Reencontro; Part 2

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Sean

Apesar de andarmos lado a lado, não nos tocávamos, nem pronunciávamos uma palavra. O sol estava forte nos em Bangkok, um dia lindo se fazia. A casa de meus sogros - futuros, ex-sogros muito bonita, envolta por um jardim tranquilo estava a nossa frente.

-Vai ficar com essa cara de morto pra sempre?-nem olhei quando ele falou, apenas passei pelo portão esperando que fizesse o mesmo.

-Me deixa em paz  Black, nem fala comigo se você não quiser arrumar uma briga no meio da sua família- irritado, ele me seguiu, o tênis estalando no caminho de pedra que levava até a varanda. O motorista vinha trazendo as malas, até chegarmos à varanda. Tocamos a campainha, mas ninguém atendia.

-Eles devem estar na piscina, vêm- quando ele ia
me puxar... A porta foi aberta.

-Black, querido! SEAN, QUERIDO? VOCÈ TAMBÉM VEIO? OH MEU DEUS...- gritou me abraçando. Começaram-se as boas vindas, todo aquele papo de quanto tempo e tal. Entrei, querendo esquecer o porquê de estar ali.

Subi pro quarto depois de toda a cerimônia, me jogando na cama sem querer que Black subisse logo. Porque eu tinha topado, afinal? Nosso casamento estava uma droga, já tínhamos o processo de divorcio rolando há um tempo, pra sair a qualquer momento... Mas de tanto insistir... Acabei fazendo o que Black queria, mais uma vez, sei lá por que. Vim pra essa festa sem intenções, a não ser me despedir de vez da família Atthaphan.

Talvez eu houvesse feito o que ele queria por que... Porque quando seus olhos estavam em mim ternos e suplicantes eu me lembrava do nosso primeiro mês de casados... Aquele mês mágico, que foi tão bom enquanto durou. Mas será que era um sonho? Porque de repente, tudo voltou a ser como era antes do casamento... Aquele martírio, Black um saco, chato, fútil, ridículo em modo de ser; e eu como ficava? Me perguntando o que havia acontecido à aquele homem doce, terno e carinhoso. Aquele que me deixava louco... Era uma mudança drástica demais. Ele só podia ser bipolar, porém... A quatro anos era o mesmo. A quatro anos não mudava! A quatro anos... Vivi um casamento baseado na doce lembrança de um mês. O melhor tempo de minha vida. Havia algo dentro de mim que me dizia que não era Black lá comigo naquele tempo... Mas como? Como existiria uma explicação lógica pra isso? Existia alguém como ele? Alguém exatamente como ele...? Não, era apenas uma piração...... Uma justificativa insana pra livrar alguma culpa sobre o fracasso de meu casamento.

Abri a porta, sai do quarto depois de trocar a roupa, afim de descer e ver Chokchai conversar com ele,
afinal... Mesmo que o casamento acabasse eu não pretendia quebrar nosso contrato. Desci as grandes
escadas, indo parar na sala de estar. Eu ouvia vozes, comentários. Essa semana seria mesmo bem longa... Comecei a procurar alguém, algo... Black e Kanya estavam batendo papo, mas Chokchai ainda era meu alvo. O procurei..... Até me deparar com a porta do jardim de trás. Ouvi sua voz vindo dali, e passei pela porta dando de cara com o jardim. Só que confuso, fiquei tentando entender a cena que assistia.

-OLHA VOVÔ, O BILLY ESTÁ CORRENDO ATRÁS DE MIM, OLHA! EU CONSEGUI!- Chokchai  estava ali, sentado na escada da varanda quase ao meu lado, os olhos fixos no garotinho que corria sem dar a mínima pra minha presença, que talvez ele nem estivesse ciente.

-Isso ai garotão, faz o Billy correr mesmo! Esse cachorro está obeso campeão...- e riu alto, fazendo
o sinal de "positivo" com o dedão pra cima em direção ao garoto. O menino olhou pra ele, os olhos castanhos bem atentos, até me ver parado atrás do avô. Assim que me viu, ele parou de correr, as sandálias sujas de terra paradas. Chokchai se virou pra trás e me viu -Draco!- falou ficando de pé, estendendo a mão pra mim, me dando um abraço
forte. Retribui, mas os olhos ainda no menino. Quem era ele? Eu jamais havia o visto na casa dos Atthaphan, e nem sabia que existia uma criança lá.

-Olá Chokchai, quanto tempo...- cumprimentei
quando nos separamos, as mãos apertadas.

-Tempo... Já faz anos que eu não te vejo aqui em casa! Sempre na empresa...- sorria muito, e percebeu que eu olhava pro garoto -hey campeão, venha cá dizer oi pro seu tio- chamou o menino, que veio correndo acompanhado pelo labrador duas vezes maior que ele.

