Capítulo 37

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"Padrinho?", olhei surpreso para Sílvia, que sorria para mim.

- Isso é serio?

- O que? A parte que tô grávida ou que você vai ser o padrinho? – ela gargalhava.

Levantei-me para lhe dar um abraço apertado, parabenizando-a.

- Porque acha que não estou bebendo cerveja e sentei do seu lado?

Rimos juntos.

- Que notícia maravilhosa! Vocês merecem muito!

- Já estou com três meses. E estamos achando que será um menino. Tinha que escolher logo alguém responsável o suficiente para dar juízo para a criança, caso o pai fique surtado!

Rodrigo também estava abraçando Beto, felicitando-o:

- Isso não vale! Agora ninguém vai sentir a minha falta.

Todos na mesa pareciam bastante animados. Ao longo da noite, Rodrigo começou a explicar melhor sobre o processo da mudança que as pessoas estavam tão curiosas em saber. Malu percebeu o meu aparente desânimo e ficou conversando comigo durante boa parte do jantar. Já estava tarde quando resolvemos partir. Tinha combinado com o ruivo de ajudar a arrumar as bagagens e leva-los ao aeroporto pela manhã. Comecei a me despedir de todos e novamente, agradeci a Beto e Sílvia por me convidarem a fazer parte da família.

- Você sempre fez, e sabe disso – ele disse convicto de ter feito a escolha certa.

...

Quando encontrei as malas abertas em cima do sofá, não consegui esconder uma tristeza evidente. Malu já estava com a bagagem pronta, afinal estava só de férias. Entendeu que precisávamos de espaço, agradeceu a hospitalidade e foi dormir.

- Já falou com o dono do apartamento? – questionei.

- Já sim, o mês já estava pago e a multa não era tão alta. Mas preciso voltar aqui para devolver as chaves, pegar a documentação, essas coisas chatas. A mobília é toda dele.

- Entendi. Falta muita roupa?

- Não Lu... Só não fechei as malas ainda pra não correr o risco de deixar alguma coisa de fora. Amanhã de manhã eu fecho.

Aquela pilha de roupas estava me deixando desconcertado. Talvez não tenha sido uma boa ideia ter oferecido ajuda.

- Vem, vamos lá pro quarto – ele completou me puxando pela mão.

Rodrigo fechou as portas dos armários vazios, enquanto me olhava tentando decifrar o que eu estava pensando. Na verdade, buscava uma teoria em minha mente que pudesse explicar a possibilidade de haver tanta tristeza e alegria em um único dia.

- Tá tudo bem lá na agência? – ele me acordou, tentando puxar assunto.

- Tá sim, tudo na mesma. Aguardando uma resposta pra ver se consigo viajar para a França.

- França? – ele me olhou surpreso – Como assim?

- Não tive a oportunidade de te falar, era muita coisa acontecendo. Uma campanha minha é uma das finalistas no Festival de Cannes...

- Caralho Lu, que sensacional!

Rodrigo veio me abraçar, e aquele contato significava um mundo de coisas para mim.

- Você tinha que ter contado! Já pensou isso no seu currículo? Se ganhar então, você entra em qualquer agência – ele estava mais animado do que eu – Quem vai? Quando será?

- Eu, Antônio, Marcelo e Bruno. Mas nós teremos que bancar a viagem, a agência só dará a hospedagem. Será daqui a uns 15 dias, não sei a data exatamente.

Três Formas de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora