Capítulo 15

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Dia 3 187 desde o início da missão

Eu e o Damian continuávamos abraçados, já fazia horas que estávamos assim, mas nenhum de nós ousava se afastar. Fiquei o tempo todo passando a mão no seu cabelo igual o papai faz quando eu estou triste. Achei que ele iria estranhar, talvez até ir embora, mas não, apenas ficou ali, chorando baixinho, achando que eu não estava reparando. Acho que fui eu que achei estranho, em parte eu não queria ir embora por que tinha medo da sua reação, mas o outro lado de mim estava sentindo um aperto no coração extremamente desconfortável o vendo chorar assim, de forma tão escondida, quase como se estivesse com medo de chorar.

Subitamente a porta começou a se mover e nós rapidamente nos separamos assustados. Não seria bom se o Denovan Desmond visse o seu filho assim chorando um choro encabulado, como se nem soubesse como chorar.

Mas ao abrir a porta, me deparei com olhos conhecidos, recheados de preocupação.

− P-Papai! − Gritei enquanto corria desesperadamente para o abraçar.

− Anya?! «Você está bem?! Se machucou?!» − Exclamou em um tom ansioso, enquanto me segurava em seus braços, me dando um abraço forte e apertado.

− Estou bem. − Sorri, já aconchegada no seu enlace.

− Que bom. − Suspirou aliviado. Ficamos nos abraçando em silêncio, apenas acalmando um ao outro sem dizer uma palavra. Que bom que o Papai está aqui.

Olhei de lado e vi Damian se levantando e ajeitando as roupas e o cabelo, sem se esquecer de passar a mão pelos olhos para evitar que eles estejam muito vermelhos. Sai do meu abraço caloroso e fui para o seu lado, ver se estava bem, porém este apenas desviou o olhar ruborizado sem pronunciar qualquer som. A sua mente também estava em branco, mas de certeza que ele não estava bem. O que devo fazer?

− Anya, o que você e o Damian estão fazendo na casa dos Desmonds? Pensei que os dois ficariam no colégio, ou pelo menos foi isso que você disse ao telefone quando te liguei na sexta.

− E-Eu só queria ajudar... − Tentei explicar, mas já estava entrando em desespero.

− Do que você está falando? − Questionou ele sério.

− O Papai estava se esforçando tanto... nós achávamos que estávamos prontos... e eu queria tanto conseguir a paz mundial... − Senti os meus olhos se enchendo de lágrimas, mas eu não podia chorar, não desta vez. Se eu me acabar em lágrimas não conseguirei explicar nada ao certo e desta vez o Damian não pode me salvar. Eu tenho de aguentar.

− Paz mundial? O que você tem a ver com tudo isso? «Não me diga que ela sabe...»

− É por causa da Operação Str-

− Não fale sobre isso dentro desta casa! − Exclamou Papai assustado − Como você soube?

− É-É uma longa história... depois eu te conto... − Tentei mudar de assunto para não ter que referir os meus poderes e, felizmente, ele aceitou.

− Tudo bem. Agora vamos sair daqui, antes que os outros seguranças venham para o seu turno e nos encontrem aqui. − Explicou ele. Concordei com a cabeça e fui para perto do Damian, para lhe explicar a situação.

− D-Damian?... Ei?... Você tá bem? − Indaguei, pondo a mão no seu ombro tentando o acordar do transe em que estava.

− «Sim» − Disse ele em pensamentos, ainda sem olhar-me nos olhos. Já fazia um bom tempo que ele não tinha nenhum pensamento claro, estava preocupada.

− Ainda bem. − Fiz com que ele olhasse pra mim − Damian, o Papai vai nos levar embora. Vamos. − Segurei na sua mão e ambos seguimos o Papai para fora da manção.

Segredos e Mentiras (Anya X Damian)Where stories live. Discover now