Despertar

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??? Pov, algum tempo atrás

Eu corria em disparada pelas dependências do Castelobruxo, mais cedo, o tucano do diretor havia bicado minha janela trazendo uma mensagem urgente, adentrei a diretoria ainda recuperando o fôlego, Carlo e Rossela já estavam ali, o diretor e os agentes, que tomavam um café e conversavam tranquilamente, prontamente me olhavam assustados mas eu nem me importei e danei a tagarelar.

— O-onde eles... o que vocês... - eu tentava falar ao mesmo tempo que buscava fôlego para isso. -  olha só... eu tav-

— TÁ LOKA CRIATURA - Marco entrou na sala logo depois de mim, os cabelos despenteados e a testa suada por tentar me alcançar - Queira nos perdoar diretor, eu tentei impedi-la mas ela não me deu ouvidos.

— E então, eles já foram avisados? - eu falava com o diretor ignorando as cordialidades de marco - a carta já foi enviada?

— Três dos nossos melhores homens já foram enviados - Rossela falava se aproximando - dois deles foram mortos e um foi ferido gravemente.

— Todos os aurores parecem estar sendo identificados por meio de algum feitiço desconhecido - Carlo era quem falava agora - vai ser preciso enviar alguém sem ligações com o ministério pra esse caso.

— Então... vocês já escolheram alguém? - perguntei ainda confusa.

— Bem - começou o diretor, cauteloso - sobre isso, posso dizer que eu já indiquei alguém da minha mais alta confiança.

Mas é claro! como eu sou estupida, a escolha do diretor era obvia demais, por isso ele havia me chamado, me senti imensamente honrada e um alívio tomou conta do meu ser.

— Entendi!! - exclamei animada - não poderia deixar de concordar com sua escolha.

Sério?!?!?! - Todos gritaram em uníssono.

— Mas é obvio, e como irmã mais velha e responsável legal, eu jamais impediria que Marco fosse nessa missão, tenho plena ciência de que é um trabalho perigoso mas confio totalmente nas habilidades do meu irm-

— COMO VOCÊ PODE SER TÃO LERDA CRIATURA - Marco gritava incrédulo - primeiro, eu já sou de maior e não preciso da sua autorização pra esse tipo de coisa, segundo, a pessoa que vai nessa missão é você e não eu.

Meu cérebro pareceu travar com as palavras de meu irmãozinho, meu olhar vagou pelos rostos dos agentes até o do diretor e por fim a ficha caiu. EU ERA A PESSOA DE CONFIANÇA

— EU?!?!?!?! - gesticulei com o dedo apontado para o próprio peito - não podem estar falando sério, Marco é mil vezes mais competente que eu, eu sou a pior pessoa pra mandar em uma missão desse nível, eu mal consigo dar uma aula sem fazer um caldeirão explodir ou quebrar pelo menos três frascos de poções, eu nem entendo como consegui manter o Marco vivo até hoje ou como eu nunca me matei por acidente, eu até já esqueci meu papagaio no forno e quase fiz um assado com ele e-

— E apesar de tudo isso consegue ser competente o suficiente para se tornar uma de nossas melhores professoras - o diretor falava calmamente me lançando um olhar de pura empatia - senhorita Liana, creio eu que a senhorita não nos decepcionará, é dedicada com seus deveres, esforçada e domina muito bem os seus dons únicos, além do mais, sua tarefa será simples, e até seu irmão concordou com a sua indicação para o caso.

Me virei abruptamente para Marco que apesar de sua tentativa clara de manter a compostura, estava corado com a menção feita a ele, tanto o diretor quanto os agentes insistiam para que eu não recusasse a missão, e depois de muita bajulação e insistência, aceitei. Combinamos os detalhes e após receber o envelope que eu deveria entregar, agradeci e me virei pronta para me retirar do local quando a voz do diretor me parou uma última vez.

O canto da corujaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora