𝐒𝐓𝐎𝐋𝐄𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄 | 𝐃. 𝐌𝐀𝐋𝐅𝐎𝐘 +𝟏𝟖

- 𝖉𝖗𝖆𝖈𝖔 𝖒𝖆𝖑𝖋𝖔𝖞

[Aviso de gatilho: menções de agressão sexual, abuso e estupro.

Espero que tenham gostado da nova capa. ♡]

— DRACO MALFOY.

Porra.

Porra. Porra. Porra. Porra. Porra.

Corri minhas mãos pelo meu cabelo, observando Marilyn sentada no meu balcão com minha mãe conversando com ela e Blaise. Ela tem chorado sem parar. Ela chorou na viagem de trem para cá, ela chorou ontem à noite quando eu ia tentar com ela, mas eu não chorei porque eu podia ouvi-la soluçando e engasgando com as lágrimas.

Eu sabia que ela estava sofrendo naquela noite em que ela veio até mim. Eu vi no momento em que ela entrou. Parte do meu cérebro ainda está confuso, mas eu nunca a vi chorar tanto. Eu nunca a tinha visto tão chateada até ela me ver assim.

Eu estava bêbado.

Eu não sabia o que estava fazendo.

Eu não sabia quem estava me tocando e no momento eu não me importava porque eu mal podia ficar de pé. Mas é um daqueles momentos em que você fica sóbrio como pedra – e eu fiquei no momento em que ela começou a soluçar ao me ver assim.

Theo estava me incomodando também. Eu o vi olhar para Marilyn, eu a vi desviar o olhar no momento em que eles conectam os olhos. Algo aconteceu entre eles e eu tenho a sensação de que é porque Theos está tentando ligar os pontos que Marilyn está tentando tanto esconder.

A dor no meu peito crescia a cada maldito segundo.

Ela não quer nada comigo.

Saí do sofá e voltei para cima, provavelmente para jogar mais algumas coisas. Eu disse a Theo e Blaise que eles não deveriam entrar no meu quarto, e é porque eu estou usando isso como meu brinquedo de abuso pessoal. Livros foram jogados, minha mesa estava completamente fodida.

Mas uma batida veio na porta.

— Theo.

Eu empurrei a porta e instantaneamente fechei a porta do meu quarto, mas Theodore agarrou a gola da minha camisa e me empurrou para dentro com força. Eu estreitei minhas sobrancelhas, observando-o olhar para mim com as narinas dilatadas.

Ele deu um soco no meu rosto.

Eu recuei, gemendo e tocando meu nariz agora sangrando. — Theo que porra é essa?!

Ele balançou a cabeça. — Você é uma pessoa de merda, Draco. Completamente de merda. Fodendo minha irmã? E depois engravidando ela? Qualquer outra pessoa! Você poderia ter dormido com qualquer outra pessoa, mas você escolheu minha irmã?!

— Theo — minha mente estava ficando louca e meu nariz doendo. Eu escaneei meus olhos sobre seu rosto, vendo o quão chateado ele estava. — Não é como se eu quisesse pegá-la p–

Outro soco no meu rosto, e eu joguei um de volta. Meu punho colidiu com sua mandíbula, empurrando-o para trás. Ele esfregou o local que eu soquei e balançou a cabeça novamente.

— Você não entende porra nenhuma, não é? — Ele respirou fundo, seu peito subindo e descendo. — Eu vou ter que protegê-la do nosso pai agora. Ela não pode ser punida se estiver grávida, eu vou ser o único que vai ter que levar a surra. — Eu podia ver seus olhos se encherem de lágrimas e, de repente, meus punhos se abriram. — Qualquer pessoa, Draco. — Sua voz era quase um sussurro.

Dei um passo à frente, engolindo em seco. — Theo, por favor. Eu juro que não queria, ela veio até mim porque Harry a traiu–

— Você está culpando ela?! — Ele gritou, pronto para dar outro soco, mas eu balancei minha cabeça duramente.

— Não — sentei na minha cama, passando a mão pelo meu cabelo. — Eu sei que estraguei a vida dela, fui eu que esqueci de lhe dar uma poção. Não é culpa dela, é minha. Você está certo, Theo. Eu deveria tê-la afastado quando ela me pediu.

Theo desceu a porta, com as mãos no cabelo. — Eu não sei o que vamos fazer, Draco. Eu sei que não cabe a mim dizer, mas– mas nosso pai iria espancá-la. Ele a estupraria várias vezes até que ela aprendesse a lição. — Uma lágrima saiu de seus olhos. — Eu não posso deixar isso acontecer.

Meu coração afundou e meu peito arfava, mas eu não podia fazer nada sobre isso. Ela me odeia, ela acha que o que ela viu foi eu deixando aquela cadela me tocar. Ela estava sofrendo, e ela veio até mim para me confortar – e eu estava chupando meu pau porque eu estava bêbado.

Meus joelhos estavam fracos, mas não vou chorar na frente de Theodore. Isso não é agressão? Eu estava bêbado, nem consigo me lembrar do que aconteceu depois que eu disse a Evelyn para dar o fora. É um borrão, e isso me assustou pra caralho.

Mas será que Marilyn entenderia se eu contasse a ela? Ela me perdoaria? Se eu dissesse a ela que não queria isso, eu sentiria que estaria tentando fazer com que ela tivesse pena de mim. Como se eu estivesse dizendo isso como uma desculpa.

— E se você tentasse esconder isso de seu pai? — Eu questionei, observando-o levantar a cabeça. — Eu não sei quando ele vai nascer, ela não vai falar comigo. Ela me odeia Theodore, e você sabe disso.

Ele ergueu as sobrancelhas. — Ah é? Eu pensei que você a odiasse também. Você usou minha irmã pelo corpo dela naquela noite, Draco. Ela pode ter querido, mas você não se importa com ela. Você não quer essa criança, você não tem o direito de falar com ela sobre esse bebê.

Meus olhos se estreitaram em fendas. — Theo–

Ele se levantou, me calando. — Eu nunca vou esquecer isso, Draco. Você é meu melhor amigo, você realmente é. Mas colocá-la em uma situação como essa não é algo que você pode simplesmente esquecer. — Ele bateu a porta do meu quarto.

—

Saí do meu quarto porque não conseguia dormir e ouvi algo.

O banheiro do outro lado do corredor está com a luz acesa, e eu estreitei minhas sobrancelhas. Mas então o cobertor de Marilyn apareceu no chão e eu afundei meus ombros em arrependimento.

Ela está vomitando.

Caminhei lentamente até o banheiro, olhando para ela agachada sobre o vaso sanitário e enxugando a boca com papel higiênico. Ela não precisou olhar para cima para saber que era eu, e ela nem sequer olhou para mim quando começou a lavar as mãos.

— Marilyn–

— Cala a boca.

Eu balancei minha cabeça. — Por favor, deixe-me explicar–

Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, e ela pegou uma toalha para enxugar as mãos. — Explicar o quê? Que você... você acabou de deixar todo mundo te tocar? Você acabou de conhecê-la, Malfoy. — Ela parecia tão magoada e cansada, que fez meu coração quebrar. — Eu sabia que você dormia com outras garotas, mas– — Ela começou a soluçar, passando por mim, e tudo que eu podia fazer era ficar ali.

Eu gostaria de nunca ter ficado bêbado naquela noite. É minha culpa Evelyn ter me tocado.