cap 35

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Kyara Santos

Eu queria saber se existe algum feitiço, que me faça acordar de bom humor pra ir trabalhar, em plena sexta.

Levantei e ja fui direto pro banheiro me adiantar, me olhei no espelho me arrependendo de não secar o cabelo, ta maluco, nunca mais, fiz um coque tacando pomada, pra ver se tinha algum jeito.

Me arrumei e só passei um gloss, pra não dizer que eu não passei nada.

Sai de casa sem ver meus pais, os dois de folga, eita vida que eu queria agora. Antes de ir pra loja, passei na padaria pra comprar uns salgados, daqui a pouco to igual uma bolinha, faz tempo que eu não vejo eu comendo certinho.

Movimentação estranha demais, nem sei o porquê, mas também não fiquei pra ver, paguei e vim correndo, patroa disse que só vai chegar uma hora depois, que ela esta vindo com mais peças, porque o estoque ta muito vazio.

Fui me organizando, limpando tudo que tinha pra limpar, deixando principalmente o estoque organizado pra chegar as novas peças.

Assim que eu acabei, ela chegou com as novas, eu já aproveitei o embalo e fui guardando tudo com a ajuda dela.

Acabamos e ficamos organizando os pedidos pela internet, ta começando a vender mas pela internet do que, aqui na loja, o negócio ta crescendo.

Maiara: Tu viu isso ai - apontou com a cabeça pra televisão e eu aumentei um pouquinho pra poder escutar.

"O tiroteio pela noite, atingiu 5 vítimas, 3 delas foram encaminhadas para emergência. Os PM tiveram ferimentos leves e alguns chegaram a ter ferimentos mais graves. Não tivemos nenhuma informação concreta sobre os PM's. A polícia ainda está a procura dessa quadrilha."

Meu coração foi e voltou, eu só sentia um suor frio e um frio na barriga junto. Se essa quadrilha for a que a Pereira tá?

Maiara: Você ta bem? - tocou no meu ombro e eu só consegui balançar a cabeça dizendo que sim - toma a sua água.

Eu passei um tempo em silêncio, raciocinando o que tinha acabado de ouvir, é difícil, quando você não esperava.

É mais difícil ainda quando não tem como saber como a pessoas esta,queria conseguir ligar pra ela, pelo menos pra eu conseguir ficar mais tranquila.

Maiara: Fica tranquila, sua mulher deve esta bem, se essa for a dela né, as vezes nem é, tanto roubo no rio de janeiro, ai vai la e nem é ela.

Kyara: E se for? Sei que eu to com ela, sabendo que isso é "normal", mas não tava preparada não.

Maiara: A gente nunca ta preparada pra nada, mas temos que pensar positivo. Se tivesse acontecido qualquer coisa o morro ja estaria sabendo e até então só foi avisado pra ficarmos atento, mas isso é normal ja.

Kyara: Apesar de você ter razão, é impossível eu não ter medo - ela assentiu.

Maiara: Mas relaxa, ta? Aproveita um puco que eles deram alerta e quando isso acontece não tem movimento, tu ja fez a metade das encomendas, eu faço o resto.

Kyara: Iiih que isso? Maiara, ai já é abuso - sorri e ela sorriu junto - eu vim pra trabalhar, é até bom, que ai eu me distraio.

Maiara: Ja que tu falou... - riu e eu ri junto.

A hora parece que não passava, mas eu realmente me distrai com o trabalho, fiz quase tudo, antes da hora fo almoço e acabou que eu pedi qualquer lanche quando deu o horário.

Maiara: Tu fica ai sozinha por um tempo? - assenti com o lanche na boca - é por que eu vou ter que buscar o meu filho.

Kyara: Fica tranquila mulher, vai là.

Parece que eu eu ficar sozinha que chega gente, uma três clientes de uma vez, minha sorte, é que ela não demorou, chegou ela e o filho dela, nada a ver com a Maiara.

Atendemos todas e acabou que elas compraram um monte de roupa, deu pra compensar a manhã parada.

Maiara: agora sim eu posso apresentar vocês, filho essa aqui é a amiga da mamãe, fala com ela - ele olhou pra mim, ficou meio assim e acabou grudando na perna da mãe e nem falando comigo.

Kyara: Oi príncipe - me agachei na altura dele e o menino nem olhou na minha cara - acho que ele não gostou de mim não - ri sem graça.

Maiara: nada disso, ele ta assim, porque queria a avó, mas ela foi ver a família e ele ta acostumado ficar com ela, porque la tem muita criança.

Foi o tempo de atender outra cliente, pra ouvirmos uns tiros, logo em seguida os fogos, invasão!

Fechamos tudo, o filho da Maiara começou a chorar e deitamos no chão desesperadas, pelo tiros não estarem tão longe.

Ja fui mandando mensagem pros meus pais, saber se eles estavam bem, se estavam em casa, mas nem eles, nem minha irmã atendia o telefone, só me fez ficar mais nervosa.

MARATONA 3/?

INDESTRUTÍVEL (Romance Safico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora