Cartas sobre a mesa

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Eiei meus amores, espero que gostem do capítulo ❤️

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— Cara, abre logo essa porta.

— Vai a merda Kirishima, não vou falar de novo porra, me deixa em paz!

Levei a mão até os meus cabelos, estou irritado, cada vez mais e mais irritado, mas sei que isso não muda absolutamente nada.

— Vai Katsuki! O Izuku falou…

— Foda-se Kirishima!

Merda. Merda. Merda.

Que caralho, Eijirou sempre sabe como tocar na ferida de forma delicada em, puta que pariu.

Já fazem exatas doze horas que estou trancafiado dentro da porcaria do quarto de hóspedes, evitei aquele ômega de olhar intenso e sorriso meigo ao máximo que pude, porque em partes não consigo olhá-lo nos olhos depois de ter saído correndo daquele jeito, mas também porque não consigo lidar com tudo que aconteceu e está acontecendo comigo, com ele, com a gente. Porra, porque infernos essa merda está acontecendo comigo? Não paguei o suficiente? Não fui supostamente castigado o suficiente?

Não entendo, mas agora eu quero entender, e realmente quero entender.

— Você podia sair daí ao menos pra poder comer alguma coisa não é? — Ouvi passos do outro lado da porta, vozes sussurradas e grunhidos estranhos.

Pela marca consigo sentir a inquietação dele, consigo sentir sua angústia e nervosismo. É estranho isso de compartilhar sentimentos, saber o que a pessoa está sentindo no momento em que ela está sentindo, perceber a intensidade das emoções, e o que causa cada uma delas. Às vezes é doloroso, principalmente quando é algo ruim, mas a felicidade, bem, sinto ela em dobro.

Passei minha mão pelos meus cabelos desgrenhados.

Quando senti o cheiro dele se afastar da porta, eu me levantei, caminhando em passos cansados até a porta.

— Entra logo, caralho.

— Fala sério Bro, tu tá de sacanagem? O verdinho tá morrendo de preocupação contigo e tu faz uma merda dessa? Podia ao menos dizer pra ele que tá tudo bem né?!

— Se for ficar me enchendo a porra do saco, então é melhor ir embora, não tô com cabeça pra receber sermão não.

Olhei com tédio para o Kirishima. Não é que eu não entendo o que ele está dizendo, porra, eu entendo e me importo, só não queria ter que lidar com isso agora. Ficamos bons minutos em silêncio, divagando nos meus próprios pensamentos confusos.

— Você já pensou em contar para ele?

Tem alguns assuntos entre Kirishima e eu que não precisamos expressar para saber do que estávamos falando, e esse é um deles. Eu odeio isso mais do que na maioria das vezes, é uma merda completa.

— Um milhão de vezes.

Me joguei na poltrona novamente sentindo cada membro do meu corpo pesar uma tonelada.

— E o que te impede de contar?

— Eu não sei porra — O olhei irritado — Talvez seja porque eu não tenho obrigação de deixar esse idiota a par da minha vida? Ou porque só conheço ele a, o que? Um mês? Porquê infernos você acha que eu contaria pra ele do nada alguma coisa da porra da minha vida?

Eijirou se levantou, irritado de uma forma da qual eu nunca havia visto na nesses vinte dez anos de convivência. Seu olhar exala frustração pura.

— Puta que pariu em Katsuki! Vai sair dessa merda quando cara?! Você tem a porra de uma marca na sua nuca, tá ligado a ele fisicamente e olhando para você eu tenho certeza quase que absoluta que também está gostando dele.

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