11° Capítulo - Empatia

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Stacy e Gabe saem em frente Basílica Matriz de Nossa Senhora do Pilar. A igreja tem estilo barroco e possui duas torres em lados opostos com um sino em cada uma. Sua faixada é de um tom branco desbotado enquanto as portas e janelas são de um tom verde musgo.

Stacy olha para os lados observando o lugar. A rua é de calçamento e as casas mais próximas possuem um estilo rústico, quase como se fossem parte de um cenário histórico.

— É sério que tem partes do corpo aqui? — Questiona incrédula.

— Eu não suspeitaria disso.

— Essa igreja velha com certeza não tem um arsenal de armas de caçadores prontos para nos matar.

— Não acho que o que provavelmente está aí dentro ficaria desprotegido.

Stacy olha em volta mais uma vez. Respira fundo tentando identificar algum cheiro ou rastrear algo ou alguém que possa ser uma ameaça.

A noite está fria e a rua completamente deserta. Com exceção de um homem em situação de rua dormindo debaixo de um cobertor que mais parece um farrapo. Tem um cachorro deitado ao seu lado e ambos estão próximos a entrada da igreja.

— Aposto que nem sabem o que tem aqui. — Stacy constata. — Vamos logo!

Ela segue em direção a igreja até que Gabe a interpela:

— Então seu plano é esse? Invadir pela porta da frente?

— Tem um melhor?

— Não... Mas... Isso é falta de respeito.

Stacy revira os olhos, segue até a porta de entrada e quebra a fechadura com um só puxão. Ao entrar ela fica surpresa com a riqueza dos detalhes na arquitetura do lugar.

Tem várias galerias como em um teatro. O teto possui uma pintura antiga enquanto todas as paredes são preenchidas por esculturas entalhadas em algum tipo de metal reluzente quase como ouro. Lustres luxuosos iluminam o caminho até o altar destacando o vermelho das cortinas e dos bancos acolchoados

Ela inspira fundo ao caminhar em direção ao altar tentando identificar algum cheiro e se paralisa notando algo estranho.

Gabe se aproxima ao perguntar:

— Por que parou?

— Está sentindo esse cheiro de cachorro?

Os dois olham para trás ao escutar um rosnado.

O morador de rua está de pé na porta da igreja. Seu cobertor cai para o lado e seus ossos começam a estralar como se estivessem se movendo por baixo da pele. Ele cai para frente ficando de quatro. Bate as mãos na escada enquanto suas unhas crescem e se transformam em garras afiadas. Algumas partes de seu corpo se cobrem com pelos espessos e seu rosto se transmuta para uma forma mista de homem e lobo.

Os olhos amarelos flamejantes do lobisomem miram-se na direção de Stacy e Gabe e em seguida ele solta um uivado arrepiante fazendo-os se entreolharem e ouvirem uivos mais distante, quase como uma resposta a um chamado.

Gabe balbucia:

— Eu falei que não ia ser simples assim.

— Toma cuidado, feridas de lobisomens não cicatrizarão enquanto não se alimentar.

— Isso não está ajudando.

— Distrai o cachorro que eu encontro o que viemos buscar.

— Stacy!

— Você tem a força de um vampiro de quase seiscentos anos, vai conseguir!

Stacy corre em direção ao altar e o lobisomem salta na direção dela.

Herdeiros das TrevasWhere stories live. Discover now