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Essa é a repostagem de Srta. Marília, como viram no aviso, a autora está revisando os capítulos  novamente, e muitas coisas estão diferentes, incluindo a escrita.
E queria já dizer, que também precisei mudar umas coisinhas.
E isso, espero que gostem e continuem acompanhando as obras!

Boa leitura!

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Você tem mesmo que ir?

Maiara me encarava de forma dramática. Ela é minha melhor amiga; desde os meus onze anos de idade que não saímos de perto uma da outra. Fazíamos exatamente tudo juntas e nossas mães até brincavam falando que parecíamos uma dupla sertaneja, então será bem difícil ficar longe dela.

— Sim, Mai. Eu preciso me estabelecer na cidade, lembra? Assim que conseguir um lugar só meu, um bom emprego e uma vida razoavelmente boa por lá eu juro que venho te buscar! — A envolvi num abraço apertado e acariciei seus cabelos ondulados como eu sempre amei fazer.

Estávamos no meu quarto pois ela me ajudava a arrumar as minhas malas, já que eu teria que ir para o aeroporto na manhã seguinte e seria difícil colocar tudo em ordem sozinha.

Também era uma desculpa para passar mais tempo com minha melhor amiga antes de partir.

Mas eu estava feliz. Não é nada fácil conseguir um emprego em outra cidade, ainda mais enviando o currículo por email e tendo o total de zero experiências formais. Mas, de alguma forma, eu consegui.

E o melhor de tudo: Numa casa que me garante um quarto, comida e que, segundo o remetente com o nome de "Eduardo", não teria um serviço muito puxado – Mesmo se viesse a ter não seria um problema pra mim, já que com a minha ansiedade para trabalhar aceitaria limpar até mesmo um navio de cruzeiro.

Mas no final, tudo o que eu sabia sobre esse emprego é que eu faria de tudo um pouco, ou seja, faria além de limpar. Talvez eu precisasse cozinhar, atender à porta ou coisa do tipo, como um mordomo.

Se bem que eu nunca vi um mordomo mulher. Nem sei se existe o feminino da palavra... Seria mordoma? Enfim...

O proprietário ou proprietária – não faço idéia já que só tive contato com Eduardo e tenho quase certeza que ele deve ser uma espécie de assistente – mora sozinho, a não ser pela companhia de empregados. Eduardo não me deu muitos detalhes além dos necessários para a minha ida até Boston.

Confesso que fiquei extremamente curiosa para saber mais sobre o meu futuro chefe, mas não quis dar uma de enxerida – Graças à Deus trocamos emails e eu até que consigo pensar duas vezes antes de digitar; se fosse pessoalmente não conseguiria segurar minha língua e teria feito diversas perguntas.

A princípio eu pensei em dar pra trás por causa de todo esse mistério. Minha mãe me alertou sobre golpes e até citou a novela Brasileira caminho das índias; disse que eu poderia estar sendo levada para uma emboscada ou coisa do tipo, mas eu não poderia me deixar levar pelo medo.

Meus planos sempre foram claros: Terminar meu cursinho técnico de ASG aqui mesmo em Goiânia e logo depois ir trabalhar em alguma cidade grande como Boston, Nova York, Los Angeles ou São Francisco, então
juntar dinheiro suficiente para alugar uma casa ou um apartamento ao qual eu pudesse manter com o mesmo dinheiro e depois de estabelecida começar a faculdade de Letras como sempre sonhei.

Parece muita coisa, muitos objetivos empilhados...

Mas eu já tenho vinte e três anos e isso me assustava. Eu penso que já deveria estar com a minha vida feita, mas as coisas sempre foram atrasadas pra mim e na minha cabeça a culpa está no lugar onde eu vivo, que é bastante limitado.

Srta. Marília | Malila [EM REVISÃO]Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora