Antes da chegada dos homens na terra, as fadas, seres criados por Yavanna, viviam nas florestas de Arda para proteger seus habitantes. Entretanto, conforme as criaturas das terras se espalharam, elas foram dadas como extintas.
Então certo dia, um gr...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
O mapa sobre a mesa era algo que mesmo o ancião Elrond jamais tinha visto, tamanha a surpresa em seus olhos. Ou pelo menos, se era familiar, ele estava disfarçando muito bem. Linhas desenhadas pelas mãos mais habilidosas, definitivamente não pertencentes a mortais. Não, aquela técnica demorava séculos para ser aprendida, e todos os traços reluziam com a luz mínima do aposento, em uma tinta fosforescente de tom azul-arroxeado.
Todas as Caçadoras foram chamadas ao escritório de Elrond para uma conversa particular, e quando entraram foram recebidas também por uma mulher desconhecida de beleza imensurável. Tinha um sorriso gentil em seus lábios bem desenhados, e os cabelos loiros caíam desde seu rosto anguloso até seus quadris. O vestido que cobria sua figura esguia tinha um tom de branco idêntico à neve recém caída, com pequenos cristais brilhantes adornando o peito e um broche de opala e prata esculpida abaixo dos seios. Quando perceberam sua presença, todas as Caçadoras tiveram o ar expulso de seus pulmões, e Elysant sentiu um calafrio descendo por sua espinha.
A elfa de olhos sábios se chamava Galadriel.
Contra toda a vontade que tinha de não se aproximar do padrinho outra vez, Radrien havia engolido seu orgulho, sua ira e sua mágoa, marchando até cada uma das Faradrim e as arrastando de seu sono falso direto para o líder dos elfos em Imladris e a Senhora de Lothlórien. Já com a mochila preparada e provisões organizadas, não temia o que o elfo diria. Ele obviamente já esperava aquela visita, abrindo a porta sem um pingo de rancor em seus olhos serenos.
Radrien era o oposto, com a postura tensa e uma carranca permanente, mas este era seu comportamento padrão quando entre os muros de Valfenda. Havia um pequeno corte em seu lábio inferior, consequência de longas horas mordendo a pele ao refletir sobre o que diria a Dewriel quando retornasse ao quarto.
Elrond passou alguns minutos em um estado de contemplação, analisando os traços bem desenhados e as anotações de sua apadrinhada com demasiado zelo. Galadriel, silenciosa, analisava as moças com atenção delicada, passando seus olhos por cada uma delas como se soubesse de todos os seus segredos. E elas temiam que ela realmente soubesse.
O Lorde abriu a boca, focado no mapa. Então, quando um filete de luz solar passou pelo papel amarelado, ele soube.
— Devemos estar envoltos pelos fios do destino hoje... — murmurou, mais para si mesmo que para as jovens ao seu redor. — Qual o interesse de vocês no povo de Feéria? A última notícia que tive de uma fada viva foi há mais de um milênio, e foi durante o grande extermínio das florestas do Sul, o último refúgio conhecido.
— Conhecido, está certo. Mas não o último — Dewriel assumiu a liderança, como em muitas outras vezes, e colocou a mão dentro do casaco, onde tirou de lá uma carta amarelada com um selo familiar para os olhos dos elfos mais velhos. Ele prendeu a respiração. — Isto aqui foi encontrado há aproximadamente um ano nas ruínas de Celebcoron, a sudeste de Valfenda. Lá era um conhecido refúgio de guerreiros das árvores, tenho certeza de que o senhor sabe.