Capítulo 17 :

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ARTHUR

Estava distraído com o trabalho quando escuto vozes alteradas que só pode estar vindo da sala.

Carla: Vou acabar com sua raça, sua caipira. — Essa voz é da Carla, com quem ela está discutindo?

Fecho meu notebook e vou em direção dessas vozes, e como eu havia imaginado o barulho vem da sala, ao chegar na sala estanco no lugar. Carla está em cima da Tininha, puxando seus cabelos e a Tininha tentando se defender, meu filho chora de soluçar sentado no sofá, presenciando essa cena degradante.


Mariana: Tchá por Deus! — fala Mariana entrando na sala. — Me ajudem a separá-las — diz para suas filhas.

Arthur: Eu seguro a Carla, pegue o meu filho e o leve para o seu quarto — falo para Manuela. Consigo segurar Carla, e Mariana e Gabi seguram a Tininha.

Carla: Me solta, vou matar essa garota — ela tenta se soltar, mas não consegue.

Arthur: Você não vai matar ninguém, o que deu em você Carla? Porque estava batendo na Tininha.

Tininha: Essa maluca com quem você casou, me agrediu do nada — aos prantos indaga Tininha.

Carla: Mentira, ela me provocou — se defende.
— Olhe o meu cabelo todo molhado, foi essa empregadinha quem fez isso, jogou um copo de suco em mim — ela tem razão, seu cabelo e sua camiseta estão molhados.

Arthur: Verdade o que ela diz, Tininha? — pergunto desconfiado.

Tininha: Em quem você prefere acreditar? Em uma maluca que você mal conhece, ou em mim que você viu crescer? Fomos criados praticamente juntos, a minha mãe o tinha como filho.

Arthur: E qual explicação você me dá a respeito do cabelo dela estar molhado?

Tininha: Ela me chamou de caipira e disse que fui apenas uma foda sua. — Olho para Carla que está com os olhos arregalados.

Carla: Deixe de ser mentirosa garota, você sabe que não foi assim que aconteceu, eu não disse que você foi uma foda — diz.

Tininha: E então Arthur. Em quem você vai acreditar? — questiona Tininha que nesse momento não precisa ser contida por Mariana — limpa as lágrimas que caiam de seus olhos.

Arthur: Pensei que tivéssemos uma trégua Carla? — a solto torcendo para que não volte agredir Tininha.

Carla: E temos, o problema é que a sua empregada é uma cínica.

Arthur: Carla...

Carla: Você prefere acreditar nela, não é? — diz com a voz embargada.

Arthur: Sinto muito Carla, mas tenho motivos de sobra para desconfiar de você, e acreditar em Tininha.

Carla: Eu sabia — diz com raiva. — Quer saber de uma coisa? Não importa se você não acredita em mim.

Arthur: Pensei que pudesse confiar em você Carla, mas já vi que isso é praticamente impossível.

Carla: Não me importo se você confia em mim, não estou nem aí para o que você pensa sobre mim.

Arthur: Sei que se importa, e quer ter a minha confiança. Se não, não teria aceitado a minha oferta de paz. Você agrediu uma amiga, e quer que eu fique do seu lado? Pense um pouco antes de agir.

Carla: Há há há. Você está cego, e daí que vocês se conhecem há anos? Um dia a verdade virá à tona e você pedirá desculpas para mim.

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