Cartas e Mensagens para Lev

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" Me Desculpe..."

Estranho a primeira linha da carta, sua letra tremida como se tivesse sido escrita as pressas e a frase " Me desculpe "... porque alguém me pediria desculpas.

" Não sei por onde eu possa começar e também, não tenho muito tempo para lhe contar tudo oque eu queria... Me desculpe. Se eu houvesse desconfiado de Melione, teria evitado a traição, a destruição do Reino e a minha maior perda... falhei em proteger o brilho de esperança do meu lar. Falhei em cumprir a promessa ao Imperador, o meu caro amigo... não consegui proteger o seu filho. Não protegi aquela pequena criança inocente em seus primeiros dias de vida. Meu corpo estava fora dos limites do reino e por isso não fui pego pelo selo do Imperador, vaguei pelos escombros que sobraram na esperança de encontrar o sinal de algum sobrevivente.
Bandidos saqueavam todos os bens que restaram, a fama do nosso nome os levou a me prenderem e como estava debilitado não pude me defender de tantos e acabei sendo levado e vendido no mercado negro. Alguns anos se passaram enquanto me mantinham algemado em uma sela imunda, em minha mente um déjà-vu onde andava tranquilo pelo reino e a primeira vez que peguei aquele pequeno bebê em meus braços, repetindo mil vezes para mim mesmo que tudo aquilo tivesse sido apenas um pesadelo e que logo acordaria.
Em um dia que achei ser normal, um homem adrenta a sela me retirando de lá e me levando a outra sala onde uma mulher de cabelos roxo me aguardava. E foi nesse dia em que fui comprado, essa mulher era líder de uma máfia de controle territorial e pelo governo era chamada de Imperatriz. A primeira proposta dela foi que eu trabalhasse como sanguíneo e obviamente eu recusei. Mas, eu não sabia que ela era um vampiro e ainda mais fraco não consegui vencê-la. Acorrentado novamente me vejo de frente a um senhor que mais tarde descobri ser o pai da Imperatriz, ela também era um vampiro é através do seu poder ele reescreveu a Fórmula do seu próprio ser e, assim ele usa suas presas me injetando algum tipo de líquido e me transformando em um vampiro.
Ainda cendo mantido preso, escuto uma discussão no corredor em frente a sala onde era mantido e em um estrondo o corpo de uma criança é lançada pela porta batendo contra a parede. A mulher de cabelos roxo passa pela porta se dirigindo em direção a criança e a chicoteando sem piedade, naquele momento eu me lembrei daquele pequeno bebê e minha visão se escurece, em um piscar estava sobre o corpo daquela criança a protegendo. Me levando com ela em braços e vejo ser uma menina de pele pálida e lindos fios platinados, por um momento jurava ter visto a imagem do Imperador nela só lhe faltava as pontas azuis em seus cabelos. E vagando os olhos por todas as cicatrizes e machucados em sua pele fiz uma promessa de mim mesmo de que iria protegê-la. A mulher me disse que não poderia levá-la pois era a sua melhor arma e a única criança que havia sobrevivido desde alguns anos, minha raiva transbordava a vontade de fatiar aquela maldita e sem ter poder o suficiente, e foi para proteger aquela pequena menina que eu me tornei um amaldiçoado. Em uma noite ela e o senhor me atacam e ao acordar me vejo trancado em uma imensa bolha que logo descobri ser dentro do corpo daquela mesma garotinha. Agora éramos um só.... essa criança era você, Lev. E por minha causa você quase morreu e... para lhe salvar eu tive que te deixar sozinha. Não sei para onde eu irei, mas meu coração doe em pensar que não estarei com você, de que não lhe darei o meu poder para te ver lutando, de que a nossa última vez juntos foi em minha quebra de promessa e em ver seu corpo coberto de sangue e feridas que eu não poderei cuidar. Os Gêmeos Berserk's evitaram que seu corpo se danificasse e me retiraram de você. Agora sou apenas outro selo esperando que venha me despertar. Queria poder pedir que não viesse até mim mas, não é apenas a minha alma mais sim um reino inteiro que espera pela sua salvação.
Me desculpe... eu falhei.
Só... queria poder te ver uma última vez.
E ... tome cuidado nas próximas batalhas e, até algum novo amanhecer, menina Lev.

Sayoran.

Minhas mãos aperta o fino papel na carta o amassando e meus lábios começam a tremular, a sensação das linhas de líquido salgado cruzando o meu rosto me despertam do transe. Estava chorando.... pela primeira vez em minha vida. Minha garganta parecia estar presa, meu peito apertado e os solavancos do soluço me irritavam... eu só queria parar mais não conseguia.

Vanitas No Carte: Maldição Do Predador Where stories live. Discover now