young and beautiful

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ROSEANNE PARK

— Park, Park. — uma mão encostava meu braço e uma voz suave me chamava.

Abri os meus olhos dando de cara com Jungkook, que me encarava fazendo o mesmo gesto que ele fez para mim na primeira vez que o vi — o dedo indicador sobre os lábios pedindo para que eu fizesse silêncio.

— O que foi? — sussurrei, tão baixo que pensei que nem ele tivesse entendido.

— Acho que tem alguém na casa — ele sentiu meu corpo arrepiar por que sua mão ainda estava no meu braço. Ele me soltou e caminhou até a janela, abrindo a cortina devagar.

Olhei para o relógio sobre a mesa de canto — 21:44. Como eu consegui dormir tanto?

— Há quanto tempo está acordado?

— Já faz umas três horas.

— Por que não me acordou também?

Ele não obteve resposta para isso.

— Onde está minha avó?

— Dormindo, provavelmente. Devíamos ir embora agora.

— Jungkook, não deve ter ninguém. Isso é paranoia.

— Não foi paranoia da última vez — ele me olhou atentamente.

— Eu ainda quero perguntar uma coisa a ela.

Jungkook estava irritado comigo. Eu reconhecia sua feição.

— Qual é o problema?

— O problema é que não devíamos nem ter saído da cidade. Eu recebi ordens severas para ficar de olho em você.

— Bem, está de olho em mim. Eu só vim visitar a minha avó.

— Avó — ele riu baixo — Aquela mulher te detesta.

— O que posso fazer, sou a cara da minha mãe — dei de ombros e me sentei na cama colocando os meus tênis — Vou ver minha avó.

— Ela vai te detestar ainda mais se acordá-la.

— Pouco me importa. Eu também quero ir embora, então... serei rápida. É só uma pergunta.

Meus olhos desceram pelo seu braço. Ele tinha veias saltadas por debaixo das tatuagens, e quando eu percebi que ele notou o meu olhar eu o desviei para o cadarço do meu tênis.

— Vou com você.

— Não precisa. O quarto dela é do outro lado do corredor.

— Eu ouvi alguma coisa, não vou te deixar sozinha. — seu tom de voz era bruto, não ia adiantar nada discordar.

Saímos do quarto e Jungkook estava em meu calcanhar. Bati na porta da minha avó e quase dei um grito quando ela apareceu meio-segundo depois, segurando um castiçal.

Jungkook apertou a minha cintura, o que significava que ele também tinha se assustado com a figura da velha.

— O que quer?

A voz dela estava mais grossa como se ela tivesse sido possuída pelo demônio ou algo do tipo.

— Preciso te fazer mais uma pergunta.

— E eu quero dormir.

Eu tinha um insulto na ponta da língua, mas resolvi me calar. A mão de Jungkook me lembrava que ele também estava com medo daquela figura infernal que estava á nossa frente.

— Qual foi o problema que ele causou? — os olhos dela colaram em mim — O que ele fez anos atrás?

Minha avó sorriu, maquiavélica.

PANDORA | rosekookWo Geschichten leben. Entdecke jetzt