Tempos Sombrios

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Oi gente, esse capítulo é bem mais curto que os outros, até pq ele foi baseado no episódio do 6 RPG que não tem muito espaço para interações entre a Bárbara e Amelie. Eu tentei ter mais uma visão geral de tudo que aconteceu. Espero que gostem.
      
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  A escuridão chegou a Tipora, e não havia mais saída. Amelie se sentia em uma luta sem fim, uma luta contra si mesma, com os monstros invisíveis que espreitavam pelas sombras, uma luta para se manter sã. O dia que ninguém esperava chegou; todo mundo iria morrer amanhã, ou hoje, ou quem sabe todos já estivessem um pouco mortos por dentro.

A francesa segurou Bárbara com tudo que tinha em seu colo enquanto ela enlouquecia, tudo aconteceu tão rápido, em um momento ela estava conversando e rindo, sendo feliz e conhecendo novas pessoas; e no outro ela tinha que lutar contra sua própria mente e pela sua vida, e das pessoas que amava.

A noite progrediu rápido, a de cabelos esbranquiçados deixou Bárbara respirar, desviar sua atenção da dor que lhe foi imposta tão de repente. Amelie só queria deixar a loira em segurança, mas sabia que nada iria conter a raiva ou a motivação que a outra sentia no momento. A francesa se sentiu de mãos atadas, sobrecarregada com a velocidade dos acontecimentos e sua impotência perante a eles, por isso ela buscou as respostas nos lugares que podia, na esperança de que isso fosse o suficiente, achar uma maneira de acabar com o perigo, de se livrar daquela maldita ilha.

Mas enquanto Bárbara se contorcia e gritava com veias obscurecendo seus olhos mel tão claros e inexperientes, sua essência sumindo rápido como areia vazando entre os dedos, Amelie sentiu que falhou, em manter o que importava seguro. Ela segurou sua namorada como se sua vida dependesse disso, e talvez dependesse, ela sussurava palavras no ouvido da outra, tentando trazê-la de volta. Bárbara gritava com um olhar distante, desesperada e assustada, tudo era sufocante e gritava para que ela somente se fosse, mas ela não podia desistir, ela precisava resistir por tudo que lhe restara.

Depois dos momentos de terror, da incerteza e de ansiedade, quando de uma forma quase que milagrosa, Bárbara começou a se acalmar, na medida do possível naquela altura. Ainda trêmula e com seu senso de realidade distorcido e confuso. Ela se segurou no abraço de Amelie sentada no tapete empoeirado ofegante e tensa, sentindo o batimento cardíaco acelerado da outra através de seu peito lhe trazer de volta aos poucos, ouvidos seus sussuros aliviados de: –Calma, eu tô aqui; vai ficar tudo bem.

As duas garotas se abraçaram tentando conter as lágrimas que lutavam para se libertar, segurando forte uma a outra enquanto ainda podiam, mesmo que o momento não durasse muito. O pequeno grupo logo resolveu descer do terceiro andar, nada ali seria útil enquanto eles ainda não estivessem prontos. Amelie não soltou a loira mais baixa, sempre a envolvendo em um abraço de lado, sentindo sua respiração superficial e seu tremor ainda presentes por todo o curto e escuro percurso.

Quando Wanderley anunciou que iria ensina-los, treina-los para terem alguma chance contra o que quer que aquela coisa fosse, Bárbara e Amelie fizeram promessas a si mesma.

  A loira jardineira, jurou vingança, que não seria pega desprevenida daquela vez e que mesmo que o monstro fosse invencível ela cairia lutando, por seus amigos, pela ilha, por sua mãe, por Amelie, e por si, mesmo que custasse tudo que ela era, sua vida. A menina interiorana temia, mas ela preferia lutar do que perder indefesa, como aqueles esqueletos sentados esperando seu cruel destino por toda eternidade.

Já Amelie, tinha uma determinação em seu coração, ela parou de fingir, ela precisava dar o seu melhor por todos que amava; ela não deixaria o que aconteceu com Bárbara se repetir, não importava o quanto custasse, ela estava disposta a pagar o preço. A francesa jurou que salvaria sua família, Bárbara e as pessoas da Ilha que mereciam uma segunda chance de conhecer o mundo e sobreviver. Amelie seria especial, nem que fosse para se sacrificar.

Duas Margaridas-Bárbara e AmelieWhere stories live. Discover now