As consultas e internações de Annabeth se tornaram mais frequentes depois do acúmulo de bactérias em seu coração. Ela precisa de um transplante e não poderia haver um jeito pior de tê-lo conseguido.
quero chorar pq essa história tem um grande potencial para virar um livro físico meu (mudando os personagens, óbvio) e não ta tendo reconhecimento 😰 FAÇAM ALGUMA COISA 😭
- Você tem certeza? -pergunto.
- Você quer me fazer mudar de ideia? -Thalia esbraveja. Afasto o celular da orelha involuntariamente.
- Chego aí em meia hora.
- Não esqueça de pegar os donuts. -avisa.
- Não vou. -garanto.
Eu esqueci os donuts.
Thalia está praticamente soltando fumaça pelos ouvidos quando entra novamente no carro, apoiando cuidadosamente a caixa com as rosquinhas decoradas na perna.
- E aí? -pergunto.- Estão como você pediu?
- Dirige rápido. Annabeth chega em meia hora.
Faço o que ela mandou. Tenho o leve pressentimento que Thalia me odeia.
Mas achei legal da parte dela me incluir nisso.
Não vejo Annabeth a quatro dias e ela volta hoje do hospital. Foi o maior período de tempo que ela passou lá desde que nos conhecemos.
Estaciono o carro na rua de baixo para que Annabeth não o veja. Thalia fecha a porta com tanta força que tenho vontade de perguntar se ela sabe fazer portas, mas gosto de ter todos os meus dentes. Provavelmente ela perguntaria se eu sei consertar dentes. E eu não quero descobrir se sei ou não. Provavelmente não.
A faixa com o "bem-vinda de volta" que eu e Thalia pintamos está pendurada na sala.
A morena arruma os donuts enquanto eu pego os guardanapos.
- Annabeth não têm muitos amigos, têm? -pergunto.
- Tá vendo mais alguém aqui?
- Não está mais aqui quem falou. -me rendo.
Ela revira os olhos e se senta no sofá. Apoia uma almofada nos joelhos.
- Ela afastou todo mundo depois do diagnóstico. -diz.- Acho que eles não fizeram muita questão. -dá de ombros.- Eu fui a única pessoa que ela não conseguiu se livrar. -ela me encara.- Não deixe ela também.
- Eu não vou.
- Você disse a mesma coisa sobre os donuts.
- Annabeth chegou. -Thalia grita ao fechar a janela.- Fica aí na sala. Já volto.
Ela diz e some.
Me escondo atrás do sofá.
- Você guarda isso depois. -a voz de Thalia começa a ficar audível.
- O que você está aprontando?
- Nada. Vamos.
Thalia acende a luz da sala segundos depois.
- Surpresa! -grito.
Annabeth começa a rir. Thalia esbarra em seu ombro.
Ela está linda. Annabeth, digo.
Ainda está meio pálida, obviamente, ela acabou de sair do hospital. Usa um vestido rosa que vai até um pouco mais abaixo dos joelhos. Os cabelos loiros estão bagunçados e presos em um coque. Mas a acho mais linda do que qualquer dia.
- Oi. -diz, baixinho.
- Vou... hm. No banheiro? -Thalia sai da sala.
Annabeth revira os olhos e se aproxima mais do sofá.
- Oi. -respondo.
Ela sorri e abre os braços. Corro até ela, tirando-a do chão.
Annabeth tem um leve cheiro de morangos. Abraçá-la me traz uma sensação de paz, como se ela fosse feita especialmente para meus braços.
- Cuidado. -ela murmura, a cabeça em meu pescoço.
- Desculpa. -a abraço com mais delicadeza, afrouxando meus braços em sua cintura.- Eu estava com saudade.
- Eu também estava com saudade.
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