Telefonema

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White

Minha alma chorava em silêncio.

Meu corpo já sentia uma ausência que tardaria a
chegar, mas não havia como me esquecer dele. Não
havia como me esquecer que, um dia, Sean já não me olharia com devoção, com carinho, com amor.

-Amo quando você sorri- os olhos vidrados nos meus.- Quando você me beija...- um beijo forte e
apaixonado nos meus lábios -Quando fazemos amor e...- um beijo mais intenso, a mão dele subindo dentro de minha camisa -... E você me olha nos olhos. Isso é o mais perfeito de tudo.-

-Amo tudo em você...- engoli a respiração, as palavras morrendo em minha garganta. Seus lábios
agora pressionando contra meu pescoço, descendo e descendo até tocar meu membro, beijando a parte
revelada pela boxer que Sean fez questão de puxar
mais pra baixo.

Estávamos totalmente sozinhos naquela casa perfeita e isolada do mundo, parados na varanda,
minhas costas contra a grade da varanda, suas mãos em mim, as minhas nele. O sol brilhava forte, e parecia ser mentira o fato de nossa lua de mel já estar acabando. Era um sonho, e todo sonho, por
mais real que fosse.. Tinha fim.

-Você já decidiu aonde quer morar?- por mais que
seus dedos ainda queimassem embaixo da minha
camisa, seus lábios pulsassem contra os meus e nossas respirações se encontrassem, a pergunta foi
séria e dirigida a mim de forma objetiva. É talvez
nem tanto.

-Aonde eu... Como assim?- pisquei várias vezes, meus dedos enroscados nos botões de sua camisa.

-Aonde vamos morar, amor. Você me deu um prazo, até uma semana antes da lua de mel acabar, em me dizer em que cidade do mundo nós iremos morar, lembra?- e riu baixinho, abaixando o rosto pra beijar meu pescoço, passando a camisa por minha cabeça. Estremeci ao perceber seus dedos brincando com o feixe da bermuda.

-Ah... Mas é claro!- minha voz saia em uma mistura de gemido e palavras, tremulas porque eu não queria dar a entender que estava numa fria. De um lado estava o desejo que ele me fazia sentir... Do outro, o confuso! Como pensar numa cidade do mundo pra morar quando se tem um homem como ele ameaçando abrir sua bermuda?

-E então...?- sussurrou em meu ouvido delicadamente, como uma brisa de verão. Puxou levemente, desabotoando metade do feixe.

-Amsterdã...- eu não tinha ideia de onde havia tirado esse nome de cidade, e talvez eu tenha engasgado nas ultimas palavras, porém fora tudo resultado da minha bermuda branca caindo aos meus pés, descansando no assoalho de madeira da varanda.

-Amsterdã?- repetiu afastando-se um pouco, os olhos focados em meu rosto, fixos -E isso mesmo?-
instintivamente levei minhas mãos ao meu membro, escondendo-o dele, totalmente tremulo.

-S-sim- consegui falar ofegante, como se estivesse
tendo um colapso nervoso. Engoli minha respiração novamente. Por uns segundos não ouvi nada, tudo em perfeita calmaria. Minhas mãos tremulas prensando meu membro, os olhos de Sean sem reação, não me dando dicas do que estava pensando. Oh céus! Que não tenha sido uma droga muito grande, por favor... -Algum proble...- me interrompeu antes que terminasse.

-Em toda minha vida eu quis morar em Amsterdã-
disse desviando os olhos pro meu pescoço, depois
pras minhas mãos. Chegou mais perto -E juro que
pensei que você iria repudiar minha ideia- sorriso lindo, olhos nos meus novamente -Pensei que iria
querer Hollywood, Califórnia, Nova York...- neguei,
tenho uma combustão quando Sean fechou os dedos em meus pulsos separando-os de minha pele. -Não faz isso, tudo bem?- disse com cuidado, como se eu fosse muito bobo.

-Não gosto desses lugares- White não gosta. Black
adoraria; abaixei os braços, mas não por muito tempo. Logo tive que usá-los de novo, deslizando
os dedos pela pele de Sean, quente enquanto nos beijamos com força.

Stormy Night (SeanWhite MPREG) - adaptação Where stories live. Discover now