Ex e ohs

1K 89 16
                                    

Quem muda de roupa dez vezes para ir comer hambúrguer? Eu.

Não fazia diferença se Maya era minha amiga. Eu queria que, quando olhasse para mim, ela se arrependesse da decisão que havia tomado quando me enquadrou nessa categoria. Não conseguia controlar o que sentia.

Ontem à noite, quando saí para comer fondue com Amélia, fiquei pensando em Maya: na bunda da Maya, a mão da Maya no meu quadril, o almoço de domingo com a Maya.

Foi patético. Eu ria de mim mesma toda vez que Amélia mergulhava alguma coisa no molho e sujava os dedos, porque lembrava da Maya dizendo que era a única coisa que ela mergulharia. Não conseguia tirar a minha amiga da cabeça, e nem queria, na verdade.

Usando um vestido azul leve e florido, fui atender a porta.

Maya arregalou os olhos quando me viu.

- Não sabia que íamos para a boate em uma tarde de domingo.

- Deu vontade de me arrumar. Algum problema?

- Não. Ficou legal – ela disse ao passar por mim e entrar no apartamento.

- Obrigada.

Maya também estava bem ajeitada com uma blusa colada e um jeans desgastado que realçava sua bunda. Ela olhou para os meus saltos.

- Tem certeza de que quer ficar em uma fila enorme com esses sapatos?

- Quanto tempo de espera?

- Meia hora, mais ou menos, só para chegar à porta. Isso indica que os hambúrgueres são bons de verdade, a espera faz parte da experiência.

- Caramba. Talvez eu troque de sapato, então.

Fui até o quarto, troquei os sapatos altos por um allstar e voltei para a sala.

- Essa é minha garota! – ela disse.

- Por que não escuto os cachorros?

- Andy voltou cedo de onde estava e eu perguntei se ela podia ficar com eles. Deixei os dois na casa dela depois da caminhada matinal. Achei melhor, já que podemos ficar fora por um bom tempo. Tem outro lugar para onde quero ir, se sobrar tempo depois do almoço.

- Onde?

- É surpresa.

A ideia de passar o dia inteiro com ela me deixou muito empolgada. Era um domingo ensolarado e praticamente não havia trânsito. Maya mantinha as janelas da caminhonete abertas e o meu cabelo voava por todo lado.

Ela olhou para mim e falou:

- Quer que eu feche as janelas?

- Não. Eu adoro isso

- Eu também.

- Você adora o vento no cabelo? Esta com ele preso!

- Não. Adoro o seu cabelo todo louco desse jeito. E adoro que você não ligue para essa bagunça.

Durante todo o percurso, tive vontade de me aproximar e colocar a mão no joelho dela, mas é claro que me contive.

Quando chegamos ao Bad Boy Burger, a fila estava virando na esquina.

- Você não estava brincando. Este lugar é bem cheio.

- Os hambúrgueres valem a pena.

Depois de quarenta minutos, finalmente chegamos à parte da fila que ficava dentro do restaurante. Era uma lanchonete, então, depois de fazer o pedido, você encontra um lugar lá dentro, pede para viagem ou se senta com sua bandeja em um dos bancos do lado de fora.

Sweet NeighborHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin