II.

333 52 82
                                    

Klaus, o lobo apaixonado.

O som de passos suaves ecoavam pelo extenso corredor do castelo. O pequeno ômega de fios loiros como raios de sol buscava fazer o mínimo ruído possível, afinal aquele horário não era apropriado para que um príncipe herdeiro estivesse vagando fora de seus aposentos.

Os cintilantes olhos azuis buscavam encontrar a pequena ferinha de pelagem negra, não obtendo sucesso no entanto. Um suspiro deixou seus lábios quando avistou a cauda longa e peluda na janela aberta. Correu até ela mas antes que pudesse agarrá-lo, o animal pulou caindo majestosamente em pé na grama bem aparada do jardim.

— Allucard! — gritou sussurado o vendo se virar para fitá-lo com desdém. — Volte já aqui! Vamos!

O gatinho tombou a cabeça para o lado miando baixinho antes de voltar a correr para perto do muro de tijolos cinzas.

Oh, droga.

— Não se atreva! — o garoto ajustou a capa em sua cabeça e subiu na janela, não encontrando outra alternativa se não segui-lo. — Volte, Allucard! Por favor.

Outro miado e o felino escalou o muro antes que o Park mais novo pudesse se quer piscar.

— Comprarei aquela ração premium que você tanto gosta... — se aproximou devagar tentando inutilmente dialogar com ele. — Pedirei para que as criadas escovem seu pelo duas vezes ao dia! — uniu as mãos vendo o gato se preparar para saltar para o outro lado. — NÃO PRECISA MAIS TOMAR BANHO!

Desta vez o animal sentou-se novamente e o passou a lhe fitar com os lumes cemicerrados.

— Eu prometo. — cruzou os dedos atrás do corpo. — Pelo Dragão Dourado, eu prometo.

O pequeno felino no entanto pareceu ler a mentira nas entrelinhas, pois com um salto sumiu de sua vista.

— Allucard! — se desesperou segurando as grades do portão.

O bichano correu para o centro da cidade, transformando-se em um vulto na escuridão da noite.

— Pelos deuses, mamãe vai me matar.

Olhou uma última vez para o castelo, não havia sombra de nenhum guarda vigiando aquela área, então pegou impulso e subiu no muro. Olhando para baixo sentado lá em cima, sua visão rodou e ficou turva, fazendo com que fincasse as unhas no concreto.

— Droga Allucard, você sabe que eu tenho medo de altura. — murmurou fechando os lumes e contando até três antes de pular.

Pôs-se a correr atrás do rastro que o pequeno deixou, seus olhos agora dourados conseguiam ver nitidamente o caminho exato feito pelo animal. Não era a primeira vez que saia a noite em busca do fugitivo negro, sua rotina estava repleta de idas clandestinas para a vila.

Acabou por sem querer tropeçar em um homem que se encontrava agachado e viu que este veio ao chão no mesmo momento.

— Me perdoe. — murmurou, sem tempo para tentar ajudá-lo pois Allucard já sumia de sua vista.

Escutou a melodia suave que vinha do centro juntamente com risadas animadas e uma cantoria desleixada. Vizualizou a lua cheia acima de sua cabeça notando que enfim a temporada de colheita havia chegado.

Castlevania (HIATUS)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz