Eu... Mereço amor?

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Elliott é o homem da minha vida, tenho certeza de que passarei o resto dos dias que eu ainda tiver ao lado dele. Às vezes ele é um pouco agressivo, mas pede desculpas quando se acalma, por mim tudo bem, porque eu o amo, e é isso que importa. Às vezes ele também me fala palavras que machucam, mas também está tudo bem, geralmente é quando está de cabeça quente, logo ele me diz as mais bonitas palavras e me promete o paraíso. É uma pena que ele nunca tenha cumprido nenhuma das promessas, provavelmente por ainda não ser o momento, eu sei que vai porque ele me ama. E eu o amo também.

Luffy e Sabo me dizem que eu deveria sair desse relacionamento problemático o quanto antes. Sim, eu realmente consigo ver problemas nele, mas eu não consigo.

“Onde você foi encontrar esse cara?” Disse a minha mãe uma vez.

“Alguns erros são cometidos, está tudo bem, pessoas novas se apaixonam pela pessoa errada às vezes.”

“Você sabe que se tornou dependente emocional de Elliott, não sabe?”
Perguntava Luffy, ou Sabo. E eu respondia a mesma coisa que havia respondido para minha mãe.

Elliot me dizia que seria o único que me amaria, ainda que eu não merecesse, e eu acreditava nisso. Embora fosse muito agressivo, ele nunca encostou um dedo em mim, até porque, mesmo que eu seja fraco emocionalmente, eu tenho porte físico, e em uma luta, ainda que eu não fosse machucá-lo, poderia me defender muito bem. Bem, em alguma coisa eu deveria ser forte.

Quando o Elliott me traiu, meus irmãos descobriram e me contaram, e eu acabei descobrindo também pois vi com meus próprios olhos, ele sequer fazia questão de esconder, eu ainda continuei com ele por uns dois meses. Eu estava tentando aos poucos superá-lo, com ajuda de meus amigos e irmãos, eles foram cruciais nessa luta que eu tinha.

Mas algumas marcas de um relacionamento abusivo sempre ficam, elas demoram sair da sua mente, se é que saem.

Eu era digno de amor? Eu era importante? Ainda que meus irmãos deixassem claro que sim, era bem difícil acreditar. Dói pensar que eu achei que aquilo fosse amor, uma visão deturpada do que era amor. Dói saber que eu de fato amei alguém que me tratou tão mal. Pior, eu achava que ele me amava!

Um ano após meu término, eu me sinto mais aliviado. Não consegui ficar com ninguém durante esse tempo. Eu não me sentia suficiente nem para isso. Meus irmãos tentavam me arrastar para festas, bares, e eu ficava lá parado igual uma estátua, pedia raramente duas caipirinhas, mas parava por ali, enquanto todos se divertiam, eu me sentia deslocado. Eu merecia me divertir?

Óbvio que sim, Ace idiota! Pare de jogar sua vida fora. Viva uma vida sem arrependimentos.

Essa frase seria meu novo lema, me faria fazer muitas coisas das quais eu provavelmente me arrependeria instantes depois, mas eu ficaria feliz por tê-las feito, e provavelmente faria de novo.

— Isso aí, Ace! Assim que eu gosto de ver. Se divertindo. - Sabo gritou pertinho do meu ouvido, senti uma dorzinha incômoda no ouvido após aquilo.

— Concordo! - Luffy gritou ainda mais alto, enquanto dançava com um homem maior - provavelmente mais velho que ele - e tatuado.

Eu decidi me afastar de onde estava, enfiando o quinto quirodáctilo no meu ouvido. Por que Sabo tinha de ter gritado?

— Oi, algum problema, bonitão?

Eu levantei a cabeça para olhar nos olhos da pessoa que havia chegado com toda essa intimidade e iria mandá-la à merda. Mas o que aconteceu foi eu ficar hipnotizado por aqueles olhos azuis.

— Er... Hm...

— Você parece perdido. Tão perdido quanto eu. Por isso decidi falar com você. - Notei como sua voz era bonita à medida que ele falava.

Coleção de OneShots Marace - Marco x AceDonde viven las historias. Descúbrelo ahora