Capítulo 14 - Nicolás

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                          ATENÇÃO:

ESSE CAPÍTULO CONTÉM CENAS FORTES DE ESTUPRO, PEÇO QUE PENSE BEM ANTES DE LÊ-LO.

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Por Nicolás:

Minha vida mudou de uma forma tão drástica, que não sei em que ponto começou a ser tão ruim...

Minha mãe me criou sozinha, meu pai a abandonou e fugiu com outra quando descobriu que ela estava grávida. Ela teve que batalhar bastante. Uns cinco anos depois, ela conheceu meu padrasto, que está com ela hoje. Ele era muito bom pra ela, ajudava no que podia, e para mim também, pois nunca tive um pai. Ele sempre me dava o que podia. Nossa família nunca esteve em uma época tão feliz.

Mas tudo que é bom dura pouco. Quando eu completei meus 15 anos, tudo mudou, ele e eu também. Ainda estava tentando me entender e entender o que estava acontecendo com meu corpo. No meu último ano do fundamental, em uma escola particular muito boa, acontecia um concurso para dar uma bolsa de estudos. Eu não estava muito confiante, mas meu colega me convenceu a tentar. Não ia perder nada mesmo, então eu tentei. Isso foi numa quinta-feira. Na sexta saiu o resultado. E eu não podia acreditar. Eu ganhei. Fiquei muito feliz naquele dia. Fui correndo pra casa para contar para meu padrasto. Ele era policial, trabalhava no turno da noite, então passava o dia em casa. Cheguei em casa depois do almoço. E lá estava ele, sentado no sofá, vendo TV.

- Pai?

- Oi.- disse ele.

- Eu consegui uma bolsa em uma escola bacana!

- Que bom, vamos sair amanhã para comemorar, sua mãe vai ficar muito feliz.

- Vai sim.- disse eu.

- Vai tomar um banho e almoçar.

- Tá.

Corri para o banheiro. Depois do banho tomado, eu fui só de toalha para o quarto. Lá, comecei me vestir. Sabe quando você tem a sensação de que tem alguém te vigiando? Eu tinho isso todos os dias, mas achava que era besteira minha. Acabei de vestir a roupa e fui almoçar contente.

Eu esqueci de dizer que estávamos na reta final para o fim das aulas. Assim que minha mãe chegou, contei para ela, e ela ficou muito contente também, até chorou. Ela é muito sentimental. Mas na madrugada de sexta para sábado, tudo mudou pra mim.

Dormindo, senti algo me tocando. Passei a mão e senti que saiu. Voltei a tentar dormir, sem nem abrir os olhos. Novamente senti algo me tocando e quando abri os olhos, meu padrasto estava passando a mão no meu pênis, por cima da coberta. Eu ia tentar falar algo, mas ele colocou a mão em minha boca.

- Shiii.

Senti um cheiro de álcool. Ele estava bêbado?

- Sabe, Nicolás, há um tempo eu venho te observando.- disse ele baixinho.

Ele tirou o meu cobertor e continuou passando a mão por cima da roupa.

- Você vem me chamando bastante atenção, seu corpo me agrada muito, quando está molhado então... me deixa louco.

A sensação de alguém me olhando era real.

- Você não é mais aquele garotinho que eu conheci, você mudou, seu corpo mudou.

Tirei sua mão da minha boca.

- O que está fazendo, pai, você está me assustando.

- Não me chama de pai, faz isso parecer errado.- disse ele.

Tentei tirar a mão dele do meu pênis, mas ele me segurou.

- Para, por favor, o que você tá fazendo?- disse alto.

- Sua mãe já foi trabalhar, mas não grite, se não eu deixo de ser gentil com você.

- Para, por favor... - O medo me consumia e lágrimas jorravam dos meus olhos.

- Eu tentei me conter, Nicolás, eu tentei, mas não posso mais segurar.

- Seja lá o que você esteja pensando, peço que não faça, por favor.- disse chorando.

Ele tirou minhas calças.

- Não!- disse eu mais desesperado ainda.

- Eu serei gentil com você, prometo.

