20° Capítulo - Ainda existe Luz

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Fiquei estática com o que Agnes disse, pisco algumas vezes revoltada com aquilo. Ela não pode estar falando a verdade.

Gabe aponta o dedo na face dela gritando:

— Você está mentindo!

— Gabe. — Isaac o contém.

— Fala logo vadia. Como a gente quebra a maldição?! — Stacy se enfurece.

— É um feitiço simples. A única cópia existente é a que está dentro da minha mente. Mas assim que o fizerem, cairão mortos no mesmo instante.

Pego ela pela gola do sobretudo e soco contra a parede. Sinto meu coração acelerar e minha vontade de esfolá-la viva aumenta.

— Isso é mentira! Está tentando nos enganar!

— Eu não tenho motivos para isso.

— Eu vou acabar com você se não começar a falar a porra da verdade!

— Se quiser permanecer com as suas mãos eu sugiro que as mantenha longe de mim.

— Ava, solte-a. — Aiden tenta me dissuadir. — Ela não está mentindo. Não vê?

— Não... Aiden, não... — Tiro minhas mãos da Agnes um pouco atônita. — Não pode ser verdade.

— Não somos uma ameaça para ela, Ava. — Isaac diz. — Ela não está mentindo.

— Posso sentir o quão frustrados estão, mas já deviam esperar por isso. Raramente é possível ter liberdade sem morte. — Agnes provoca ao ajeitar a roupa. — Gostaria de dizer que lamento por vocês, mas não.

Ela pega seu folheto que caiu no chão e começa a se afastar. Antes de ir completamente diz:

— Se vierem atrás de mim de novo, eu mato todos vocês.

Agnes continua caminhando pelo museu enquanto nos entreolhamos atônitos.

Stacy arqueia as sobrancelhas:

— Acabou! Nunca vamos nos libertar dessa maldição, toda nossa luta não serviu para porra nenhuma!

Olho para os lados ainda não conseguindo digerir tudo isso que Agnes disse.
Passo as mãos no rosto e volto os olhos em todos que estão me olhando preocupados.

Engulo em seco e molho os lábios piscando algumas vezes.

Pego o outro orbe e esmago na minha mão e aquele portal se abre, passamos por ele saindo no inteiro da casa e o primeiro que vejo é Merrick segurando uma garrafa de Bourbon, sorriu:

— Já voltaram?!

Fitei os olhos dele, desse desgraçado que serei eternamente amaldiçoada a amar e serro os dentes com ódio de mim mesma.

Subo as escadas e fui o mais rápido que posso para o meu quarto e bato a porta para que todos saibam que eu não quero auto piedade de ninguém.

Olho para os lados me sentindo asfixiando de uma forma lenta e claustrofóbica. A nossa única saída, o motivo de tudo que temos lutado não existe, nossa única forma de quebrar essa porcaria de maldição é morrendo. Chega ser irônico de tão trágico.

Sigo até minha cama e sento me sentindo anestesiada, não consigo chorar e nem quero. É como se não existisse mais nenhuma razão para continuar essa merda que chamamos de vida.

Gabe entra no quarto e me observa consternado.

Reviro os olhos:

— Eu não quero ninguém tentando me consolar ou falando qualquer merda de frase motivacional.

Herdeiros das TrevasWo Geschichten leben. Entdecke jetzt