Capítulo 57

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4 anos depois...

Eu respirei fundo antes de finalmente abrir a porta da delegacia, do lado de fora lá estavam eles me esperando com um sorriso de orelha a orelha. E eu obviamente não estava diferente.

- Mamãe! - Edite saltou dos braços de William e correu até mim. Eu a segurei firme em meus braços e a enchi de beijos.

- Minha filha...

Depois de alguns segundos sinto braços nos envolvendo, era Will e minha mãe, um verdadeiro grande abraço em família.

- Sonhei tanto com esse dia. - Disse William secando as lágrimas de meu rosto e depois me beijando.

- Era a imagem desse dia que me fez ter forças para continuar.

- Graças a Deus que deu tudo certo e reduziram sua pena para metade.

- O advogado era bom, e o fato de eu ter trabalhado lá dentro e também ter tido boa conduta ajudou bastante.

- Vamos para casa?

- Sim, por favor Will. - Respondi sorrindo.

Juntos seguimos para o carro, Edite foi sentada em meu colo e durante o percurso ela não parou de conversar nem por um segundo, tão linda, tão cheia de vida. Cada dia que passava se parecia ainda mais com o pai, a cor dos cabelos, dos olhos, formato da boca e até nas expressões. Desde que fomos separadas na prisão, eles nunca deixaram de a levar nem a uma visita se quer, e eu serei eternamente grata por isso.
Comecei observar pela janela do carro, eu já havia me esquecido de muitas coisas, de como a cidade era sempre tão movimentada, dos sons dos passarinhos, daquele cheirinho de liberdade, muito diferente da cadeia que fedia a mofo e a urina.
Notei que adentramos um condomínio diferente, eu podia estar a muito tempo longe, mas sabia que ali não era onde William e eu morávamos.

- Que lugar é esse?

- Calma Mai, você verá. - Respondeu minha mãe me deixando ainda mais confusa.

- Chegamos. - Disse Edite batendo palminhas e já correndo para descer do carro.

Assim que desci encarei a casa em minha frente, eu não posso negar que antes eu era rica, morava em uma mansão. Mas aquela casa era diferente de tudo, ela era perfeita, era linda. Já do lado de fora tinha um vasto jardim que exalava perfume, a casa aparentava ter dois andares, tinha enormes janelas de vidro e uma porta tão grande que jurei que daria para passar uma girafa por ela, e para completar o visual uma piscina gigante.

- O que estamos fazendo aqui? Que casa é essa?

William me abraçou por trás e depositou um beijo em meu pescoço antes de me responder.

- Essa é nossa casa, meu amor. Longe daquele lugar em que morávamos, longe daquela casa em que você sofreu por tantos anos, longe da casa de minha mãe, agora será literalmente uma vida nova.
Eu mesmo que desenhei o modelo da mansão e levei para um arquiteto e um engenheiro, pensei em cada detalhe do nosso lar para ser o lugar perfeito, eu espero muito que goste.
Já faz algumas semanas que ela ficou pronta, mas esperamos para estreiar junto com você.

- Meu Deus... Eu te amo demais. - Falei e o dei um selinho. - E a casa de Julieta?

- Coloquei a venda hoje cedo.

- Vem mamãe, vamos entrar para você ver lá dentro. - Disse Edite pegando em minha mão e me puxando. - Você vai amar, é muito linda.

E ela tinha razão, conforme eu ia conhecendo cada cômodo mais impressionada eu ficava.

- Me leva para conhecer seu quartinho agora, deve ser lindo.

- É sim, vamos!

Os quartos todos eram no segundo andar, subimos as escadas e ela foi me guiando até o seu.
E como eu imaginei, era muito encantador. Uma cama digna de uma verdadeira princesa, a decoração toda em rosa claro e branco, cheio de brinquedos como bonecas e ursos de pelúcia gigantes, uma prateleira repleta de livrinhos, e um lustre de estrelas tão delicado como ela.

- Uau, é sem dúvidas o cômodo mais bonito filha. Vou pegar esse quartinho para mim. - Falei a abraçando e lhe fazendo cócegas.

- Para mamãe... - Pediu entre gargalhadas, sua risada era meu som favorito da vida.

- Edite minha querida, você me empresta sua mamãezinha só por um segundo?

- Claro papai, mas seja rápido que eu quero mostrar para ela todas as minhas bonecas.

- Daqui a pouco eu devolvo, vá brincando com sua vó enquanto isso.

E assim fui praticamente arrastada para fora.

- O que foi, Will? - Perguntei entre risinhos enquanto ele me puxava.

Até chegarmos ao local que ele queria me mostrar demorou muito mais que o necessário, isso porque durante o percurso nos distraíamos com beijos e abraços.
Ele tampou meus olhos antes de abrir uma porta.

- Deixe-me ver, estou curiosa. - Falei ansiosa.

E então ele tirou as mãos da minha frente, e instantaneamente meus olhos se encheram de lágrimas. Era um lindo quartinho de bebê, eu caminhei até o berço e passei as mãos sob ele.

- É o mesmo berço que foi de Edite?

- Sim, eu e ela tivemos momentos mágicos nele. Quando ela aprendeu se equilibrar e ficava em pé segurando nas bordas, eu entrava dentro do berço e conseguia me sentar todo apertado para fazê-la dormir, as mamadeiras todas as noites e as histórias que eu lia mesmo sem ela entender nada...

Eu já chorava imaginando todas aquelas cenas, na qual não estive presente.

- Pra que isso? Pra que esse quarto? - Perguntei por fim.

- Para termos um outro bebê, acho que está na hora de Edite ser nomeada irmã mais velha, você não acha?

- É tudo o que eu mais quero, poder ser mãe novamente. - Respondi me jogando em seus braços.

- Já podemos começar praticar essa noite. - Falou mordiscando o lóbulo de minha orelha, e eu gemi abafado em resposta.

- Se prepare Levy, que hoje eu vou te fazer pedir arrego.

- Pago pra ver.

E depois de lhe lançar um sorrisinho malicioso saí dali, e segui para o quartinho de Edite novamente para poder aproveitar e brincar muito com ela, nada nem ninguém iria nos separar novamente.

Louca ObsessãoNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