano novo, o primeiro é que sempre há presentes, e o segundo é sempre uma maneira de recomeçar. É uma maneira de você olhar para si, para sua vida e analisar se tudo está indo assim porque você está dando tudo do melhor ou se esta fazendo com preguiça. Se for a segunda opção sugiro mudar algo em sua rotina, que talvez possa mudar o seu futuro.

Liguei o rádio, estava tocando uma música em inglês calma, o que combinava muito bem com essa vibe. Enquanto passeamos pelo centro de Seul e pelo tráfego horrível me senti de férias. Férias em família. De fato só faltava o Junge aqui. Levantei meu braço apoiando minha cabeça, não ia abaixar os vidros, o ar ia direto para a bebê atrás de mim e não ia fazer bom a sua saúde.

- Preciso falar outra coisa pra você. - Jungkook abaixou o rádio e observei as leds do interior do carro epois de concodar com a cabeça, levantei minhas pernas as colocando sobre o painel e encarando minhas unhas. Estavam grandes e precisavam ser feitas. Ele também não reclamou sobre isso, meu vestido veio parar no pé da barriga deixando metade de minha calcinha rendada a mostra. Não era algo a se incomodar. - Eu matei a sua mãe.

Meu corpo parou, meus olhos se arregalaram, mas ao contrário do que pensei não tive nó na garganta e também não senti dor no peito. Se quer chorei. Na verdade foi um choque de realidade tão grande como uma epifania. Esmurrei o vidro do carro e no mesmo instante escutei o choro de Aurora, merda Zaya, como pode esquecer de sua pequena no banco de trás?

Com muito sufoco a peguei em meus braços, abaixando o tecido do vestido e colocando o bico e sua boca sentindo a mesma se alimentar enquanto mantém os olhos fechados. Enquanto isso ele permaneceu calado, preocupado com o choro da bebê e óbvio, com a minha reação.

- Me desculpa filha, é que nesse momento eu quero executar o seu pai. - Beijei sua testa, encarando o meu suposto namorado e também assassino da minha mãe, que batia o dedo freneticamente no volante. Nervoso.

- Olha me desculpe, mas não sou igual a você. Se você perduou tudo que ela foi capaz de fazer e quis acreditar naquelas palavras de merda dela beleza, mas eu não. Eu não acreditei numa gota do que ela disse. Pode me bater, me esmurrar, fazer o que quiser. Isso estava entalado e eu precisava dizer. - Ele falou tudo tão rápido que se engasgou devido a falta de respiração. Me pergunto como conseguiu.

Coloquei minhas mãos nas têmporas dando um suspiro profundo, de fato ele ter me falado foi bom, porque mais cedo ou mais tarde eu ia descobrir. E descobrir sozinha ou por outro alguém ia doer muito mais do que saber por ele. Mas céus, não queria que ele fizesse. Ele mentiu pra mim dizendo que tinha mandado ela pra outro país. Eu estava acreditando que ela estava bem.

- Se eu soubesse que tudo isso ia acontecer, eu não tinha feito aquilo. - Relutou. - Eu juro. Se soubesse que você fosse voltar, fosse aceitar isso, fosse me amar de volta não teria feito algo desta maneira pra te machucar.

- Você mentiu pra mim. - Mordi meus lábios. Na verdade eu parecia mais chateada com a mentira dele do que com a morte dela. Será mesmo que eu me importava tanto? Se eu tivesse morrido, a muito tepo atrás, ela teria, por algum momento, se importado.

- Sei disso. Me desculpe. - Tocou minha coxa. - É sério, aquela mulher não merecia viver depois de tudo que fez a você.

- E você não é Deus pra fazer justiça com as próprias mãos. - Devolvi o fazendo se calar. O sinal abriu e ele voltou a dirigir aumentando a velocidade mas permanecendo em setenta quilômetros por hora.

- Mas para mim é assim que funciona. Na minha vida é assim que as coisas funcionam. Faço justiça com minhas próprias mãos, e essa foi a primeira vez que fiz algo não por mim, mas por você. Porque você sabe que aquela mulher já estava morta pra você a muito mais tempo. - Merda. Ele tinha razão. Tinha completa razão. Me conhecia muito bem. Você o deixou entrar desse jeito, Zaya, foi você quem permitiu que ele entrasse.

- Vai ser difícil me acostumar com isso. - Sussurrei.

- É, mas se me ama e quer ficar, vai ter que ser assim. - Jungkook bravejou e o olhei indignada com sua audácia de me contrariar e pior, de agir como se eu fosse lhe obedecer. Ignorando o fato de estar com minha filha no colo, mas ainda a seurando eu fechei minha mão e lhe dei um soco no ombro vendo o roxo dos meus dedos. O carro desviou da pista e a sorte é que estava vazia. - Ai, caralho. Ficou louca?

- Eh, tô louca. Pensa que ainda sou aquela grávida idiota? Você se liga. Pra meter um pé nessa bunda branquela é rapido. Não sou o tipo de mulher que aceita ignorância de homem não, eu não sou obrigada a aceitar nada vindo de você. Você matou a minha mãe e isso é muita informação pra mim, mas continua sendo o homem que está comigo até então. Não tem nem vinte e quatro horas que você me pediu e namoro, se é que aquilo foi um pedido. Então por favor me deixe por uns minutos em paz ou eu mesma mato você.

O mafioso se calou. Tudo que escutei foi sua respiração e seus ombros baixos enquanto colocou o braço encostado na janela e continuou olhando para frente lambendo os lábios rosados. Percebi suas mãos brancas, apertando o volante e deixando qualquer raiva e frustração ali. Eu de fato não sou uma mulher que aceita qualquer coisa e pouca coisa, eu mereço o melhor e terei o melhor. Não é homem o suficiente pra ficar, é só sair da minha vida. Assim como também sou mulher o suficiente pra bater no peito e reconhecer quando chega minha hora de ir embora.

Subi minha roupa e acomodei Aurora que dormiu encostada em meu seio, sua respiração era bem pesada e mais uma vez me vi embarcando nos seus mínimos detalhes. Seus cílios são grandes, apesar de ter olhos puxados e quase não se perceber, sua boca é carnuda e desenhada, seu nariz é bolota igual ao do pai. As narinas bem pequenas. E seus cabelos nem se fala, os cabelos cobertos por uma touca rosa com a logo da Louis Vitton. É difícil acreditar que um homem desse fez algo tão perfeito assim. Talvez seja porque ninguém questiona as coisas de Deus.

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NOTAS FINAIS
Ta aí a resposta que vocês tanto queriam saber kkkkk é meus amores, a Zaya voltou, a Zaya firme sem sentimentalismo e choros que a gravidez lhe deu. Devo dizer que quero também que vocês, por favor, deixem aqui dúvidas que vocês ainda querem saber até o fim da fic. Porque pode ser que eu termine e acabe ficando algo para trás, que não me lembre. Vai acontecer algo com o pai do jk e também vou mostrar a história dele e do Teodor. Além disso, o que gostariam de ver atea fi acabar? Sem ser o romance em si.
Votem e comentem muito ❤️

ARMA FAMOSA • JJKWhere stories live. Discover now