cap 31

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Agatha Pereira

Rolei na cama até cair no sono e ainda só consegui dormir por umas três horas, a tropa toda vai sair daqui 23:00 horas, pra uma casa e vamos ficar lá até o horário do roubo, então só uma hora.

Tivemos que fazer isso, porque os canas ta marcando o morro, parte desse dinheiro, vai ser pra repor bagulho de armamento com os la de cima, se o roubo não da certo, eles vão fortalecer, porque nosso morro da dinheiro, mas brinca pra tu ver, peixão ta com medo e pra ele tudo se resolve com dinheiro.

Fomos avisados de uma possível invasão, Peixão ja deu o surto dele, o cara ta demais, e ele ta vendo o erro dele e quer descontar isso em quem mais fortalece o morro, ai vem pra cima de mim, papo reto? Cansa viu.

Ale: Cheguei pra alegrar sua noite antes da missão em - terminei de colocar as coisas na bolsa e nem olhei pra cara dela - ai puro estresse tu.

Pereira: To de cabeça quente po, tu confia nesses cara 100%? Porque eu não confio.

Ale: Ja é po, ta certa, também não confio, mas tu sabe que se fosse por mim, eu ia com tu - assenti - mas vai acontecer nada contigo, confia no pai de todos.

Pereira: Tomara que ele não venha me cobrar nada nessa missão - ri junto com ela.

Ale: Da pra falar nada com tu não, no papo - deu um tapinha na minha testa - mas vamo ai, vim te buscar, meu pai que mandou - assenti ja pegando minha bolsa pra sair.

Pereira: Mó fome, vamo passar ali na barraca da Andréia - ela não resisti a qualquer pedido pra comer, ja foi direto.

Chegamos la e assim que ela encostou com a moto, ja olhou direto na Kyara e o grupinho dela.

Ale: Tu não tem jeito - negou rindo - demora não, aproveita que eu to de bom humor, vou dar um migué no meu pai - mandei um joinha com um beijo pra ela.

Ja chegamos cumprimentando cada uma, educação sempre.

Pereira: Vou roubar ela um pouco - as meninas assentiram - pede um x-tudo pra mim - falei pra Ale e ja fui indo pra um canto afastado com a Kyara.

Kyara: Pra onde você ta me levando?

Pereira: Aqui mesmo, só queria um tempo contigo, pra me despedir.

Kyara: Se despedi do que? Vai morrer? - olhei pra ela estranho.

Pereira: Ja vai tu começar a meter uma dessas, ja corta esses papos, bate três vezes na madeira, mas se tudo der certo, eu vou ter que ficar um tempinho fora, coisa de três dias, mas mesmo assim, tudo pode acontecer.

Ela parou um pouco pra pensar, mas logo em seguida me abraçou forte e ficou assim durante um tempo.

Kyara: Não quero que aconteça nada - olhou pra mim e eu dei um selinho nela.

Pereira: Eu também não - dei um beijo logo em seguida.

Ficamos la durante um tempo, aquela troca de carinho maneira, chega acalma coração da bandida, papo reto. Até a Ale ligar falando que o Peixão deu 20 minutos e que meu lanche ja estava pronto.

Pereira: A gente tem que ir - olhei pra ela - fica de boa, ta? - ela assentiu me dando mais um beijo.

voltamos pra barraca, todo mundo ja olhou pra gente sorrindo, eu não entendi foi nada, mas também nem perguntei, comi rápido o que tinha que comer e ja fui pagar, tenho que ta la mais cedo que todo mundo.

Pereira: Ai tia, cobra ai o meu e o delas, se sobrar fica ai pra tu, se faltar depois pede pra um dos meninos me acionar, ja é? - ela mandou um joia e eu coloquei na bancada duas notas de cem, nunca se sabe a fome da Kyara e ainda ta com mais três amigas, nem conhecia todas, sei da fome de ninguém.

Ale: Fé ai meninas, foi um prazer a companhia de vocês - ja olhou direto pra uma amiga da Kyara e ela riu.

Pereira: Iiih ala, quando fala assim bonito... - elas tudo riu e eu fui dar me despedi da Kyara - toma cuidado esses dias viu, evita ficar muito na rua.

Eu e a Ale foi pra moto, voando pra boca, só senti o celular dela vibrando e meu radinho com a voz do pai dela, to uma hora adiantada, ta bom demais, ja to com muito paciência mesmo.

Pereira: Tu não perde uma oportunidade dar em cima de alguém - neguei rindo.

Ale: Ta ligada, preta, cabelo cacheado e deu brecha, não resisto - riu e eu ja fui entrando.

Peixão: Achei que não vinha mais - ja neguei me segurando pra não falar merda - Ale, tu pode voltar pra casa, hoje não é teu dia de trampo não.

Ale: Qual foi? Peixão - ele negou - tranquilo então, fé ai pra vocês, tu toma cuidado viu - fez um toque comigo e saiu contra gosto.

Peixão: O papo é só entre nois dois - assenti - eu não acho que seja você, porque tu não ia ser tão burra e sabe bem que eu to velho e não quero entregar o morro agora pra Ale, ele ja é garantido seu, não ia ter o porquê.

Pereira: Disso eu sei Peixão, solta o papo, enrola não.

Peixão: To achando  que a gente ta sendo traído, nosso X9 de la dos canas, ta falando coisa que nem ele sabia e sem querer, acabou soltando, fui perguntar como ele sabia dessa informação, deu meia volta no assunto e disse que a gente tinha soltado, ele tava falando o local que você ia ficar - ja olhei assim pra ele.

Pereira: Vocês não deixou soltar mesmo? - negou.

Peixão: Os únicos que trocava mais informações com ele, era eu e tu, eu não fui e tenho certeza que você também não - assenti - o lugar onde vocês vão ficar, mudou, não tem o mesmo conforto, mas vai ter que ser desse jeito.

Pereira: Ja é po, melhor segurança, do que conforto.

Peixão: eu sei que tu tava contando com todos os caras, mas queria trocar um papo com tu, pra saber se não pode ser menos, coisa de caber em um carro, só os que você mais confia.

Pereira: essas horas eu não confio nem na minha sombra, mas da pra eu ter um ideia deixa os caras chegar e a gente vê.

Até os caras chegar, ficamos repassando tudo, a casa mudou, mas é quase a mesma coisa, na pressa, ele disse que, só deu pra achar essa, então eu nem insisti, pelo menos ele se ligou antes.

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INDESTRUTÍVEL (Romance Safico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora