Capítulo 17

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Tyler narrando

Acordei sentindo uma água gelada entrando em contato com o meu corpo.

— A bela adormecida finalmente acordou- Falou o bandido que ameaçou mexer com a Lena no carro - Dormiu bem?- Debochou ele.

— O que vocês querem?- Perguntei já cheio desses caras.

— Grana, dinheiro, reais, dólares, euros... tudo o que você tiver- Disse se sentando na minha frente.

— É só falar a quantia. Não precisava de tudo isso- Falei cansado daquela situação. Me lembrei da Lena - Cadê ela? Onde está a Lena?- Perguntei nervoso.

— Calma ai- Disse o outro bandido rindo- O nosso parceiro está com ela - Disse em um tom malicioso.

Aquele maldito. Seu tom malicioso me fez ferver da raiva ao cogitar a ideia que um cara estava mexendo com ela.

— Está louco? Pra que envolver ela nisso Se o assunto é comigo? por que precisam dela?- Perguntei com raiva.

Os dois me olharam e riram, debochando da minha preocupação me fazendo ficar mais nervoso.

— Ela deve ser muito importante pra você né?- Perguntou um deles me olhando - Ela deve ser boa na cama para deixar o chefe tão nervosinho- Falou brincando me fazendo trincar o maxilar.

— Vamos ser sinceros, aqui só tem homens- Falou o outro entrando na "conversa" - Ela faz bem? Como é mesmo o nome dela?- Diz fingindo não lembrar - Lena..

— Deixe ela fora disso- Falei quase gritando

— Olha aqui Play boy, quem manda aqui somos nós, então eu acho melhor você ficar mansinho- Ameaçou um dos bandidos.

Depois os dois saíram, me deixando louco de raiva. Se queriam dinheiro era só me deixar fazer o pagamento e nos liberar, mas não, eles querem fazer joguinho.

Mais que merda! Eu quero saber como a Lena tá. Se ela comeu, se está machucada. Tudo!!

Fico com essas perguntas até a hora em que um dos bandidos entra.

Ele era o que estava sentado ao lado da Lena no carro.

O bandido entrou e ficou encostado na parede, me olhando. Apenas ignorei sua presença, mas a curiosidade sobre o estado de Lena e preocupação falou mais alto.

— Como ela está?- Perguntei o encarando.

— Bem, ela já comeu e está dormindo- Falou simples.

Mas sua fala me trouxe uma certa calmaria.

— Quando vão nos soltar?- Perguntei

— Quando o dinheiro cair na conta- Respondeu suspirando pesadamente.

Ela falou como se não se importasse com o dinheiro, como se não quisesse fazer parte daquilo.

— Por que não soltam ela? Vocês querem a mim, o meu dinheiro. Deixem ela ir. Ela precisa cuidar da filha dela- Supliquei.

No momento em que falei que Lena tinha uma filha, vi seus olhos brilharem, mesmo com a pouca iluminação.

— Ela é mãe?- Pude perceber que ele ficou surpreso e sua pergunta não tinha maldade.

— Sim, a menina ainda é pequena, mal fala - Falei. Vi que o bandido se interessou, mas ainda sem maldade.

— Você é o pai?- Perguntou curioso.

— Não, sou apenas o chefe dela- Digo, mas com um desejo de falar que era algo a mais. Era isso que eu queria, ser mais que o chefe da Lena.

Ele riu do que eu disse. Sinceramente não vi graça na minha fala.

— E quando vai contar o que sente?- Disse ele me deixando surpreso- Você fala dela de um jeito diferente, e se preocupa demais com uma mera funcionária. Não foi difícil notar a sua intenção - Falou contando como "descobriu" meus sentimentos.

— Não sei- Respondi a sua pergunta- Não tenho certeza se é recíproco- Disse suspirando.

— A primeira coisa que ela fez foi te procurar e perguntar se você estava bem- Falou ele me deixando surpreso e contente- Uma mulher que não sentisse interesse por você, na situação em que ela está, a primeira coisa que faria era perguntar quando iria sair- Disse dando de ombros.

Realmente era um ponto. Ele estava certo. O bandido estava sendo um cupido? Um conselheiro?

— Por que faz parte disso?- Perguntei a ele.

— Acho que estou falando demais- Disse mais para ele do que para mim.

— O que á de errado em responder? Não estou perguntando seu nome ou algo que comprometa esse sequestro- Digo o convencendo a falar.

— Precisão...minha família foi ameaçada- disse me olhando no olhos. Eu podia ver tristeza em seu olhar. Remorso.

— Acha que a solução é ceder?- Perguntei

— Melhor do que ver minha filha com um tiro na testa- Falou com raiva.

Sua raiva não foi pelo que eu perguntei, mas pelo fato da ameaça que sofreu envolver a morte da sua filha.

Ali vi uma forma de escapar. Ele foi coagido a participar do sequestro, e dava para ver que ele estava infeliz pela escolha que fez. Ele não era ruim, era apenas um pai que ama a filha.

Conquistada por um CEOWhere stories live. Discover now