Sessenta

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O dia amanheceu chovendo e Lena logo estranhou, não tinha saído nada sobre chuvas para o dia de hoje, mas não é como se ela não gostasse, estava em casa pela manhã, iria pro trabalho apenas perto da tarde e seria de carro.

Foi até a parede de vidro da sala e encarou a rua distante lá embaixo. Estava vazia de pessoas e o movimento dos carros também não estavam como o de costume, bebeu um pouco do café de sua xicara vendo que ainda estava muito quente e que teria que esperar mais um pouco.

Fazia apenas dois dias que tinham ido lá em Júlia, mas Lena não conseguia evitar de ficar preocupada. Lilian tinha deixado alguns seguranças por lá pra avisarem qualquer movimento estranho, mas mesmo isso não a deixava em paz.

Elas tinham contratado um dos melhores advogados e ele já estava resolvendo a questão do orfanato junto com a polícia, aparentemente Lídia não estava sabendo do que tinha acontecido e quem tinha sido subordinada era a que trabalhava junto com ela.

Mesmo assim, ela estava sobre observação também e tinha sido afastada. Colocaram novos supervisores lá e o orfanato continuaria como normalmente. Estava quase tudo pronto para terem Júlia de volta, só faltava mais uma única evidencia contra o tal Romário e elas iriam correndo a buscar.

- Lee?

Ela escutou Kara a chamar e foi em direção ao quarto. Assim que entrou, Kara estava terminando de se secar, completamente pelada em frente a cama.

- Oi, amor! – Disse, colocando o copo de café em cima da cômoda e se aproximando dela.

- Me ajuda aqui, por favor. – A loira disse, sorrindo fraco em sua direção.

- Nem precisa pedir! – Lena segurou na toalha e foi atrás dela, secando apenas uma parte que faltava atrás do seu braço e nas costas. – Conseguiu dormir?

- Consegui, sua massagem me fez bem! – Kara disse e virou o rosto pra trás, a puxando com o braço bom e depositando um selinho em seus lábios.

- Eu posso fazer hoje de novo! – Lena disse e dobrou a toalha, colocou ela sobre o braço e pegou a blusa de Kara que estava na cama em frente a ela.

- Não precisa! E também não precisa me ajudar com a blusa. – Kara tomou a blusa da sua mão. – Já estou te dando muito trabalho!

Lena franziu a sobrancelha e a fez virar, ficando uma de frente a outra. – Que trabalho? Você não me dá trabalho!

- Eu dou, Lee! – Kara disse e começou a colocar a blusa. Lena tentou a ajudar, mas a loira se afastou. – Eu vou conseguir, ok?

- Kara, para de forçar, você vai acabar se machucando! – Lena disse e se aproximou novamente.

- Saí, Lena! – Kara disse, mas já tinha parado de tentar colocar a blusa, estava com ela vestida só no pescoço e tentando colocar o braço. A morena se afastou, vendo-a começar a chorar.

- Kah... – Ela falou baixo.

Mas, a loira já não conseguia conter as lágrimas. – Eu não aguento isso! Eu to sendo um peso pra você, eu sei Lena, não precisa fingir que não!

- Do que você tá falando? – A morena perguntou, o tom de voz baixo pra evitar uma briga.

- Eu preciso de ajuda no banho, preciso de ajuda pra me secar, pra me vestir, fico acordando você de madrugada porque eu não to dormindo tão bem ainda, você quem fez todos os cafés da manhã, que limpa o closet porque eu disse que não queria mais ninguém limpando ali! – Ela colocou a mão sobre o rosto. – A gente acabou de casar!

- Kara, você jamais vai ser um peso pra mim! – Lena falou, mas ainda não se aproximava, respeitando o espaço que a loira tinha colocado. Ela riu baixo. – Se você soubesse que eu fico doida pra que acabe meu trabalho pra eu vim pra casa, pra você! Que eu amo tomar banho com você e ajudar você a se vestir e a estar perto de você de qualquer forma que seja! Kara, você é o amor da minha vida! Eu te amo mais que a mim mesma. Como você seria um peso?

Inexplicável - Karlena [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora