𝐀𝐓𝐒𝐔𝐊𝐎 não tinha família. Ao menos, não uma família a qual se lembrasse. Quando tinha quatro anos, perdeu o pai para um vilão o qual ele não foi capaz de vencer. E desde então, Atsuko vive com a família Todoroki que a acolheu após um promessa...
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O ASSASSINO DE HERÓIS
A Internet diz que o trauma é uma resposta emocional para eventos estressantes que as pessoas não conseguem administrar. O desgaste emocional e psicológico é tanto que às vezes elas perdem noção da realidade e de si mesmas. E foi exatamente isso que aconteceu comigo nos dias que se seguiram após aquele encontro inusitado com minha suposta mãe, me deixando em uma espécie de estado vegetativo onde tudo o que eu conseguia fazer era balançar a cabeça quando alguém falava comigo, frustrando totalmente as tentativas de ajuda que meus amigos me ofereceram naqueles dias que vieram antes do início de nossos estágios.
Mas eu apenas não conseguia falar. Eu não tinha a resposta para as perguntas que eles certamente fariam. Eu não sabia dizer mais o que era estar bem e o que era não estar. Era como se eu tivesse presa dentro de um sonho e não conseguisse acordar. Eu nem mesmo sentia que era eu mesma. Não conseguia me expressar direito, não queria falar com ninguém e a comida parecia não ter gosto de nada. Shoto se empenhou em comprar para mim tudo o que eu mais gostava, mas apenas parecia que eu estava comendo areia, por isso desisti da ideia no primeiro dia.
E eu não queria conversar. Ele olhava para mim com aqueles olhos heterocromáticos, como se tentasse adivinhar meus pensamentos, como se fosse conseguir me fazer dizer para ele tudo o que eu estava sentindo, mas eu não conseguia. Porque se eu abrisse a boca e permitisse que tudo saísse de uma vez, eu tinha medo de onde isso me levaria. E que tipo de consequências eu teria que enfrentar.