- Não faz isso comigo, eu te amo, pai.

- Eu também te amo e por isso não posso mais me conter.

Ele me virou de bruços e montou em mim.

- Pai, não.

Ouvi o barulho da fivela do seu sinto.
Eu tentei levantar, mas ele me segurou.
Ele era bem mais forte que eu. Ele forçou seu pênis na minha estrada e pareceu que tinha uma faca me rasgando. Eu nunca tinha sentido uma dor igual na minha vida. Ele começou a se movimentar e a dor aumentou. Eu só podia chorar. Ele vinha beijando meu pescoço, eu sentia sua respiração. Eu não sabia o que fazer. Não tinha mais volta. Quando ele gozou, ele parou.

- Isso foi incrível, você é melhor que sua mãe.- disse ele no meu ouvido.

De bruços eu estava e continuei. Não tinha forças para levantar.

- Sobre o ocorrido, peço que não conte a sua mãe. Imagina como ela ficaria em saber que seu filho foi estuprado. O que os vizinhos diriam dela? E como ela ficaria se eu a abandonasse por isso? Como seus amigos regiriam na escola, o garoto que foi comido pelo padrasto? Acho que não pegaria bem na sua nova escola. Mas é você quem sabe - disse ele, levantou as calças e saiu.

Eu estava totalmente sem reação. Lágrimas desciam pelo meu rosto, estava sentindo uma dor horrível. Quando consegui me mover, fui até o banheiro, com dificuldades para andar, do jeito que estava, com as calças arriadas. Liguei o chuveiro e entrei de baixo, mais lágrimas vinham. Eu tirei toda a roupa e comecei a me esfregar, eu sintia nojo de mim. Queria me arrancar do meu corpo. Dava murros na parede. Olhava para o chão e via sangue escorrer pelas minhas pernas.

Naquele dia eu não fiz outra coisa só fiquei deitado e chorando. Nunca chorei tanto na minha vida. Quando minha mãe chegou, eu fingi estar dormindo para não ter que falar com ela. Eu não saí do meu quarto por todo o fim de semana, não jantei, nem almocei. Minha mãe estava ficando preocupada. Para ela não ficar nervosa, eu tentava agir naturalmente, mas era horrível.
Olhar para a cara daquele mostro e não chorar, sentir calafrios ao vê-lo, ouvir sua voz.

Aquele dia foi o pior da minha vida. Nunca esqueci aquele dia. Mas também não ficava lembrando sempre, se não eu acabaria me matando por conta disso. Não pensem que eu não tentei, mas pensei na minha mãe. Então desisti.
Quando finalmente eu entrei no ensino médio, achei que as coisas iam melhorar. Fui confiante. Mas era outro mundo totalmente diferente. Assim que entrei, logo fui perseguido pela elite. Não era comum um pobre entre eles. Não bastava a tortura em casa, ainda sofria na escola. Mas eu fui forte e aqui estou eu, no meu último ano.

Fiquei sabendo que a escola indica os jovens apara empregos no fim do último ano aqui. Fiquei feliz em saber disso, se tudo der certo e eu conseguir meu emprego, eu posso mudar minha vida e tentar melhorá-la. Mas ainda me restam alguns meses sofrendo.

Não gosto nem de lembrar, depois daquele dia, ele não tentou mais fazer nada comigo, mas só de ter feito uma vez e eu ter que vê-lo todo dia, era horrível. No colégio eu tentava não pensar muito em casa. Não tinha nem como, com Igor me atazanando todo santo dia. No dia em que conheci o grupo que me ajudou, eu fiquei feliz, porém não queria nenhum tipo de contato ou eu podia arrumar problemas para eles.

O colégio resolveu fazer um acampamento, financiada por ele mesmo, e todos os alunos dos últimos anos eram obrigados a ir. Se eu não tivesse escolha, ficava em casa. Parando para pensar, é até melhor, assim não tenho que ficar naquela masmorra. Vai ser bom para ocupar minha mente.

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Ní hao, guys!

Mas um capítulo do nosso livro.
Desculpinha pela demora.

Amor Verdadeiro IIWhere stories live. Discover now