Capítulo 23

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Turco.

A vida não é difícil pô, muita gente que não sabe levar. Meu pai me ensinou desde cedo isso.

Se tu não aprender a levar a vida, ela vai te levar.

Eu sei da vida que eu levo e de tudo que eu faço, mas se eu não fizesse, alguém ia ter que fazer.

Fiz a compra e mandei levar pra minha mãe, tudo que ela gosta.

Depois anotei em um caderno quanto de droga chegou e quanto tinha que chegar. Coloquei a pistola na cintura e cobri com a camisa.

-Dentinho, leva o caderno e entrega na mão do Fulano-mandei

Minha cabeça tava quente, muita gente devendo droga. E uns vapor deixando o dinheiro quebrar.
Certos "bandido" acha que tudo é mandar matar.

Tá devendo, manda matar. Fez isso e aquilo, manda matar.

Mas não é assim que funciona pô, não de primeira. Todo mundo tem família porra, e eu também.

Vai chegar um dia que eu posso matar alguém que tem um filho, um irmão ou alguém que vai querer vingança pô. E o fim é triste! Eu não dou meu direito pra ninguém pô, não durmo com o olho dos outros.

Sara passou e me olhou, dando um sorrisinho. Sara me deu dor de cabeça, porra! Espalhou por aí que tava grávida e minha mãe ficou maluca.

Depois Sara chorou a beça, falando que tinha perdido o bebê. Mas eu não nasci ontem, tô sabendo oque ela quer.

Passei na rua e os menor tava soltando pipa, as vezes a infância domina meu coração. Junto com os menor e solto pipa pra caralho.

Chamei eles na padaria e mandei escolher um lanche.

-Pô Turco, quero ser assim quando eu crescer-Eduarda passou e riu

-Some da minha frente, desgraçada. Só ódio da tua cara-coloquei o dedo na cara dela.

Quando eu vi Fabiana saindo do samba com aquele cara, eu fiquei maluco. Se eu tivesse pegado, eu tinha matado ele.

-Tu não tem direito sobre Fabiana, tu vai ser até pai-debochou e saiu andando. É mole ?

Passei na minha mãe e entrei.

-Ícaro se tu estiver armado, já volta da onde tu veio!-gritou e eu balancei a cabeça. Minha mãe é foda.

Bati o rádio no Dentinho e mandei ele vir buscar.

-Já te falei não foi uma e nem duas vezes, não quero que tu entra armado na minha casa-falou e eu abaixei a cabeça. Vou falar oque ? É minha mãe pô, pra ela me bater é um, dois.

Dona Juliana é maluca, sempre falou que eu podia estar velho que ainda tinha o direito de me corrigir. E ela não troca de roupa pra isso.

Beijou minha cabeça e me abençoou.

-Cadê Natália ?-perguntei

-Consegui uma nova creche pra ela, integral. Ela está amando, lá tem de tudo-falou toda feliz.

-E Larissa em, mãe ?-perguntei e ela suspirou.

-Larissa é um caso né, mas ela não vai me vencer pelo cansaço. Jamais vou desistir de nenhum dos meus filhos-falou.

-Se tu quiser eu entro no meio mãe, mando ver com quem Larissa tá andando-falei e ela balançou a cabeça.

-Queria que Larissa tivesse confiança, não que eu tivesse que mandar vigiar. Mas só Deus sabe como está meu coração sem saber por onde Larissa está andando.

Ver minha mãe assim me quebra pô, ela tem loucura com Larissa, Natália e a maldita da Fabiana.

Larissa tá emocionada pô, achando que "eu te amo" de bandido é declaração de amor.

Almocei com minha mãe e depois meti o pé. Desci na boca e tava rolando maior confusão, Fulano brigando com a mulher dele.

Fulano é gerente daqui desde quando a gestão era do meu pai, mas não é do meu agrado.

-Qual foi ? Que porra de confusão é essa-abri os braços

Fulano estava segurando a mulher dele enquanto ela gritava.

-Me solta, desgraçado! Me solta-gritou tentando ir pra cima da mulher que Dentinho estava segurando.

-Segura tua mulher, Fulano. Não quero confusão na comunidade, oque é particular do relacionamento de vocês, tu arruma outro lugar pra resolver-falei sério.

-Eu vou pisar na sua garganta, pra tu aprender a andar com homem dos outros-a mulher dele gritou.

Tô vendo Fulano tem um tempão, ele arruma as mulher dele na rua e depois fica deixando as amantes no mesmo lugar que a fiel. Atitude de cuzão.

-Escuta aqui, próxima briga de mulher sua que eu ver na rua tu vai ser cobrado! Tu e elas.

Dentinho levou uma delas e Fulano saiu puxando a mulher dele.

Bruna é cria daqui pô, bem mais nova que eu. Fulano é velho, Bruna caiu no conto do vigário e casou com ele novinha.

Ele abriu um salão pra ela mas sempre jogou na cara, em todo bolo ele fala que ele que deu o dote pra ela abrir. Que tudo ela que tem foi ele que deu.

Bruna perdeu o controle, não quer aceitar amante mas também não quer separar do marido. E eu não quero confusão na comunidade.

A última vez que eu dou o aviso, a próxima eu vou deixar sequela.

Vi Fabiana de longe, fechando o salão e mexendo no celular. Minha feiticeira.

Ela passou reto e nem olhou pra mim. Ódio dessa mulher, porra. Cheia de marra pro meu lado.

Fabiana tá no meu nome, e isso nunca vai mudar!

Fabiana.Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang