CAPÍTULO 5

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O amor pode te levar ao céu ou ao inferno em instantes, tudo vai depender de como você lida com esse sentimento, depende do quão maduro você consegue ser, do quão forte é seu amor, do quanto ele significa e do quão disposto você está a se sacrificar por ele.

Amar é uma montanha russa, assusta, causa um frio intenso na barriga, mas ainda assim... você decide se arriscar nessa aventura apenas por ele.

Kim não sabia o que poderia acontecer com seu futuro, ele sequer sabia se Porchay lhe daria uma chance de ouvi-lo. Tudo que ele sabia era que precisava colocar isso para fora.

Toda sua vida foi mantida para si mesmo, ele preferia não demonstrar e não se envolver, em nada, nem nos negócios da própria família. Por mais que tivesse decidido isso desde cedo, não conseguia simplesmente fugir da sua realidade.

Porchay surgiu em sua vida para mostrar o quão mesquinho era essa sua decisão. Havia perdido tanto tempo, tantas coisas e para que? Por quem? Estava de saco cheio, farto de fingir, farto de fugir.

Era sim o irmão mais novo de uma família de mafiosos, era sim o garoto que gostava de fazer música, era sim o garoto independente e de personalidade forte, mas também era o garoto incompreendido e de coração intenso.

Kim foi o mais breve possível durante todo o caminho. Suas mãos tremiam de pura ansiedade, estavam geladas.

Era a primeira vez na vida que se sentia tão impotente, tão vulnerável. Quando parou diante do quarto de Porchay, não conseguiu sequer se mover imediatamente.

Nem mesmo quando estreou na música ou quando foi contra os ideais da família, nem mesmo assim esteve tão nervoso.

Kim encarou a chave que retirou do bolso, o olhar esperançoso carregava muito mais do que deixava transparecer. Sequer sabia se ele estava ali, ao julgar pelo horário que marcava no relógio em seu pulso, Porchay logo chegaria da universidade.

Deslizando os dedos entre os cabelos desgrenhados, Kim tratou de arrastar os óculos escuros do bolso para esconder o medo em seus olhos.

Alisando cuidadosamente as abas da sua jaqueta de couro, o jovem rapaz enfiou a chave naquela fechadura brilhante. Seria melhor esperá-lo do lado de dentro, onde teria uma maior chance de fazê-lo o escutar.

Ali ainda era familiar aos seus olhos e de alguma forma o deixava confortável. Fazia tempo que não ia ali, era um pouco estranho se fosse pensar em todas as coisas que passaram naquele ambiente.

Era como se o tempo tivesse parado, como se nunca tivessem se afastado.

Não demorou para que Porchay surgisse pela porta, dando de cara com um Kim realmente encantado com sua presença.

Ele parecia tão maduro, tão... seu olhar, ele era diferente.

— Como você entrou? — Porchay disparou ao abandonar a mochila da universidade no chão, ao lado da porta de entrada. — Quer saber, não importa. Apenas saia.

Atravessando aquele ambiente grande sem sequer se importar com Kim, o garoto tentou alcançar a parte mais afastada, mas o jovem mafioso ousou impedi-lo ao segurar seu pulso com uma das mãos.

— Quer mesmo que eu vá embora, Chay? — A voz entrecortada de Kim era o suficiente para fazer Porchay estremecer e hesitar diante das próprias palavras.

— Eu quero. — Chay sorriu frouxo. — Não tem porque estar aqui, Kim. — O mais novo encarou o pulso seguro puxando de leve para que ele o soltasse.

Kim não o impediu, ele apenas se livrou dos óculos escuros que foram postos na gola da própria camiseta enquanto encarava Porchay.

— Você pode ser menos evasivo e me ouvir. Faz tanto tempo que eu... — Nem mesmo as palavras macias do mafioso tiveram efeito sobre o jovem irmão de Porsche.

— Há. — Ele riu debochado. — Faz, eu pensei que nunca mais veria sua cara de novo depois de tudo.

— Porque está fazendo isso, Chay? — Kim sabia o quão rude havia sido, mas isso era mais do que poderia esperar em troca.

— É sério? Você só pode estar me zoando. — Finalmente estava o encarando de frente, chocado demais para dizer qualquer coisa que fizesse sentido.

Kim estava tão hipnotizado que agiu impulsivamente ao avançar naquela pequena distância para selar os lábios macios de Porchay pela primeira vez desde que se conheceram. Nunca pensou que fosse agir tão imprudente diante de alguém, mas só não conseguiu resistir à vontade de tê-lo para si. Só queria fazê-lo se calar para ouvi-lo, estava pronto para deixar o seu coração falar, só precisava de uma chance, de um momento.

Aquela ação inesperada só causou em Porchay um rebuliço de sentimentos confusos: raiva, medo, felicidade, nervoso, frustração e... amor, era assustador.

Empurrando Kim pelos ombros, Porchay o afastou rápido demais, tão rápido quanto sua mão voou sobre a face clara que logo tomou uma coloração avermelhada pelo estalar do tapa que ardeu.

Seus dedos doíam, mas as lágrimas que lhe escorriam no rosto de nariz avermelhado eram muito mais dolorosas.

— V-ocê! — Porchay se engasgou nas próprias palavras. — Você não tem o direito de fazer as coisas à sua própria maneira! Eu não sou um de seus capangas, droga!

Kim estava assustado, não por ter levado um tapa ou por ter beijado Chay a força, mas por tê-lo desmoronado daquela maneira.

— Você foi embora! Você! Foi você quem me deu as costas e agora aparece aqui simplesmente achando que pode tomar tudo que quer da maneira que quer. — Porchay apertava os lábios trêmulos com raiva. — Você não pode, Kim!

— Chay... eu... — Kim tentou alcançá-lo mas preferiu não o tocar de novo depois de tudo, ele tremia.

— Não Kim! Amar você dói para caralho e eu estava tentando te esquecer de verdade. Você não pode aparecer aqui e simplesmente foder com tudo assim... v-ocê não tem esse direito, não tem o direito de mexer comigo assim. — Porchay cedeu junto ao chão, as mãos sobre os joelhos doloridos pelo baque, os soluços intensos sendo lançados ao ar por seus lábios trêmulos.

Kim só conseguiu olhar para o alto na tentativa de conter suas lágrimas, mas não valia mais a pena esconder, ele não queria mais fugir.

Se jogando no chão ao lado de Porchay o jovem mafioso se rendeu ao garoto que fazia seu coração de tambor e sem dó, esmagava-o.

— O que você quer que eu faça? — Disparou com a testa colada a de Porchay, as lágrimas escorrendo silenciosas por suas maçãs. — Me diz Chay... o que você quer que eu faça quando eu te amo tanto assim? — Precisou engolir com dificuldade antes de admitir finalmente. Admitir aquilo que Porchay já sabia, mas que nunca teve coragem de dizer. — Eu nunca amei alguém antes.

Porchay só então ergueu o rosto molhado pelas lágrimas. Ele não lhe disse nada, apenas encarou Kim com o coração aos saltos.

— Só escute o que eu tenho para lhe dizer e então eu irei embora. — Kim pediu ao acariciar a cabeça de Porchay na parte de trás com cuidado. — E eu não vou voltar a te procurar se você quiser assim.

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Red Lights [KimChay Vol2]حيث تعيش القصص. اكتشف الآن