Fim?

236 16 151
                                    

*Avisos*

Primeiramente: Feliz aniversário, Karina! (Ainda tá valendo) 

Espero que gostem do capítulo, e desculpa por ter feito vocês esperarem tanto pela atualização :/

E relevem os erros ortográficos. Como o capítulo está muito grande é um pouco mais complicado para revisar. 

Aproveitem a leitura!

....

Por Ana

Quando criança eu gostava de passar horas e horas treinando, gostava da sensação da adrenalina percorrendo o meu corpo e isso me deixava feliz. Mas em uma agência secreta também existem dias complicados, e se você não conseguir lidar com todos os seus sentimentos eles podem se tornar a sua maior fraqueza. Lembro quando pela primeira vez o peso de fazer parte da Scorpions me atingiu, lembro de me fechar em meu quarto e buscar na prateleira qualquer leitura que pudesse levar minha mente dali por um tempo. Foram nessas ocasiões que encontrei os melhores livros, e entre eles uma frase de um autor que eu viria a entender muitos anos depois, afinal 'A morte de alguém especial é uma coisa estranha. É como subir a escada para o seu quarto no escuro, e achar que tem mais um degrau, quando não tem. O seu pé afunda no ar, e acontece um grande momento de grande susto.'

Senti o ar escapar dos meus pulmões. O cheiro de sangue fez o meu estomago embrulhar, não por repulsa, mas sim pela mistura de sentimentos que o líquido quente em minhas mãos trazia. A imagem dos seus olhos sem vida foi embaçada pelas lágrimas que tornavam minha visão turva. Prendi o soluço na garganta, e ao longe escutei alguém me chamando, mas não dei atenção. A minha mente vagou até o culpado por tudo isso e eu senti o meu rosto esquentar, senti a raiva querendo tomar conta de mim, mas ela não venceria a batalha contra o cansaço. Um limite tinha sido atingido... Minha mente parou de tentar assimilar qualquer coisa, e quando busquei segurar o choro eu tive a certeza de que eu estava mais uma vez em pedaços.

*Uma hora antes*

Os sons dos tiros prosseguiram por mais alguns minutos. Ainda utilizando a poltrona como proteção, tanto o Pietro como eu, tentávamos achar uma brecha entre as balas em nossa direção, e nesses momentos revidávamos saindo do local seguro e atirando em direção a eles. Na segunda vez que estiquei o meu corpo para olhar para eles percebi que o Víctor já tinha ido. Os capangas pareciam recuar em direção a saída, e eu imaginava que não teriam problemas já que a porta foi pelo áreas há alguns minutos.

Acertei um na perna, ele fez uma careta de dor no momento que deixou a arma e levou uma das mãos até o local atingido. Voltei a me esconder, contando até cinco antes de focar em mais um deles, e pelo canto do olho registrei a saída apressada do alvo anterior mancando. Atingi mais dois antes do som das balas irem diminuindo, até chegarem ao ponto de cessarem. Ainda em alerta sai de trás da poltrona, com a arma em punho e mantendo um local estratégico por perto, me aproximei da porta da sala. O hall da escada estava vazio. Segui até a porta tendo a certeza que não tinha mais ninguém naquele andar. Prendi a arma no cós da calça e retornei para a sala.

O silêncio no cômodo indicava muitas coisas. A primeira delas era que possivelmente ninguém da equipe tinha se machucado, e eu pude confirmar isso ao vê-los ilesos do recente ataque. Todos trocavam olhares em busca da confirmação que estávamos bem, mas existia uma pontinha de outro sentimento por trás. E isso leva até a segunda coisa, aquela que vem acompanhada do silêncio, que é o processo de entendimento, ou até mesmo de surpresa, ou revolta ao olhar para o corpo no chão da sala. A Daisy estava ajoelhada ao seu lado, e quando ela olhou para mim não foram necessárias palavras, o próprio silêncio dizia que era tarde demais para o Julian.

Senti o nó na garganta e dei alguns passos em direção ao canto da sala. Fechei os olhos respirando fundo, tentando por tudo em ordem, mas as memórias preenchiam minha mente. Missões, festas de comemorações e uma pessoa com sorriso contido, mas disposto a fazer qualquer coisa pela agência. Ele não era um traidor. Minha cabeça balançou de um lado a outro com esse pensamento, mas eu me recusava a pensar nele assim, não quando existe uma pessoa como Víctor Gutierrez no meio.

ScorpionsWhere stories live. Discover now