Capítulo 1

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Murilo Lewis.

O choro estridente de Arthur chama a minha atenção e olho para Vicente tentando acalmar o filho de cinco meses.

Quando Vicente me convidou para assumir a direção do hospital da sua família e ser o mentor da sua irmã eu fiquei muito surpreso, não poderia rejeitar, ele é meu melhor amigo, estava precisando de ajuda e eu sou muito grato a sua família por tudo.

Dois meses após a descoberta da gravidez da sua esposa eu resolvi me mudar e assumir a direção do Cooper Clinic. Estou a um ano no cargo e breve Hanna irá para o hospital começar seu treinamento.

- Tutu, eu sei o quanto os seios da sua mãe são bons, mas precisa colaborar com o papai - meu amigo fala balançando o garotinho.

- Vicente, que cafona esse apelido - falo rindo.

- Tem nada de cafona no apelido do meu filho - reclama - Combina com o da irmã, Tata. Que inclusive está quietinha dormindo no quarto dela.

- Quando você se tornou esse cara - aponto em descrença me referindo aos apelidos cafonas.

- Quando eu encontrei a mulher da minha vida - fala apaixonado - Você também se tornará esse cara.

- Praga uma hora dessas, Vicente? - exclamo irritado - Você sabe tudo que eu passei, não quero correr o risco de sofrer novamente.

- Murilo, precisa esquecer a Ana - suspira - Já se passaram tanto tempo.

- Vamos mudar de assunto - peço - Vamos falar do quanto esse garoto mal nasceu e já é muito sortudo - falo sorrindo, fingindo que lembrar do meu passado não me afetou - Cadê a Angel?

- Descansando.

- E a babá?

- Angel demitiu - fala fazendo uma careta.

- Vai dizer que pegou a babá? - exclamo chocado.

- Está maluco Murilo? - questiona ofendido.

- Se bem que se tivesse pego a babá a essa hora estaríamos no seu enterro. Então por quê? - pergunto rindo.

- Minha querida esposa, nada ciumenta, sismou que a garota se preocupava mais em chamar a minha atenção do que cuidar das crianças.

Escutamos um barulho vindo da porta e Hanna entra tranquilamente, caminha até o sobrinho, o pega no colo. Tomo um susto com a sua presença, não sabia que ela estava de volta.

- Oi tutuzinho, está com fome? - Arthur para de chorar e encara a tia com curiosidade.

- Hanna? - Vicente fala apontando para mim - Murilo está aqui. Não vai cumprimenta -lo?

- Olá Murilo, como vai? - ela pergunta sem se dá o trabalho de me olhar - Vou levar o meu sobrinho para a Angel, ele deve está faminto.

Vicente concorda e sai do meu campo de visão indo em direção a cozinha, eu corro e alcanço Hanna na escada.

- Ursinha, sobre...

- Esquece, Murilo. Já passou um ano, aprendi a lição, vamos passar por cima disso, breve conviveremos todos os dias e não quero constrangimentos entre a gente - fala serena - E por favor, para de me chamar de Ursinha - pede e segue seu caminho sem olhar para trás.

Desde a cena que protagonizamos na festa de comemoração a minha chegada a um ano, Hanna se nega a falar comigo. Aquele dia se repete em minha mente me acusando de trair a confiança do meu amigo, não sei bem como fui beijá-la. Estávamos dançando juntos, afastados de todos, eu tinha bebido bastante, lembro de prender minha atenção naqueles grandes olhos azuis, e quando ela umedeceu os lábios a beijei. Sem pensar, a prende na parede mais próxima e devorei seus lábios, enquanto passava as mãos pelo seu corpo tive um lampejo de lucidez, lembrei-me que ali era minha ursinha, a garotinha que praticamente vi crescer, a irmã caçula do meu melhor amigo, e gelei.

Meu CEO sedutorOnde histórias criam vida. Descubra agora