XIII. Os lobos e a Senhora das Estrelas

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O mapa sobre a mesa era algo que mesmo o ancião Elrond jamais tinha visto, tamanha a surpresa em seus olhos

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O mapa sobre a mesa era algo que mesmo o ancião Elrond jamais tinha visto, tamanha a surpresa em seus olhos. Ou pelo menos, se era familiar, ele estava disfarçando muito bem. Linhas desenhadas pelas mãos mais habilidosas, definitivamente não pertencentes a mortais. Não, aquela técnica demorava séculos para ser aprendida, e todos os traços reluziam com a luz mínima do aposento, em uma tinta fosforescente de tom azul-arroxeado.

Todas as Caçadoras foram chamadas ao escritório de Elrond para uma conversa particular, e quando entraram foram recebidas também por uma mulher desconhecida de beleza imensurável. Tinha um sorriso gentil em seus lábios bem desenhados, e os cabelos loiros caíam desde seu rosto anguloso até seus quadris. O vestido que cobria sua figura esguia tinha um tom de branco idêntico à neve recém caída, com pequenos cristais brilhantes adornando o peito e um broche de opala e prata esculpida abaixo dos seios. Quando perceberam sua presença, todas as Caçadoras tiveram o ar expulso de seus pulmões, e Elysant sentiu um calafrio descendo por sua espinha.

A elfa de olhos sábios se chamava Galadriel.

Contra toda a vontade que tinha de não se aproximar do padrinho outra vez, Radrien havia engolido seu orgulho, sua ira e sua mágoa, marchando até cada uma das Faradrim e as arrastando de seu sono falso direto para o líder dos elfos em Imladris e a Senhora de Lothlórien. Já com a mochila preparada e provisões organizadas, não temia o que o elfo diria. Ele obviamente já esperava aquela visita, abrindo a porta sem um pingo de rancor em seus olhos serenos.

Radrien era o oposto, com a postura tensa e uma carranca permanente, mas este era seu comportamento padrão quando entre os muros de Valfenda. Havia um pequeno corte em seu lábio inferior, consequência de longas horas mordendo a pele ao refletir sobre o que diria a Dewriel quando retornasse ao quarto.

Elrond passou alguns minutos em um estado de contemplação, analisando os traços bem desenhados e as anotações de sua apadrinhada com demasiado zelo. Galadriel, silenciosa, analisava as moças com atenção delicada, passando seus olhos por cada uma delas como se soubesse de todos os seus segredos. E elas temiam que ela realmente soubesse.

O Lorde abriu a boca, focado no mapa. Então, quando um filete de luz solar passou pelo papel amarelado, ele soube.

— Devemos estar envoltos pelos fios do destino hoje... — murmurou, mais para si mesmo que para as jovens ao seu redor. — Qual o interesse de vocês no povo de Feéria? A última notícia que tive de uma fada viva foi há mais de um milênio, e foi durante o grande extermínio das florestas do Sul, o último refúgio conhecido.

— Conhecido, está certo. Mas não o último — Dewriel assumiu a liderança, como em muitas outras vezes, e colocou a mão dentro do casaco, onde tirou de lá uma carta amarelada com um selo familiar para os olhos dos elfos mais velhos. Ele prendeu a respiração. — Isto aqui foi encontrado há aproximadamente um ano nas ruínas de Celebcoron, a sudeste de Valfenda. Lá era um conhecido refúgio de guerreiros das árvores, tenho certeza de que o senhor sabe.

Quando sob a primeira estrela [O HOBBIT]Where stories live. Discover now