Prólogo

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Por Lian:

Se a uns cincos anos atrás, alguém chegasse para mim e dissesse:

- Você vai casar com a pessoa que você um dia odiou.

Eu acharia essa pessoa louca, bem biruta. Mas agora, estando aqui, caminhando em direção ao altar, ainda não acredito. Parece que foi ontem que esbarrei em Tayler, no primeiro dia de aula. E hoje nosso filho está em nossa frente, carregando nossas alianças.

Deixa eu dar uma resumida para vocês do que aconteceu nesses anos. Entramos para a faculdade e não foram flores, tivemos alguns problemas, meus amigos quase não acabavam juntos. Mas deu tudo certo.

Enquanto estudava, seu Ricardo quis que eu estagiasse em seu hospital, mesmo eu não querendo. Tayler insistiu muito, até que eu cedi. Bom que eu fiquei mais perto dele. No dia da formatura, quando nos graduamos, fomos comemorar em casa. E foi lá que Tayler me pediu em casamento. Bom, não tinha como recusar. Eu já estava com emprego fixo e ele também, já estávamos pensando em nossa casa, não tinha por quê rescusar de novo. E hoje estou aqui, caminhando em sua direção, escoltado por meu avô.

Olho para o altar, minha mãe não para de chorar. Enquanto tia Cíntia tenta acalma- lá. Como não podemos nos casar na igreja, e mesmo se pudéssemos eu não iria querer, vamos de civil mesmo. Meu avô chega ao altar. E me entrega ao Tayler.

- Se fizer alguma coisa ao meu neto, você vai se ver comigo - diz meu avô.

- Pode ficar tranquilo, seu João, não vou fazer nada que machuque seu neto - diz Tayler.

- Bom mesmo - diz ele e vai sentar ao lado de minha vó.

- Seu avô dá medo às vezes - diz Tayler.

- É, eu sei.- digo rindo.

Nos viramos para a juíza.

- Estamos aqui hoje para testemunhar a união entre Lian e Tayler. União que veio de muitos desafios, que passou por muitos desafios. E que os dois sejam fortes o bastante para suportar as dificuldades que ainda estão por vir.- diz a juíza.

- Ainda tá em tempo de desistir! - diz Mika.

Todos dão risada.

- Tayler, você aceita Lian como seu legítimo esposo, na saúde, na doença, na riqueza, na pobreza, nos melhores e piores dias, até que a morte os separe?- diz a juíza.

- Aceito.

- Lian, você aceita Tayler como seu legítimo esposo, na saúde, na doença, na riqueza e na pobreza, nos melhores e piores dias, até que a morte os separe?

- Aceito.

- Se alguém tem algo contra essa união, que fale agora, ou cale-se para sempre.- diz a juíza.

- Mika, abaixa essa mão - digo, sem nem olhar.

- Como sabe que fui eu que levantei?- diz ela.

- Garota, eu te conheço, e não é de hoje.- digo.

- Nossa, pode nem brincar.

- Não no dia do meu casamento, não se faz de louca.

- Bom, já que não tem nada que impeça esse união, podem trocar as alianças.- diz a juíza.

O Enzo vem até nós e nos entrega as alianças. Tayler coloca em meu dedo, e eu coloco no dele.

- Pode beijar o noivo.- diz a juíza.

Tayler então me beija e o pessoal vibra.

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Depois da cerimônia, vamos para a festa na casa de Tayler. Muito bom ver todos os meus amigos felizes e se divertindo. Paro em um canto e fico pensando em como é que vamos estar daqui dez anos ou mais? Vamos estar na mesma intensidade, ainda seremos todos amigos?

- Lian?- diz Tayler.

- Oi.- digo acordando do transe.

- O que foi?

- Nada, só estava com o pensamento longe.

- Pensando em que?- diz ele.

- Nada de mais.

- Já se arrependeu de ter casado comigo?

- Talvez.- digo.

- Nossa!

- Brincadeira, dramático.- digo.

- Vem dançar, Lian.- diz Mika e vem me puxando.

Começo a pular, dançar, até que Enzo vem em minha direção e eu o pego no colo. Tayler me abraça e dançamos juntos.

Pessoal, poderia falar mais sobre tudo que aconteceu, mas essa história não é sobre mim, já tive minha vez. Hora de passar o cetro à próxima geração. Já vivi, já amei, já tive meu final feliz. Não tenho mais nada a querer. Foi um prazer compartilhar minha história com vocês.

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