Capítulo 6

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1 ANO DEPOIS.

Hanna Cooper.

Acordo sobressaltada com um som estridente ao lado da minha cabeça, bufo frustrada e morrendo de sono ainda.

Bocejo preguiçosamente e passo as mãos pela cama, sentido a maciez do lençol de duzentos fios egípcios. De repente sinto cabelos na palma da minha mão, cabelos que não meus e imediatamente lembro do que aconteceu na noite passada. Coloco um travesseiro no rosto e grito frustrada.

Eu cheguei de viagem ontem a noite, depois de ter passado um ano em Harvard fazendo uma especialização. Após visitar a minha família, decidi sair para comemorar e liguei para minha melhor amiga, Flora. Nós fomos para uma boate muito conhecida na cidade, perto da praia. Lá após alguns coquetéis, um homem bonito se aproximou, ele era alto, ombros largos e cabelos negros como a noite.

Desde que cheguei na boate que sinto seus olhos sobre mim, confesso que gostei de me sentir desejada por um homem tão bonito. Ele se aproximou e conversamos muito, dançamos e eu acabei bebendo mais um pouco.

Uma carícia aqui, um olhar de desejo ali e acabemos dentro de um táxi a caminho do meu apartamento.

Quando chegamos ele foi logo tirando a nossa roupa, beijando todo o meu corpo, a bebida me deixou quente, eu estava gostando da sensação que suas carícias me proporcionava.

Porém, quando ele deitou em cima do meu corpo quase pelado eu recuei, algo na minha mente me fez parar, eu bloquei e comecei a empurrá-lo.

No início ele não entendeu muito bem, puxo meu sutiã para baixo, quando ia abocanhar meu seio eu gritei pedindo que parece. Ele recuou, aparentemente entendeu minha recusa e pediu desculpas por não ter parado antes. Deitou ao meu lado e fez carinho na minha cabeça, acabei pegando no sono.

Eu dormi com um completo desconhecido!

Eu quase transei com um desconhecido!

Eu estava bêbada!

Embora eu esteja frustrada por não ter ido até o fim, de novo, olho para os meus lençóis brancos e coloco a mão na minha vagina, sim, estou com medo de ter sido estrupada enquanto dormia.

Para o meu alívio, meus lençóis continuam imaculados e não sinto nenhum incomodo no meio das minhas pernas.

Suspiro aliviada e abro os olhos, encaro os cabelos escuros, e um gemido baixo sai da sua garganta.

Reviro os olhos enquanto controlo meus pensamentos, odeio ter que acordar com um baruljo tão irritante quanto o desse alarme que me despertou. Eu odeio rock pesado, então, com certeza, não é do meu celular que está saindo esse som perturbador.

Estico minhas pernas e levanto apenas meu tronco para localizar o aparelho. Quando eu o alcanço, eu desligo o despertador e o jogo de volta para onde estava. Eu olho para o cara bonito e ele está de bruços, com os braços dobrados por baixo do travesseiro. Eu admiro suas costas por um momento antes de me levantar e ir ao banheiro.

Meu cabelo está uma bagunça completa e meu rosto vermelho quando eu arrisco uma olhada no espelho. Depois de tomar um banho, me enrolo com um roupão e volto para o quarto e vejo que o cara bonito já está de pé, vestido com uma calça jeans, enquanto ele procura por alguma coisa no meio de todas as caixas e malas espalhadas pelo chão do quarto.

O cara bonito retira uma camisa branca do meio de duas malas de roupas e veste, meus olhos descem pelo seu abdômen definido.

Ele é realmente muito bonito. Ele olha para mim e eu vejo que seus olhos são de um tom de azul-escuro, uma coisa que eu não me lembro de ter notado ontem.

- Devo ir embora? - pergunta um pouco sem jeito, com as mãos buscando pelos bolsos de seu jeans.

- Deve - concordo friamente e olho brevemente para a porta do quarto indicando que ele deve ir.

