Wendy viveu em Nova York a vida inteira. Enfrentou dificuldades quando a mãe faleceu e tudo piorou quando seus amigos revelaram que estavam perto dela apenas por dinheiro. Ela se muda para Hawkins para viver com a nova família para recomeçar e con...
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— Tirou 6 em inglês e 5 em história.
— Sim. — Wendy falou sem animação alguma.
Era a terceira vez que a pedagoga da escola a chamava para conversar só naquela semana. Hagan estava sentada em uma cadeira de madeira e batia os pés no chão agoniada.
— Não é normal para você.
— Se está dizendo. — respirou fundo. A menina não podia se importar menos com aquilo.
Wendy não tinha vontade de sair de casa. As vezes não tinha vontade de sair da cama. Não se importava mais com notas ou em se enturmar. Não sentia mais aquela pressão de ter que passar uma boa imagem como seus antigos colegas. Seus amigos já não frequentavam o colégio, além de Robin e Eddie. E por mais que Dustin e Mike se esforçassem para ajuda-la lá dentro; e Billy e Steve fora da escola, ela não tinha certeza nem se queria receber ajuda.
Sua vida estava pior do que nunca. Com a morte de Thomas, as brigas acabaram, nenhum deles tinha energia para discussões. Mas Jeffrey se afogou em álcool e passou a usar drogas sem limites. Em uma noite, duas semanas depois da morte do garoto, Jeffrey simplesmente pegou todas as coisas da casa e foi embora, como se Megan não estivesse sofrendo mais do que ele.
Hagan ainda não falava sobre como se sentiu com o abandono repentino do pai e em como se sentia um fardo para Megan, que foi obrigada a ficar com a menina.
— Como Megan está? — péssima. Não come, não dorme, só vai para o trabalho e volta para casa para checar se Wendy ainda está viva.
— Bem, na medida do possível. As vezes eu não sei se foi realmente ruim o meu pai ter ido embora. Está tudo quieto, apesar de odiarmos a casa nova.
— Não precisa fingir que não se importou com a partida dele, Wendy. Está tudo bem, você tem todo o direito de se sentir assim. — Hagan sentiu uma pontada na cabeça e nem se moveu, já estava acostumada com as crises de enxaqueca que passou a sentir.
—Tudo bem. Já posso ir? — a mulher apenas assentiu com a cabeça.
Wendy saiu da sala e foi direto para o banheiro feminino para tomar seus remédios mas, no caminho, encontrou Eddie, o seu mais novo amigo.
— Vejam se não é a rainha das sombras! — um sorriso pequeno apareceu no rosto dela.
— Precisa parar de me tratar como se estivéssemos em um tabuleiro de D&D. — ela pegou alguns comprimidos e engoliu rapidamente, antes de pegar o copo de refrigerante da mão de Munson e dar um gole.
— E você precisa parar de fingir que não gosta das coisas estranhas que nós fazemos.
A menina sorriu e devolveu o copo para o garoto. Os dois caminharam até o refeitório e foram direto para a mesa onde estavam os membros do Hellfire Club. O clube de D&D do Eddie. Ele se sentou na mesa, ao lado da menina, que sorriu sem mostrar os dentes para Mike e Dustin.
