Capítulo 17

175 6 1
                                    

Estou há horas divagando. Hoje eu e Anna completamos um ano de namoro e eu confesso que eu estou desesperado! Nunca cheguei tão longe num relacionamento, nem sequer sei o que fazer ou o que dar de presente. Ontem Anna viajou para visitar o pai e está retornando hoje. Graças ao seu talento incrível ela assinou um contrato permanente com a empresa onde estagiava e de cara já foi escolhida por uma cliente para projetar um dos novos prédios comerciais da cidade, por isso ganhou dois dias de folga pra organizar sua mesa e acesso ao programas da empresa. Ela volta hoje e eu não sei se faço algo em casa, se a convido para um jantar especial num restaurante caro ou se compro um presente!

- Percy – Nico chama ao bater na porta. "Entre." - Oi. - Ele sorri. - Acabei de terminar os relatórios e já encaminhei para você, mas já adianto que não houve nenhum erro.

- Sente-se. - Encaro Nico e penso que ele poderá me ajudar. - Nico hoje eu e Anna completamos um ano juntos e eu não sei o que fazer! - As vezes fico pensando que sou um merda mesmo, como nunca estive tanto tempo num relacionamento? Isso não parece normal, mas dada a minha juventude farrista não é mais tão surpreendente assim ter ficado "solteiro" tanto tempo.

- Uou, meus parabéns! É uma data bem simbólica para as mulheres – ele levantou as sobrancelhas – sinceramente acho que você precisa conhecer a pessoa com quem está e fazer algo que ela ou ele goste, por exemplo, Will é caseiro, adora praia e não gosta de muita frescura, eu jamais o levaria num restaurante chique porque ele se sentiria deslocado. Um quarto de frente pro mar onde ele pudesse ver as ondas e o pôr do sol já seria o suficiente pra ele ficar emocionado. - Nico sorriu um pouco vermelho e eu achei engraçado.

- Foi difícil no começo? - Não sei porque mas me vejo perguntando algo íntimo e não tenho receio, sei que Nico é meu amigo. - Ele se encostou na poltrona e relaxou com um leve sorriso nos lábios.

- Não muito. Nos apaixonamos ao mesmo tempo e no nosso tempo. Nossas famílias sempre nos apoiaram, o que é muito raro, mas nos evitamos algumas coisas por conta mesmo dos paradigmas da sociedade. Evitamos qualquer atrito ou desavença. Me sinto mais feliz com ele do que jamais estive em toda a minha vida antes dele. - O sorriso de Nico era tão abobalhado que eu me perguntei se ficava da mesma forma quando falava de Annabeth.

- Obrigado pela ajuda, cara. Você tem sido um grande amigo. E sabe, Will tem sorte, você é um cara muito legal.

- Penso o mesmo de você. Agora eu preciso ir ou meu chefe vai perceber minha ausência. - Ele sorri descaradamente já que eu era seu chefe. - Tenho certeza de uma coisa, – ele disse já de pé – o que você fizer Annabeth vai gostar porque ela ama você. Apenas confie no seu amor. - Sorri com esse comentário e ele saiu batendo de leve a porta.

O moleque tem razão, ela me ama e é só isso que realmente importa. Vou buscá-la no aeroporto e passar a noite com ela. Amanhã, talvez, não precisamos acordar cedo. Ser o presidente tinha suas vantagens.

- Senhora Melissa, por favor, encomende um buquê de rosas na cor rosa e envie para a minha casa. - Eu disse no telefone.

Deixei Nico no comando e sai do prédio com um sorriso no rosto sabendo exatamente o que fazer. Annabeth era uma mulher incrível, ela foi criada por uma família culta e inteligente, se formou numa das melhores universidades do país, trabalhou numa cafeteria por meses e foi escravizada num estágio mortal tentando se provar capaz para, finalmente, ser contratada por uma empresa de grande porte. Ela entrou na minha vida e organizou todas as coisas bagunçando apenas o meu cérebro com o seu par de terríveis olhos, um corpo e um coração sensacional. Ela impregnou a minha vida com a sua presencia substancial na minha casa e vida. Ela gosta de praia assim como eu, nunca reclama de nada, sempre agradece por tudo e não tem grandeza material. Nunca quis se aproveitar de ninguém, nunca maltratou alguém, é sempre gentil e amigável. É forte, decidida, valente e corajosa. Luta por suas conquistas e vence com louvor as dificuldades da vida.

Estacionei numa joalheira e comprei um anel com uma pedra azul, a minha cor favorita. Não é uma aliança, pois não quero assustá-la, mas é um anel de compromisso. Quem diria que eu, um dia, compraria algo assim. Sorri com esse pensamento e entrei de volta no meu carro. Deixei o anel e as flores em cima da nossa cama no meu apartamento. Dirigi novamente agora em direção ao aeroporto, Anna chegaria em meia hora. Já era noite e tudo parecia calmo na estrada, eu dirigia a uma velocidade média e constante de 90km/h. O céu estava escuro e poucas estrelas estavam a mostra, meus olhos focaram na pista ao ver grandes faróis diante de mim, um caminhão invadiu o meu lado da pista, a última coisa que me lembro foi de pensar em Annabeth.

A garota dos meus sonhosWhere stories live. Discover now