Caminho na frente e ele me segue até a sala, nós dois desviando das caixas pelo caminho, e em um silêncio constrangedor.

Ele sorri e seu sorriso é bonito também. Ele balança a cabeça e faz um gesto com a mão.

- Tudo bem - ele olha para mim - Não precisamos ficar tão constrangidos, até que a noite, Hanna.

Oh, ele sabe meu nome!

Percebo que não faço ideia de como ele se chama. Estou envergonhada e culpada agora.

Antes que eu rapaz vá embora vejo Angélica, minha cunhada, e seu irmão sairem do elevador. Os dois olham surpresos para mim e depois para o cara bonito.

- Até qualquer dia, boneca - o cara bonito, que eu não sei o nome, diz e dar um passo para fora quando minha cunhada dá dois para dentro. Ele mexe em seus bolsos e puxa um cartão de lá, e oferece para mim, com um olhar um pouco ansioso - Me liga um dia desses - pisca um olho e sai.

Eu nunca aceito números de telefones, porque eu nunca ligo, mas dessa vez, eu pego, em seguida, com um sorriso simpático, eu fecho a porta.

- Oh Deus, você é a versão feminina do seu irmão! - Tony fala eufórico quando me estende uma sacola da padaria da esquina do meu prédio.

- Era um amigo - me defendo enquanto caminho para a cozinha.

- Eu não quero imaginar o Vicente no nosso lugar quando você abriu a porta - Angel diz, com um sorriso maldoso.

- Provavelmente o moço bonito teria descido as escadas sem usar as pernas - Tony gargalha.

Fecho os olhos tentando não imaginar a cena enquanto como um pedaço de bolo.

É óbvio que meu irmão não aceitaria que eu transasse com algum desconhecido, ou pior que eu traga um homem desconhecido para minha casa estando bêbada.

Eu sou mulher e a mais nova, então, na cabeça dele, eu não posso transar. Ele tem medo que eu seja usada. Entendo a preocupação, mas me sinto sufocada.

- Um dia eu ainda vou transar, não morrerei virgem só porque meu irmão não aceita que eu já sou adulta.

- Entõa não rolou? - Angel questiona e nego com um balanço de cabeça.

- Viemos lhe dá uma pequena ajuda para arrumar o apartamento - Tony chama minha atenção.

- Eu vou falar com o Murilo hoje - comento.

- Estamos todos muito felizes. Está começando a vida adulta - minha cunhada diz animada, me deixando feliz - Não tem ideia do quanto Vicente está orgulhoso, ele só é muito preocupado com você, não o leve a mal.

- Ele não precisa se preocupar comigo - falo tranquila.

- Mesmo? - ela ergue uma sobrancelha, seus olhos me encaram de perto quando ela aponta para a porta de entrada - Tinha um homem desconhecido saindo do seu apartamento, sei que ele dormiu aqui, não quero me meter em sua vida mas estamos preocupados. Você não deve mudar quem é aqui - aponta para o coração - Por causa de um babaca que não soube te dá valor.

Minhas sobrancelhas se unem, e meus ombros ficam eretos, na defensiva quando eu entendo o que ela está falando. Eu já fui traida duas vezes, isso me feriu, então comecei a sair e beijar vários caras nas baladas, mas ainda não conseguir transar.

Eu sei que passei dos limites ontem a noite, mas preciso me sentir bonita, me sentir mulher, me sentir desejada.

Meu irmão, obviamente, não sabe sobre esse meu lado pegadora. Ele não tem que saber, eu sei me cuidar. Eu só não quero me machucar outra vez.

Eu olho para a minha cunhada e seu irmão, que se tornou um grande amigo, sentados na ilha da minha cozinha, e eu sinto meu peito apertar com o carinho.

- Vocês não têm com o que se preocupar - garanto - Eu vou ficar bem.



Meu CEO sedutorOnde histórias criam vida. Descubra agora