Capítulo 35

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Naquela noite, transamos mais duas vezes. Rodrigo estava insaciável e parecia querer tirar o atraso a qualquer custo. Mais um pouco e assistiríamos o sol raiar. Eu, claro, não tinha do que reclamar. Não dava pra explicar o que acontecia. Selvagem, carinhoso, cheio de amor... Não importava como, o sexo era sempre maravilhoso. Tudo se encaixava e se conectava com perfeição.

Acordei sem me recordar exatamente em que ponto adormecemos, mas percebi que estávamos abraçados, e sua cabeça descansava no meu peito. Sua perna direita repousava na minha coxa, formando um contorno perfeito da sua bunda. "Se isso não é começar bem o dia...", pensei. Lentamente, comecei a alisar as suas costas no intuito de despertá-lo, mas o seu sono estava mais pesado que o de costume. Falei baixinho no seu ouvido que ia levantar e que o nosso dia seria longo, incentivando-o a fazer o mesmo.

Tomei um banho demorado, deixando a água quente relaxar o meu corpo. Ao sair, percebi que ele já estava sentado na cama, procurando algum estímulo para se levantar.

- Cansou? – provoquei.

- Nunca – ele disse rindo – Digamos que eu já esteja preparado pro segundo tempo.

Rodrigo arrancou a minha toalha e me puxou ao seu encontro.

- Não é possível que você esteja com esse fogo todo – me virei de frente pra ele, protegendo a retaguarda do seu membro.

- Você não faz ideia... – ele respondeu de um jeito sensual.

- É... Mas desarma essa barraca aí que já tá tarde. Daqui a pouco vamos embora e você ainda tem que acordar a sua irmã.

- Deixa ela dormir Lu, a gente fica se divertindo aqui.

Eu poderia ficar o dia todo ali, realmente, mas não seria muito justo com a programação da Malu. O convenci, a muito custo, de que ainda teríamos muito tempo para continuar a nossa festinha. Segui para o restaurante da pousada e algum tempo depois os irmãos ruivos surgiram, com uma cara de quem estava voltando da guerra.

- Uau, que ânimo hein?

Malu respondeu com um sorriso amarelo.

- Já vi que a preguiça matinal também é de família...

Nosso desjejum foi quase silencioso, mas aos poucos, eles despertavam para o dia. Seguimos para a praia e relaxamos com um banho de mar, enquanto víamos o tempo passar. Estava na hora de ir embora. No atracadouro, a fila para a lancha não estava grande, já que a maioria dos visitantes deixa para retornar ao fim do dia. Sentamos e não tardou para Malu apagar novamente, no colo do irmão.

- Você acha que ela curtiu? – observava ele alisar os cabelos da irmã.

- Demais, Lu. Precisamos fazer isso mais vezes.

- Na próxima você traz a sua mãe.

- Vai ser um falatório sem fim – ele gargalhava – Você aproveita e traz a sua também. Aí sim a gente ganha uma folga.

Rimos juntos, me fazendo lembrar que Rodrigo ainda não conhecia minha mãe, mas também não tinha certeza se aquele era o momento ideal para isso.

...

Já em Salvador, caminhamos para o Elevador Lacerda, que fica próximo ao Terminal Marítimo, e nos dirigimos para o Centro Histórico, na cidade alta. Malu aproveitou a vista sensacional da Baía de Todos os Santos para uma nova sessão de fotos. Explicava o que sabia daquela região, que de fato possui um conteúdo histórico muito grande, e continuamos a andar, rumo ao Pelourinho. Almoçamos em um restaurante aconchegante, compramos um sorvete caprichado e ficamos passeando pela área. Enfim, era um clássico dia de domingo.

Três Formas de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora