50| Viver e perigoso

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É um jogo perigoso, viver é perigoso!

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É um jogo perigoso, viver é perigoso!

Embora eu esteja com muita vontade de sair e levantar cada maldita pedra dessa cidade para encontrar o homem que está me procurando eu preciso me acalmar, perder o controle agora e deixar ser dominada pela raiva me levaria diretamente para uma cova.

Inteligência, frieza, cautela, manipulação.

Eu precisava exercer agora cada maldita lição que eu aprendi não só no meu treinamento como no meus anos de experiência, eu não precisava apenas saber matar eu precisava descobrir quem é a minha presa.

Eu era um personagem no jogo dele, para entender quais as regras e consequentemente entender quais as minhas próximas jogadas eu precisava me afastar, precisava ver tudo como um todo, de fora, eu precisava pensar.

Caminho em direção ao lugar que organizei a anos atrás, faz tanto tempo desde a última vez que pisei aqui que a casa está ainda pior do que me lembrava, por fora parecia uma casa abandonada caindo aos pedaços, os vidros das janelas estão quebrados, as madeiras das portas tortas, fiz desse lugar um esconderijo um lugar que eu vinha sempre que precisava estudar sobre alguma coisa e precisava de paz para isso, a madeira embaixo dos meus pés range conforme caminho por dentro da casa.

Eu queria um lugar que ninguém desconfiasse e fiz um ótimo trabalho nisso.

Caminho até o quarto dos fundos e abro a porta, uma garrafa quebrada no canto, uma mesa e cadeiras quebradas, camisinhas jogadas no chão denunciam que isso aqui se tornou um motel de desabrigados, não me importo é até bom assim o fato dela ser falsamente abandonada fica mais convincente

Procuro na parede a direita um corte que fiz.com um pedaço de ferro tão pequeno que quem não prestar bastante atenção nunca iria desconfiar ou ao menos notar que ele está ali.

Coloco um dedo encima do corte e a parede se abre, não perco tempo e entro fazendo a mesma se fechar atrás de mim, voltando a forma anterior como se não tivesse ninguém ali dentro mostrando que era apenas uma parede normal que servia apenas para deixar a casa em pé, observo meu antigo esconderijo.

Na direita um pequeno laboratório que eu usava para fazer minhas experiências químicas, na esquerda uma parede repleta de armas e munições, no centro uma mesa com uma cadeira e vários papéis que hoje são inúteis, na minha frente uma grande tela de computador, ao lado do meu pequeno laboratório vários computadores, mais adiante seguindo um corredor uma pequena cozinha com um armário de duas portas um fogão e um frigobar, passava tempo demais aqui dentro e odiava quando eu precisava sair para comprar comida então tinha tudo que eu precisava para não morrer de fome ou desidratada, foco a atenção novamente na tela enorme na minha frente e na pequena lousa ao lado da mesa no centro.

Estudar, eu precisava estudar, precisava entender a cabeça do meu inimigo.

Tiro o sobretudo e coloco encima da cadeira, amarro meu cabelo em um coque e começo a fazer uma rápida limpeza no lugar, é visível os anos que passei sem vim aqui quando percebo a sujeira que se encontra no lugar.

Uma hora depois meu esconderijo já estava devidamente limpo e eu caminho até a lousa, pego um lápis de giz e começo a escrever todas as informações que tinha até agora

1-Ele não me queria morta, ele me queria para ele como um maldito troféu

2-Era alguém próximo a mim, alguém que conhecia meus passos que me conhecia

Não confie em ninguém.

3-Era alguém que desfrutava de minha confiança, uma vez que eu recebi o aviso para não confiar, significa que eu já confiava.

Pensa Any, quem poderia ser?

Vou até os computadores e me sento em frente a um, ligo o mesmo coloco a lista de pessoas que me rodeiam.

Eu liderava 800 soldados mas não confiava em todos, eliminei quase 60% da lista.

Não se culpe.

A frase daquela carta me deixa intrigada, não me culpar por não ter conseguido protegê-los? Ou por ter levado a morte até eles?

Quem sabia o que eu tinha feito por aquela família? Quem sabia que eu me importava com eles? Eliminei mais 20% da lista,

Esfrego as têmporas, ainda existiam 160 suspeitos, eram cabeças de mais.

Eu precisava de mais informações eu tinha muito poucas, eu precisava que ele cometesse um erro. mas como vou fazer ele perder o controle? Como posso assumir as peças?

Muitas perguntas, pouquíssimas respostas e isso já estava me irritando muito.

— Inferno! — Coloco as mãos na cabeça, um sinal claro de descontrole, um desejo louco de queimar toda maldita Rússia toma conta do meu pensamento.

O fogo é o meu elemento preferido o seu também não é?

Quem me conhecia tão bem para saber disso?

Caralho, quem?

Uma das coisas que aprendi é que não existe crime perfeito, por minima que seja, sempre existe uma ponta solta, como eram civis comuns as investigações das mortes deles foi para as mãos das polícias e por isso terei que hackear o sistema do governo.

Autopsias, relatórios de perícia, gravações eu preciso de tudo e é oque eu consigo.

Nada, não encontro nada de estranho e isso só faz eu ficar ainda mais frustrada.

Ele é muito bom ou eu estou procurando no lugar errado?

Tem algo faltando no quebra cabeça, o que?

Coloco o dedo indicador e um polegar nos lábios, me permito vagar nas possibilidades, nos rostos das pessoas, nas que tem motivos

Ele te quer para ele.

É evidente que ele faria qualquer coisa para me ter, as ameaças são provas suficientes disso, querer algo e ver outra pessoa tendo irrita. Sorrio com a idéia se formando em minha cabeça, eu preciso que ele perca a linha real de raciocínio e cometa um erro, um pequeno erro seria o suficiente para me dá uma direção mais clara, pego meu celular e ligo para a única pessoa que no momento não está na linha de suspeitos.

— Coração? — Reviro os olhos com o apelido

— Está mesmo disposto a lutar essa guerra? — Levanto da cadeira

— Você tem um plano? — Olho para a lista de suspeitos e para a lousa

— Precisamos aparecer juntos, como um belo casal de noivos apaixonados! — Ele gargalha do outro lado com minha fala

— Estou entendendo sua linda de raciocínio, quer que ele ache que a deusa dele está caindo de amores por outro? Você é má. — Dou de ombros mesmo sabendo que ele não pode me ver

— Iria te convidar para ir a um evento comigo mesmo, acho que será a oportunidade perfeita para isso! — Pego o sobretudo que tinha jogado na cadeira próxima a mesa e visto

— Quando será o evento? — Abro a parede secreta e saio dali ouvindo a madeira ranger conforme ando novamente

— É a festa de noivado de um dos nossos sócios, falando em festa de noivado nos teremos uma? — Saio da casa velha e a passos calmos vou até meu carro parado do outro lado da rua

— Não preciso responder essa pergunta né? — Outra gargalhada da parte dele

— Não, mas voltando ao assunto importante o evento será amanhã a noite! Tudo bem? — Amanhã? Bufo já sem paciência

— Tudo bem, estarei pronta as oito! — Finalizo a ligação e desligo sabendo que ele provavelmente está me xingando agora, abro a porta do carro, entro e começo a dirigir até minha casa tendo o vislumbre do nascer do dia

Mais uma noite sem dormir.

𝘼 𝙇𝙪𝙯 𝙙𝙖 𝙈𝙤𝙧𝙩𝙚 Onde histórias criam vida. Descubra agora