Capítulo 6

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|Narradora|

Luz vestia uma calça escura e uma blusa branca por baixo da jaqueta verde musgo que sua mãe lhe dera de aniversário.
Amity por outro lado, usava um belo vestido preto com seus coturnos, os olhos delineados davam contraste às íris douradas, um toque misterioso e cativante.

No segundo em que os olhares de ambas se encontraram, as pupilas se dilataram de rancor e raiva.

O rancor faz parte de todo o nosso vivenciamento desde os primórdios.
Um sentimento formado de raiva e tristeza que se aflora ainda mais dentro do peito com o tempo. Ele pode te corroer por dentro, ou então te fazer refletir e dar a chance de resolver tudo antes que perca a oportunidade.
Todos nós temos rancor de algo ou alguém. Assim como Amity e Luz sentem rancor uma da outra.

Os gêmeos ficaram surpresos em encontrar a Noceda depois de tanto tempo.

— Mittens, se você quiser nós podemos...- Edric começou, tentando sugerir que fizessem algo que não deixasse a irmã desconfortável.

— Não, Edric. Vamos ficar bem aqui. - Amity o interrompeu ainda olhando para a Latina, tentando transparecer confiança. Não destruiria a noite de diversão de seus irmãos, jamais os atrapalharia com seus assuntos.

[...]

Luz já havia perdido a conta de quantos copos bebeu. Seu corpo se movia com euforia, todos ali estavam pulando juntos conforme a música tocava.

Ela estava um pouco alterada, havia se misturado na multidão e perdido Willow e Gus de vista.
Ficou confusa ao perceber que, das escadas do segundo andar, a Blight mais nova a encarava com um sorriso enorme e maldoso no rosto.
E ficou ainda mais desnorteada quando via algumas pessoas colocando casacos sob suas cabeças, apenas seguiu o ritmo da música normalmente como a minoria.

A letra da música soava em alto e bom som pela sala:

"Se você quiser eu vou te dar um amor
Desses de cinema
Não vai te faltar carinho
Plano ou assunto ao longo do dia
Se você quiser eu largo tudo
Vou pro mundo com você meu bem
Nessa nossa estrada só terá belas praias e cachoeiras
Aonde o vento é brisa
Onde não haja quem possa
Com a nossa felicidade
Vamos brindar a vida, meu bem
Aonde o vento é brisa
E o céu claro de estrelas
Do que a gente precisa
Tomar um banho de chuva
Um banho de chuva
Ai, ai ai ai, ai ai ai, ai ai ai ai ah
Ai, ai ai ai, ai ai ai, ai ai ai ai ah"

E então um misto de várias bebidas alcoólicas se misturaram no ar, espirrando pra todo lado e encharcando seu cabelo curto. O cheiro forte impregnou nos seus fios e nas suas roupas, seria péssimo lavá-las no outro dia.

Amity se divertia internamente com a cena. Emira e Edric foram dançar, ela então resolveu apenas observar e degustar sua bebida.

Enquanto analisava, lembrou do quanto gostava de acariciar os cabelos da latina, tão macios e cheirosos. Balançou a cabeça em negação, enterrando essa memória no fundo do peito, assim como fez com o carinho que sentia por Luz.

Eram momentos bom demais para talvez terem perdido o significado com o tempo.

— Mais um pouco e você vai estar latindo pra ela. - A voz fez Amity acordar de seus devaneios.
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Notas: Oi! Iniciei uma obra da Raya com a Namaari aqui no meu perfil, pra quem quiser dar uma passadinha lá...
Prometo não deixar vocês sem capítulo por tanto tempo assim, me desculpem mesmo!

Me perdoem por qualquer erro ortográfico.
Por favor, não sejam leitores fantasmas. Seu "simples" comentário dará incentivo para que eu possa continuar essa obra.

You again - LumityWhere stories live. Discover now