32.

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À esquerda do roupeiro tinha uma porta que dava para o banheiro. Em mármore rosa, com ducha, contava também com uma banheira de hidromassagem, elevada sobre dois degraus e enfeitada com uma coleção de plantas e sais de banho. Depois dela, uma janela de cristal opaco, e num dos extremos, uma televisão. Dulce entrou no banheiro para vê-lo inteiro. Na parede contrária à banheira tinha dois lavabos. Também tinha uma cabine fechada com o serviço e um bidê. Do outro lado, a porta do dormitório de Christopher.

— Meu quarto — informou Christopher.

Dulce voltou-se sem dizer uma palavra e entrou de novo no dormitório. Sentou-se na cama e ambos os homens a olharam.

— Ocorre algo?

— Acabo de compreender até que ponto é rico — contestou Dulce olhando a Christopher —. É desconcertante.

— Só porque meu banheiro é realmente espetacular? — riu Christopher.

— Não, por tudo — sacudiu a cabeça Dulce —. Era este o...?

— Sim, era o dormitório de Wendy — assentiu Christopher —. Mas Finn voltou a decorá-lo por completo, quando lhe disse que nos casaríamos. Tapete novo, móveis novos, pintura nova...

— A pintura não é nova — assinalou Finn com modéstia —. Tinha medo de que cheirasse a pintura, e como não estava estragada, não a mudei. Só busquei outro papel que combinasse. Foi fácil. Hoje em dia há umas telas e uns papéis pintados incríveis. Os móveis podem ser mudados se não gosta do estilo.

— Não, é encantador — contestou Dulce sorrindo —. De verdade, encantador.

— Fiz o que pude — comentou Finn ruborizado, se indo —. Trar-lhe-ei a comida numa bandeja, assim poderá descansar toda à tarde.

Após a saída de Finn fez-se silêncio. O quarto parecia outro, sem o mordomo fazendo excessivo espanto. Dulce não pôde reprimir o riso.

— É realmente... Vital.

— É muito seu — assinalou Christopher —. Se lhe der um projeto, trabalha como um louco. Não tem nem ideia do quanto se divertiu decorando isto. Decorou todo seu quarto, de passagem. Pedi-lhe que viesse viver aqui, e ele aceitou. Assim terá sempre alguém em casa quando eu não estiver — continuou Christopher vacilando um momento, antes de se aproximar dela —. É hora de descansar. Não para de bocejar.

— Sim, sinto-me cansada — queixou-se Dulce —. Não compreendo.

— Tem estado doente, e está grávida — recordou-lhe Christopher tomando-a pelo cotovelo, enquanto ela se deixava meter na cama docilmente. Christopher tirou-lhe as botas e cobriu-a com a colcha —. Tenho coisas a fazer. Deixa que Finn se dê a comida e descansa. Irei à galeria antes que fechem, pra ver se tudo vai bem.

— Obrigada — contestou Dulce pousando a mão sobre a dele, em cima da cama.

— Fique tranquila coraçãozinho — sorriu Christopher inclinando-se para beijá-la na testa.

— Alegro-me de não ter nada na mão para lhe jogar — sorriu Dulce.

Christopher riu e saiu sem dizer nada.

Um filho teu (Adaptação) Vondy Where stories live. Discover now