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Depois do susto que levei, pude voltar á minha rotina chata de Irmã: conferir os objetos do altar, checar a planilha do fim de semana, trocar as velas derretidas, limpar as imagens e outras coisas não tão importantes assim. Passei a tarde toda exercendo meus afazeres, então como um bom e merecido descanso, fiquei no meu jardim. Dou graças a Deus por aquela área não ser tão movimentado, já que as irmãs e padres não se interessavam muito nela, então pude aproveitar tudo sozinha.

O solstício da Itália deixava o jardim dourado, as flores e frutas doces aproveitando do momento para respirarem e produzirem sua fotossíntese. Andei calmamente, procurando por alguma fruta que esteja madura o suficiente para eu me deliciar com os presentes que a primavera havia oferecido. Colhi um pêssego que parecia estar suculento e o aproximei de minha narina, sentindo seu perfume doce.

-Vocês deveriam fazer compotas e geleias, iriam sair deliciosas. - A voz de Papa surgiu atrás de mim.

-Não quero que frequentem o jardim, iriam tirar meu único lugar de paz e sossego. - Dei uma mordida na fruta.

-Você tem um ponto. - O homem se aproximou de mim, encarou meus olhos, depois meus lábios, e por fim repetiu o processo anterior.

-Aqui tem as melhores frutas da região do Vaticano, duvido muito que irão encontrar melhores. - Enquanto eu falava, Terzo passou os braços em minha cintura e me prendeu ao seu corpo.

Como forma de retribuição, envolvi minha mão livre em sua nuca quente, como forma de afeto. Nossos corpos agora eram unidos em um só, sem nenhum espaço livre que pudesse passar ar. Um sorriso pequeno era estampado em seu rosto, que eu não havia notado anteriormente.

-Como você chegou até aqui? - Terzo perguntou, me encarando apaixonadamente.

-Do mesmo jeito que você, pelos fundos da igreja.

-Não. - Ele riu. - Como você chegou até a comunidade? Era isso que quis dizer.

-Bom... longa história. - Me estremeci, só de lembrar do ocorrido.

-Sou todo ouvidos. - O homem falou baixinho, enquanto encaixava seu nariz em meu pescoço e depositava vários beijinhos naquela área.

Era um outono morno na Itália, a cidade era menos corrida devido aos turistas, estava tudo muito bem confortável. Mas eu não estava, não naquele momento com meus pais.

-Marianna, não interessa. É para o seu bem. - Meu pai exclama, mesmo depois de termos saído da basílica de São Pedro.

Ambos meu pai e minha mãe haviam me colocado numa espécie de confraternização de Irmãs, que, segundo eles "trariam meu eu antigo de volta".

-Pro meu bem? Se vocês ao menos tivessem me avisado! Você sabe muito bem que nunca me interessei por essa coisa estúpida de catolicismo. - Apontei o dedo na face de meu pai.

-Minha filha, você não vai ficar lá por muito tempo. São só quatro anos! - Minha mãe tentou me acalmar, colocando suas mãos quentes em meus braços.

-Mãe, não me toque, por favor. - Tentei ser legal e não explodir com ela, mas eu estava no meu limite.

Voltei á realidade por um segundo, quando senti Papa Emeritus dar uma fisgada em meu pescoço nu, fazendo com que todos meus pelos se arrepiassem. 

Não me toquei que havia turistas ao nosso redor, alguns me olhavam esquisito, outros apenas escutavam a briga.

-Vocês foram contra meu próprio desejo. Irão pagar por isso, cadê o livre arbítrio que vocês sempre me ensinaram sobre? - Abaixei o tom de voz, cerrando os dentes.

Suspirei e passei a mão no rosto, imaginando o pior que poderia vir. Por mais que eu tivesse entrado na inscrição da basílica de São Pedro, eu não iria ficar lá, provavelmente me mandariam para outra igreja.

-Vamos voltar pra casa, podemos conversar sobre isso com calma... - Interrompi meu pai.

-Não vou voltar pra casa. Acho bom vocês não virem atrás de mim. - Saí de perto deles e andei na direção contrária que eles estavam.

Minha cabeça estava fervendo, precisava me distrair de alguma forma. Senti um bolo se formar em minha garganta mas segurei a vontade de chorar em público, por mais que parecesse impossível, teria de ser forte naquele momento.

-Agora entende? Nunca quis estar aqui, fui forçada contra minha própria vontade. - Quase deixei escapar um gemido quando senti a ereção de Terzo em minha coxa. - Então creio que vou ficar aqui até meu último suspiro.

-As coisas não funcionam bem assim, Mari. Mas o que você fez para que todas aqui te odiassem sem motivo? - Por mais que o clima estivesse meio sério, ele tentava amenizar o máximo possível.

Mais um beijo molhado foi dado em minha nuca, as mãos enormes de Papa apertavam minha cintura, quase descendo diretamente para minha bunda.

-Também gostaria de saber. Acho que talvez eu seja jovem demais para glorificar a Deus, mesmo que a religião seja permitida para todas as idades. Incrivelmente, Ele me aceitou na comunidade, mas as outras irmãs não.

-Com exceção de Cecília. - Ele retrucou.

-Com exceção de Cecília. - Repeti, me lembrando dela.

-E Ângela? - Gemi quando Terzo finalmente apertou fortemente minhas nádegas.

-Bom, Ângela parece me odiar ainda mais depois que ela viu nós dois juntos. Acho melhor não ficarmos juntos com tanta frequência assim.

-Não ligue pra ela, mia dolce. Talvez ela esteja sobrecarregada depois que cheguei. - Lentamente, ele me encostou num dos balaústres de pedra que separava a divisa do jardim contra o mar.

Sem nenhum aviso prévio, Terzo me pegou no colo e apoiou meu corpo em cima do mesmo, fazendo minha bunda doer com o impacto. Meu corpo estava eletrizante com a tensão sexual que ele transmitia para mim, eu desejava pelo seu toque.

-Acho engraçado que você aparentava ser uma grande religiosa inocente. Você mesma admite que não é. - Subindo levemente a bainha de meu hábito, Terzo respondeu. - Eu daria absolutamente de tudo para te foder aqui e agora.

-Faça o que quiser comigo, meu amor. - Pranteei, desesperada pelo seu toque.

Estava tudo indo bem até ouvirmos uma voz no fundo chamar o nome de Emeritus. Senti uma vontade imensa de morrer. Sorte nossa que a mata verde impedia de ver qualquer coisa que tivesse na nossa frente, mas a voz de Ângela era irreconhecível.

-Porra. Terzo, vão pegar a gente. - Me desesperei.

-Ainda vou te foder nesse jardim, espere só. - Ele arrumou o cabelo e ajustou seu blazer preto.

Ele saiu, dando uma piscadela para mim e correu até a entrada do jardim. Tentando recuperar meu fôlego, ajustei a bainha de minha roupa e deixei que o vento do verão italiano me acariciasse.

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deêm uma checada no meu último aviso, podem exagerar na criatividade q vou atender todo mundo 👀

Pecado DesejadoOnde histórias criam vida. Descubra agora