Capítulo LXXVII - De volta à cena do crime

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Em meio a uma noite muito tensa, a terceira equipe do Batalhão Lua de Sangue, a Lua Cheia, aguarda pacientemente seu capitão, que vale ressaltar está curiosamente atrasado, Katsuo sempre reiterou e respeitou a ideia de pontualidade, principalmente quando o assunto são missões

Agora cá estamos, talvez a missão mais importante dos últimos mil anos e justo aquele que nunca se atrasa, está com sua ausência marcada

Depois de cinco minutos de atraso, Katsuo chegou, ele normalmente não demonstra tantos sentimentos e negaria até a morte que está preocupado, mas sua expressão demonstrava certo medo, como se algo tivesse acabado de dar um grande susto nele

Mas no fim, eles precisam cumprir a missão

Katsuo antes de ordenar o início da operação, fez um gesto simbólico, mesmo com o tempo correndo já na contramão, ele se aproximou de Ayumi, olhou nos olhos dela e lhe deu um abraço...

A ação se repetiu com todos da equipe, aquilo soou como um ritual para uma grande batalha, se sentiam como soldados indo para a última missão em uma guerra

– "Meus amigos, se vencermos mais uma vez, brindaremos na nossa capital ainda em pé, se cairmos esta noite...foi um enorme prazer servir ao meu país na sua companhia...vamos em frente, Hidetaka!" - Katsuo da a ordem aguardada, Hidetaka rapidamente abre um portal para o Reino do Vento, depois de todos atravessarem a porta se fecha atrás deles

Eles se vêem no interior de uma floresta, mas vêem ao longe as luzes acesas da grande cidade...

A cidade que um dia foi deixada em destroços, foi reconstruida na intenção de ser impenetrável, para que nenhum perigo jamais pudesse ameaçá-la, foi com essa intuição que a capital foi erguida cercada por uma grande muralha, com sete torres de guarda e apenas um portão, é a cidade mais fortificada do mundo

E por isso Hidetaka não fez um portal diretamente dentro da cidade, uma vez lá dentro, Hidetaka poderia se ferir, e perder ele seria a sentença de morte, então por segurança, Hidetaka permanecerá fora dos muros...

Katsuo ordena que o transporte do grupo se esconda na floresta, enquanto o resto da tropa adentra a cidade

Agora, é entrar lá

O portão é guardado por quatro guardas de cada lado do portão, acima deles uma torre de vigia com um sino, uma vez tocado, a muralha inteira fica sabendo e a cidade entra em estado de emergência

E tocar o sino era na verdade uma tarefa bem chata, era sentar em uma cadeira ao lado do sino, e esperar a oportunidade de puxar a corda

Um trabalho inútil, quem seria maluco de invadir a cidade...né?

Lá embaixo, os guardas do lado de fora vêem um par de olhos vermelhos se aproximando

Antes deles pedirem a identificação do sujeito, a visão deles escurece por inteira, no segundo seguinte um deles não o vê mais...e ouve um barulho ao seu lado

Seus olhos correm para então ver o corpo do colega deitado no chão, enquanto uma figura negra está ao seu lado

Mas está tudo bem, são três contra um, e ele não vai pegá-lo desprevenido de novo...

Ele olha pra trás e vê os outros dois guardas com os corpos pendurados no ar enquanto duas sombras em formato de mão estão com as cabeças esmagadas deles

– ...Merda, o que tá..." - Uma espada é colocada no seu pescoço

– "Amigo, eu tenho duas perguntas pra você...A primeira é, você tem família?" - Pergunta Katsuo com sua espada no pescoço do guarda

– "O que? Do que você tá falando? Quem é você?" - Pergunta o guarda entrando em pânico, suas pernas bambeiam e ele cai no chão

– "Só vou repetir mais uma vez, você tem família?" - Pergunta Katsuo impaciente apontando a espada pra ele

– "...Sim...sim, tenho uma esposa e minha mulher está grávida..."- Diz o homem na esperança de ser salvo

– "Muito bem, então vou te dar uma pequena chance de viver, se você me dizer aonde o quartel-general está localizado, você vive pra ver seu filho crescer, é pegar ou largar" - Diz Katsuo lhe fazendo uma proposta bem simples, trair o seu reino em troca da sua vida

– "Eu...eu não sei...eu juro que não sei, o quartel-general é um local mantido em sigilo pelos generais" - Diz o guarda

– "Entendi...então você é inútil pra mim" - Determina Katsuo

O guarda entende que não há escapatória, então em um último sinal de resistência, ele grita o mais alto que pode:

– "Toquem a merda do sino! Invasão!" - Grita o homem em um ato heroico pelo seu país

– "Ow, me desculpe, eu não tenho força pra puxar o sino, esse negócio é enorme sabia? Tô precisando voltar pra academia" - Diz Ayumi surgindo na janela do sino com um sorriso travesso nos lábios

– "Hm, vamos ver se você grita mais alto que isso..." - Diz Katsuo antes de enfiar a espada guela abaixo do guarda, fincando seu pescoço no chão, logo ele morre

Você deve estar se perguntando, a missão era furtiva! Exatamente, furtiva ao ponto de fazer um escândalo, a ponto de nunca pensarem que foi uma missão do Reino da Meia-noite para roubar documentos, tinha que parecer um ataque terrorista, é isso que eles vão fazer...

O portão é aberto e do outro lado surge Hayato com um sorriso vitorioso, com os outros guardas caídos no chão em pedaços

– "E aí chefe, conseguiu a informação?" - Pergunta Hayato curioso

– "Não, eles são muito insistentes, e isso é chato, mas belo, reconheço a bravura, o serviço por aqui está completo, eles vão ficar ocupados investigando aqui, enquanto isso temos tempo para achar o quartel-general, pode ascender..." - Diz Katsuo fazendo Hayato abrir um sorriso de orelha a orelha

– "Pode deixar comandante..." - Diz Hayato fazendo um sinal com a mão, a bomba instalada na torre de vigia explode em uma imensa bola de fogo

Todos sabem agora que é um ataque, mas quem pensaria que é uma missão "secreta" de Katsuo?

A base do ilusionismo não é esconder o seu objetivo da atenção, é criar um show para direcionar a atenção pra outro lugar

Sentem em seus lugares e preparem a pipoca

Aproveitem a apresentação...

Renegade Dragon - Renascer da LendaWhere stories live. Discover now