73|Fumaça no ar

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Josh Beauchamp
20 anos de idade.

Eu odiava esses eventos, eu entrava já desejando o momento de sair. Segurava um copo de whisky duplo na mão, observava o líquido âmbar como se fosse a coisa mais interessante que eu já tinha visto na vida.

E para ser sincero estava realmente sendo.

As garotas com seus sorrisos falsos e seus atos que gritavam submissão me irritavam para caralho, só de lembrar que algum dia estaria com uma coleira dourada e que uma dessas irritantes mimadas seria minha esposa, eu tinha vontade de estourar a minha própria cabeça com uma das minhas armas.

Se bem que a morte parecia algo tão melhor que está aqui, que eu aperto o copo com mais força para não ceder ao desejo.

Desde quando me tornei um suicida?

Uma movimentação estranha na lateral do salão chamou minha atenção, observei o pequeno grupo que se formava ali e ao olhar para os pés das pessoas vi um corpo.

Um sorriso divertido surgiu em meus lábios

Ah, algo que acabe com meu tédio.

Observo a forma que os dedos do futuro cadáver estão levemente roxos e estranho, isso só deveria acontecer horas depois dele morrer

Ele não estava morto ainda ou estava?

Tive a resposta para minha pergunta no momento que ele começou a gritar, tão alto que sobressaia a música do ambiente, resolvi me aproximar querendo entender melhor

Dois passos, dois malditos passos e eu parei!

Um casal caminhava de braços dados até o meio da pista de dança, não prestei atenção no rapaz, minha atenção estava totalmente em direção a ela, como se eu estivesse em uma espécie de hipinose não consegui desviar os olhos, o vestido em um tom de rosa claro.

Que me lembrava o modelo do vestido que dançarinas de ballet usariam mas o dela, o dela era sexy ao mesmo tempo que angelical, eles dançavam despreocupados, o quadril dela se movimentavam de forma perfeita, relaxada.

Eu já tinha visto e levado para cama tantas mulheres cacheadas  que o cabelo dela não deveria me encantar daquele jeito, o cabelo mais belo que meus olhos já viram, se movimentam como se estivessem querendo dançar junto a ela, tornar seu espetáculo mais incrível como se isso fosse possível.

Esqueci totalmente do homem que estava morrendo a alguns metros de distância de mim, seus gritos se tornaram nada importante,

O cabelo se movimentou para o lado e eu tive o vislumbre de suas costas nuas, sua pele macia marcada por uma tatuagem, meus olhos se fixaram ali, o desenho em uma tinta vermelha parecia viva em sua pele.

Uma cobra e uma rosa?

Parecia algo significativo, não era uma tatuagem aleatória eu tinha certeza. O rapaz a conduzia pelo salão em uma falsa liderança, era mais que visível que ela era a comandante all.

Mas quem era ela?

Eles giravam e se movimentam, se afastavam e se aproximavam indo em sintonia com a música e então, um último grito,

Agudo, alto, agonizante vibrando dor.

O grito que denunciou que seja lá quem fosse aquele homem tinha acabado de morrer, a esse momento estava caminhando em direção aos portões do inferno e isso não podia importar menos para mim.

Mas então, eu percebi que junto com os gritos do homem o corpo dela também tinha parado, foi quando meu sorriso se alargou no rosto,

Meu coração acelerou em um velocidade que me fez achar que eu teria um infarto.

Ela não estava dançando em pró dos músicos que foram contratados para animar a festa, ela estava dançando como se verena-se os gritos do homem, ela estava dançando ao som da morte, da dor e ela não podia ter se tornado mais interessante para mim, meu pau dando sinal de vida em minhas calças. Latejando, tão duro que beirava a dor, o poder em uma mulher era tão incomum e eu acabei de descobrir que essa porra me excitava de uma forma absurda. Tentei esconder o volume em minha calça com meu palitó sem desviar os olhos dela.

Que agora estava olhando para o rapaz que só agora notei ser também, ela estava sorrindo para ele e aquilo me incomodou.

Olhe para mim, deixe eu ver seu rosto.

Eu nunca desejei tanto antes ver o rosto de alguém, estava agoniado sem conseguir ver,

Eu não tinha dúvidas, ela tinha o dedo naquele assassinato, ela até comemorou o fato. Antes que eu podesse perceber meus pés estavam caminhando em direção a ela mas fui impedido por soldados em estado de alerta.

— Precisamos ir senhor, mataram o senhor Malakai de forma misteriosa.

Ignoro o soldado que disse isso e olho para a direção em que ela estava mas me decepciono ao ver que ela não está mais ali, sumiu! Corro os olhos por todo salão mas nada.

Aqui não é um lugar seguro senhor!

Contrariado em não encontrá-la apenas concordo com a cabeça e saio dali escoltado

Eu vou te encontrar princesa de fogo.

Eu sai determinado em acha-la, em revirar tudo e encontrar ela sem ter a mínima idéia que a minha determinação não duraria,

Pois eu iria descobrir logo que do mesmo jeito que o que matou Nicolau desapareceu no corpo dele como se nunca tivesse existido, ela també
desapareceu como fumaça no ar.

Eu tive que esperar anos para tê-la em meus braços.

𝘼 𝙇𝙪𝙯 𝙙𝙖 𝙈𝙤𝙧𝙩𝙚 Where stories live. Discover now