Capítulo VI - Próximos, mas separados

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Olá meu caro
Está tudo bem?
É sempre bom quando lhe vejo novamente
É como se desse mais sentido a minha existência como Narrador

Não que isso importe tanto... Deve estar com pressa não é
Vamos ler mais um capítulo? Eu irei narrar, então me acompanhe....

Enquanto Hikari caminha impaciente pelos longos corredores brancos à passos largos, sua companheira a segue às súplicas

– Hikari, por favor, tem procedimentos que devem ser seguidos sabia??! ‐ Diz a mulher tentando convencê-lo de seguir os protocolos exigidos em casos de convocação como esse

– Já disse pra não tentar me impedir - Responde Hikari irremediável e convicto em sua decisão, e também começando a ficar cansado disso

– Não posso, é meu dever fazer com que você faça as coisas como devem ser feitas, e não como te der na telha Hikari! - Diz a mulher persistindo, afinal, era o seu dever como companheira dele

– Vai demorar muito se eu for seguir aqueles protocolos daqueles velhotes, até lá o nosso alvo possa já ter escapado entre nossos dedos bem debaixo do nosso nariz - De fato, e por mais que ele não saiba esse é o plano de Sōsa, fazendo Hikari seguir os procedimentos e todas as bajulações para então criar tempo o suficiente para a fuga de Katsuo e sua equipe das sombras

Os dois chegam finalmente ao lado de fora do prédio...

– Diga aos velhotes que estou indo direto para o país do vento, sei que vou levar um sermão do mestre depois mas não posso mais esperar aqui enquanto meu povo precisa de mim para protegê-los - Hikari é bem irracional e determinado quando o assunto é o seu dever como o "herói lendário" e "protetor da humanidade"

– Tá tá, já entendi, sério, você nunca muda, vai me recompensar por isso depois tá me entendendo Hikari?! - Diz Aibō já reconhecendo que é impossível deter Hikari com essa animação toda dele

– Eu te pago um lanche depois naquele lugar que você gosta, será que assim tá bom minha honrosa companheira - Diz Hikari em clara ironia no tom de voz

– É melhor mesmo....Vai ser um saco aguentar sermão do mestre de novo, e DE NOVO por sua causa Hikari - O mestre dos dois era um amor de pessoa, a mais gentil que conheciam, mas extremamente rígido e rigoroso, podendo dar sermão de horas quando algumas de suas ordens ou ensinamentos são esquecidos ou simplesmente não cumpridos corretamente

– Preciso ir agora Aibō....Vamos amigo??

Uma forte luz se forma em volta de Hikari, cegando qualquer um que estivesse olhando diretamente para ele, quando o brilho se dissipa Hikari está em cima de seus grande dragão branco

– Temos uma longa viagem, vamos, à toda!! - Depois que Hikari vem a pronunciar essas palavras a fera abre suas imensas asas e com grande velocidade sobe aos céus, iniciando a sua viagem ao Reino do Vento, onde necessitam de sua ajuda....

– ....Puxa vida, vou ter realmente que arcar sozinha com o mestre, isso é muito injusto - Diz Aibō suspirando pesadamente, e seu sangue gela quando ela ouve um grito dizendo "AIBŌ", a voz levemente rouca se assemelhando à de um senhor de idade é inconfundível, é o mestre de Aibō que já está soando frio...

Existe um ditado dizendo que o "céu é o limite", pois é, é uma verdade para Hikari, voando no topo dos céus, imparável, intocável, o céu é o reino de Hikari, onde ele impera e governa, dizem que o paraíso está no céu, mas do céu também pode vir o perigo, mesmo aqueles no solo podem ver a magnitude daquela criatura, dizendo coisas como "é o herói" ou "é o nosso salvador" enquanto as asas abertas cobrem a luz do sol

Após algumas horas de viagem Hikari se lembra de um detalhe, esqueceu de reabastecer seu cantil de água antes de sair, ele estava já sobrevoando território de dentro das fronteiras do Reino do Vento, mas até chegar na capital demoraria mais algumas horas, seria um grande incômodo se ele continuasse com sede por horas, para sua sorte, do alto ele vê uma grande lagoa lá em baixo, a luz refletida da água sinaliza ser cristalina, ele poderia descer para reabastecer seu cantil e de brinde pode descansar um pouquinho para depois seguir viagem novamente

– Vamos descer só um pouquinho amigão.... - O brilho ressurge novamente e logo após a criatura desaparece e Hikari está em queda livre em direção ao solo, ele continua a cair e cada vez mais sua velocidade vai aumentando e sua distância com o solo está cada vez menor - Ok acho que aqui tá bom... - Hikari usa suas mãos e começa a manipular o vento, formando um redemoinho bem abaixo dele que vai suavizando sua queda, até finalmente pousar lentamente na terra sem um único arranhão se quer, totalmente calmo e despreocupado

A mana pura de Hikari não é nada além de todos os tipos de mana em uma só, controlando todos os cinco elementos ao seu bem entender

– Certo, agora vamos achar aquela lagoinha e me refrescar um pouco... - Diz Hikari andando entre a floresta extremamente fechada, não precisou andar muito, logo achou a porção de água, e era exatamente como imaginava, uma água cristalina bem azulzinha, uma cachoeira enfeitava o canto deixando o lugar ainda mais bonito, um verdadeiro oásis no meio do nada ‐ Talvez eu tire um cochilo aqui, eu ainda consigo chegar lá antes do entardecer mesmo se eu dormir

Hikari pega seu cantil e se aproxima da água, enchendo um pouco com o líquido, mas nesse momento percebe que tem alguém bem ali do outro lado da lagoa, um rapaz de cabelos negros como carvão, roupas igualmente pretas como sombras e um par de brilhantes olhos vermelhos carmesim, como duas brasas acesas....

O homem o encara de volta percebendo sua presença, seus fixos olhos vermelhos parecem que enxergam o seu interior, um sentimento sem igual, nunca havia sentido isso antes, começará a suar e ao mesmo tempo sentir um frio na espinha, sentia vontade de correr, o que será que era aquilo? Se perguntava...

Aquele homem dá de costas e começa a ir embora sem dar a mínima importância para Hikari

– Ei você! Quem é você?! - Grita Hikari em um ato de coragem e impulso, mas sem nenhuma resposta, ele nem ao menos olhou de volta, continuou seu próprio caminho até sumir de seu campo de visão entre as árvores, a mata era realmente fechada - .....Mas o que acabou de acontecer??

Era um sentimento desconhecido
Como se já o conhecesse
Como se estivesse junto dele há muito tempo
Mas ao mesmo tempo se sentia distante dele....

E chegamos novamente ao final, o que achou desse capítulo?
O meu criador, o autor, comentou comigo que está ficando satisfeito com o prosseguir dessa história, e se me permite contar, ele acabou vazando que existem muitos mistérios para serem colocados em cima da mesa

Não conte a ele que lhe contei isso
Será o nosso segredinho ok?

Renegade Dragon - Renascer da LendaWhere stories live. Discover now