-Oi tio, oi tio...- ele vinha correndo, acenando pra mim. Subiu as escadas com pressa, o cachorro de lado, até que... O cachorro voou pra cima de mim,
pousando as patas enormes no meu peito de pé. Cambaleei pra trás sem esperar o impacto, caindo no chão com força, batendo a cabeça -EITA!- fechei os olhos uns instantes, tirando o cachorro com cuidado de cima de mim. O animal me lambia como se me conhecesse há anos -Não foi minha culpa, vô! Eu juro, eu juro...- choramingava.

-JAMES!- ouvi a voz de Black atrás de mim, irritado -O QUE FOI OUE VOCÊ FEZ?-

-Au...- me sentei esfregando a cabeça, olhando pra cima.

-Ai meu Deus do céu, Sean. Você tá legal?- me
ofereceu a mão pra levantar e dei um impulso pra
fazê-lo.

-Eu não fiz nada, eu não fiz nada! O vovô viu que eu não fiz nadinha...- dizia se agarrando a perna do
avô. Assim que fiquei de pé, olhei em volta e Kanya
e Black haviam se juntado a nós.

-NÃO? VOCÊ JOGOU ESSE CACHORRO EM CIMA DO MEU MARIDO!- o menino olhou pra ele com os olhos molhados.

-Eu não queria, foi sem querer!- disse com um bico
triste, me olhou -Desculpa tio, desculpa.-

-MAS...- ele ia começar a gritar de novo, mas intervim.

-Dá pra você parar de brigar com ele?- eu disse a
ele severamente, tirando suas mãos de mim -Olha
o tamanho da criança, você acha que ele tinha más intenções?- seus olhos se abriram em minha direção. Me voltei pra ele -tudo bem carinha, eu sei que foi sem querer- pisquei -toca aqui...- fechei o punho e estendi pra ele bater. Com os braços ao redor da perna no avô ele me olhou meio desconfiado, mas bateu o punho no meu... E sorriu.

-Faça-me o favor, né Black? Você conhece o James, sabe que ele não é disso- repreendeu Kanya -você está bem Sean? Quer gelo?- fomos entrando juntos.

-Não, valeu...- me jogaram no sofá então sentei. O
garoto correu pra sentar do meu lado, seu cabelo molhado de suor. As perninhas pequenas não tocavam o chão, então chacoalhavam no ar. Olhei pra ele.

-Oi, você nem me disse oi antes de eu...- e ficou
envergonhado.

-Ah, para. Deixa isso pra lá... Mas quem é você carinha?- perguntei quando Kanya me trouxe uma bolsa de gelo.

-Eu sou o James- disse sorrindo -e tenho isso.. mostrou quatro dedinhos da mão. Eu sorri. segurando a bolsa de gelo na cabeça. -Grande James. Mas que nome legal... James- repeti, pois caia bem na pronuncia.

-Ele é nosso neto, Sean. Black, você nunca falou
do James pra ele?- minha sogra pareceu desacreditada, botando Black contra a parede.

-É lógico que falei... Amor, ele é filho do meu irmão, lembra que eu te disse?- sorriu amarelo, coçando a cabeça. Fechei a expressão, pois odiava que ele me chamasse de amor. A muito não nos tratavamos assim. -E por falar nisso... Eu nem sabia que o White ia estar aqui.-

Até que a porta se abriu. Não me virei pra olhar, porque o garoto subiu pela minha perna pegando a
bolsa de gelo da minha mão e segurando na minha
cabeça.

"Eu seguro pra você tio" eu relaxei.

"Valeu James" respondi fechando os olhos.

-Oi filho, tudo bem? Conseguiu comprar o remedinho do James?- ouvi a voz de Kanya do
meu lado, ainda de olhos fechados. James segurando a bolsa de gelo direitinho em minha cabeça.

-Ai mãe, graças a Deus sim! Esse remédio é muito
difícil de encontrar e...- de repente a voz parou -Black?- abri meus olhos, sentindo sei lá... Certeza
tensão.

-White, tudo bem?- me sentei no sofá direito, o pequeno James afastou a bolsa de gelo de mim pra se virar.

-Oi pai... Eu juro que não fiz nada!- me estiquei pra
ver o pai de James, mas... Mas era Black parado na frente de nós, não era? Olhei de um pra outro, do outro pra outro. -Acho que bati a cabeça com muita força- falei pro garoto, que me olhou assustado.

-Mas porque tio?- todo mundo me olhou surpreso,
até Kanya perceber.

-BLACK, VOCÊ NÃO DISSE PRO SEAN QUE VOCÊ E WHITE SÃO GÊMEOS?- gritou.

Stormy Night (SeanWhite MPREG) - adaptação Where stories live. Discover now