26.

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Dava-se conta de que quando se casassem seria rica? Não, provavelmente não. Christopher deixou-lhe uma nota na mesinha e abandonou o hospital. Iria à Reilly Gallery, comprovar se todo ia bem. Não queria que Dulce se preocupasse, por muito que seu futuro material estivesse assegurado.

Era de noite quando Dulce acordou. Christopher levantou-se do sofá e aproximou-se de seu lado.

— Olá — saudou-a pondo uma mão sobre a dela —. Está a horas dormindo.

— Que hora é? — perguntou Dulce estranhada, comprovando que tinha deixado de sentir náuseas.

— Oito e meia, dentro de trinta minutos jogam-me daqui.

— Encontro-me melhor. Importaria em levantar um pouco a cabeceira da cama?

— Assim?

— Sim, assim está bem. Obrigada — acrescentou Dulce girando a mão para agarrar a dele.

— De nada, só tive que apertar um botão.

— Não me referia a isso, mas ao fato de cuidar de mim.

— É meu trabalho. O bebê é meu, recorda?

— Sim — contestou Dulce desanimada ante a resposta. Então, essa era a única razão pela que se preocupava —. Falou com o médico?

— Sim, ficará internada mais dois dias, ao menos, até que se recupere. Depois voltarão a examiná-la e decidirão que fazer.

— E o que significa isso? — perguntou Dulce —. Tenho que me levantar, tenho que ir trabalhar.

— Fale com o médico amanhã, quando o ver, — deu de ombros Christopher —. Eu só se transmito sua mensagem. Ah, e manhã pela manhã farão uma ecografia. Querem assegurar-se de que a criança está bem. Segundo parece, a desidratação pode chegar a ser grave, mas não se deixe levar pelo pânico — a animou lhe apertando a mão. Isso só por precaução.

— Estará comigo, quando fazerem?

— Com certeza — respondeu Christopher com o rosto iluminado, sem dissimular a alegria que essa pergunta lhe causava.

A ecografia era uma prova muito reveladora. O técnico colocou-lhe uma coisa metálica no ventre e ligou o aparelho. Na tela surgiu algo muito pequeno, parecido com um camarão. Christopher segurava a mão de Dulce.

— Aí está vivinho e saltitante — comentou o técnico —. Olhe!

— Que? — perguntaram Christopher e Dulce ao mesmo tempo, com apreensão.

— Olhem.

Ambos observaram a tela. A um lado daquela pequena espécie de camarão, por detrás aparecia outra coisa. O técnico moveu o aparelho em seu ventre de um lado a outro. De repente, Dulce deu-se conta do que era.

— Há dois!

— Gêmeos? — perguntou Christopher atônito.

— Exato — contestou o médico sorrindo —. Dois bebês. Felicitações dupla.

— Gêmeos — repetiu Dulce perguntando-se se a expressão de seu rosto refletia a mesma perplexidade que a de Christopher —. Jamais teria imaginado algo assim.

— Então suponho que não seguiram nenhum tratamento contra a infertilidade. As gravidezes múltiplas são comuns, nesses casos, mas são o resultado de dois óvulos fertilizados — explicou o técnico —. Estes dois, em desenvolvimento, parecem que compartilham a placenta. Vão ter gêmeos idênticos.

Um filho teu (Adaptação) Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora