Duas Margaridas-Bárbara e Amelie

Manhã de Sol

Oi gente, voltei com mais um capítulo. Esse acontece na manhã seguinte ao encontro, que daí seria o começo do episódio 5 no RPG, vamos supor que teve mais um dia entre o ep 4 e 5 pra que o encontro não atrapalhe nenhum acontecimento canônico. Isso é só um pouco de felicidade antes do caos vir, então vai ter mais um cap ambientado no ep 5, provavelmente o próximo. Espero que gostem e comentem o que acharam.

*'Je suis une femme chanceuse alors...=Eu sou uma mulher de sorte então...

*'Ma fleur=Minha flor.
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   Amelie acordou sentindo o Sol atingir sua pele pálida e nua com seu calor. Ela abriu os olhos lentamente, se acostumando com a luz invadindo suas pupilas. A francesa sentiu um peso em seu lado, virando a cabeça ela se seu conta de Bárbara que dormia serenamente de costas. Amelie sorriu vendo o ritmo da respiração tranquila da outra e suas costas nuas bronzeadas salpicadas de sardas que pareciam estrelas no céu noturno, se lembrando dos detalhes da noite passada.

A de cabelos esbranquiçados sorriu abertamente com o sentimento caloroso que palpitava em seu coração, a mulher bocejou, se esticando e sentindo a dor satisfatória do esforço da madrugada em seus membros. A coberta escorregou um pouco, revelando o torso nu da mais alta. O movimento atraiu a atenção de uma ainda meio adormecida Bárbara, que se virou, fundindo seus corpos juntos e enterrando o rosto no pescoço de Amelie.

–'Melie, por que você acordou tão cedo?–O sotaque da outra saiu rouco durante um bocejo.

–Eu tô só admirando a vista 'ma fleur.–Amelie sussurou vendo o rosto da outra corar de cima abaixo. A dupla caiu em um silêncio confortável, pensando em tudo que acontecera.

–Bárbara, sobre tudo que você me falou ontem...–Amelie olhou para outra serenamente, desenhando padrões com as pontas dos dedos no peito da outra.–Eu também me sinto assim, eu confio totalmente em você e eu sei que pode parecer rápido, mas  acho que não precisa se perder tempo quando se sabe o que sente.

–O que isso significa 'Melie?–Bárbara encarou a outra com olhos mel límpidos e carinhosos.

–Eu queria perguntar se você quer ser minha namorada? Pode parecer rápido, mas é o sentimento mais certo e intenso que eu já senti, não quero perder tempo com tudo que vem acontecendo.–Amelie falou rápido, observando os olhos sonolentos da outra se arregalarem.–Tudo bem se você não quiser, nós podemos ir mais devagar e...

–Não 'Melie, na verdade é o que eu mais quero no momento. Você me faz sentir diferente de tudo que já experimentei. Eu quero te conhecer mais e, sim, eu quero ser sua namorada.–Bárbara se apoiou no cotovelo pra observar o rosto da outra com mais clareza, vendo a expressão da francesa viajar entre incerteza para surpresa e felicidade.

–Você tem certeza?–Bárbara só assentiu para a pergunta silenciosamente.–Acho que nós estamos juntas então?

–Eu acho que sim!–A jardineira exclamou, espelhando um grande sorriso como o de Amelie em seu rosto. A francesa mordeu o lábio tentando parar de sorrir, mas isso só fez com que um riso nascesse em seu interior, enchendo o quarto com o som da risada alta.

–Que foi 'Melie?–Bárbara franziu o cenho, mas não parou de sorrir.

–Nada, eu só tô feliz 'ma fleur.–Amelie não se conteu, puxando a outra pra cima de si, Bárbara reagiu rápido, se reajustando na posição. Os corpos quentes e nus se encontravam em todos os pontos.–Eu namoro 'Bárbarra Lima oficialmente!

–E eu namoro você, Amelie Florence.–Bárbara cutucou o nariz da outra em brincadeira, rindo da careta que a outra fez.

–Ah é mesmo? 'Je suis une femme chanceuse alors...–Amelie sorriu convencida, não esperando uma resposta de sua namorada antes de trocar suas posições, se colocando em cima da loira desnuda. A francesa aproximou o rosto como se fosse beija-la, mas desviou o seus lábios no último segundo, depositando um beijo na ponta do nariz avermelhado da outra, vendo um sorriso descontente na outra, Amelie finalmente beijou seus lábios, quando ia aprofundar o contato, Bárbara as rolou novamente, se colocando sentada em cima da francesa deitada. A loira cobriu o peito, pescoço e rosto da jovem de beijos, nunca desviando pra sua boca. Quando Amelie se preparava pra beija-la finalmente a loira se afastou levantando da cama.

–Hey, volta aqui!–Amelie exclamou frustada da cama, mas distraída observando a forma que a luz que vazava da janela iluminava a pele bronzeada exposta, e como os movimentos de Bárbara eram hipnotizantes e etéreos.

–Não 'Melie, nós não podemos ficar o dia todo na cama.–Bárbara se virou, colocando suas roupas íntimas.–Eu preciso ir em casa tomar banho também.

–Ah 'Bárbarra, não seja por isso, você pode tomar banho comigo na mansão.–Amelie levantou suas sobrancelhas sugestivamente.

–Você promete que vai ser rápido?–Bárbara levantou uma sobrancelha questionando para a expressão da outra na cama.

–Palavra de escudeiro 'ma fleur...–Amelie levou os dois dedos juntos até os lábios e beijou em promessa. Bárbara encarou a francesa incrédula por um momento, mas um olhar suplicante da outra a fez ceder.

–Tá bom! Mas tem que ser rápido 'Melie.–Bárbara se aproximou da outra para ajudá-la a levantar, desviando o olhar quando o cobertor que escondia sua nudez caiu.

–'Bárbarra por que a timidez? Não tem nada aqui que você não tenha visto ontem, ou tocado.–Amelie levantou puxando a outra pela cintura.

–'Melie!–Bárbara exclamou se afastando e corando de cima a baixo, muito ciente de sua própria semi nudez.

                              ...
Depois de muita provocação, (obviamente por parte de Amelie, que deixava Bárbara uma bagunça com cada piada que fazia,) a dupla conseguiu se esgueirar até o banheiro, torcendo para que ninguém as visse. Aparentemente suas preces não foram atendidas porque logo que chegaram, Montel estava na porta.

–Filha? Bárbara? Tudo bem? Vocês parecem nervosas.–O analista olhou a dupla em suas roupas desengrenhadas, cabelos bagunçados, lábios inchados e um ou outro chupão esquecido, com os olhos semicerrados. Antes que uma desculpa pudesse deixar a boca de Amelie, Wanderley saiu do banheiro assoviando tranquilo.

–Bom dia Seu Montel, Bárbara e Amelie.–O careca cumprimentou, olhando entre todos os três em análise, mas resolvendo não adicionar nenhum comentário.–Eu vou descer pra preparar um café.

Enquanto ele falava isso e apontava pra nenhum lugar específico, Amelie puxou Bárbara consigo para o banheiro trancando a porta atrás de si.

  –Ufa, essa foi por pouco.–Amelie suspirou em alívio, soltando seu cabelo do rabo de cavalo bagunçado em que estava.

  –Por pouco!? 'Melie ele sabe que a gente entrou no banheiro junta!–Bárbara parecia horrorizada com a perspectiva.–Se ele contar pra minha mãe eu tô ferrada!

–'Bárbarra relaxa, meu pai é tão desligado quanto uma mosca, ele deve pensar que eu entrei e você desceu. Agora vem, vamos tomar um banho.–Amelie não esperou a resposta antes de começar a tirar sua roupa da noite passada, ansiosa pra tirar o suor seco de sua pele. A loira esqueceu o constrangimento e medo que sentiu e se juntou a uma Amelie com cada vez menos peças de roupas. O banho acabou durando um pouquinho mais do que o necessário, e no fim Bárbara saiu primeiro para falar com Milo, deixando Amelie fazendo seu skincare, não que ela soubesse o que aquilo significava.

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   Depois da gritaria no hall de entrada, e um café reforçado para começar o dia. Bárbara, Amelie, Milo e Olivier cuidavam da horta, bom... era mais os turistas observando os amigos mexerem com a terra meio enojados, mas ainda contava.

–Então, vocês duas sumiram ontem quando a gente chegou...–Milo comentou casualmente enquanto arrancava uma erva daninha de perto dos alfaces. Bárbara engasgou com sua saliva, tossindo sem parar.

–Hey 'ma fleur, tudo bem?–Amelie não se importou de se ajoelhar na terra, preocupada demais com a loira.

–'Ma fleur?–Olivier levantou uma sobrancelha irônica com o apelido, compartilhando um olhar com a irmã. Amelie ia retrucar com algum de seus comentários provocativos mas foi interrompida por Otávio chegando.

–Eu preciso ver o pai de vocês.–A cara do jovem rapaz parecia séria enquanto ele afirmava isso. O pequeno grupo se agitou pensando o que poderia ser agora...